Confira as dicas para escapar da armadilha do cartão de crédito

Confira as dicas para escapar da armadilha do cartão de crédito

Texto publicado originalmente em Lynx Coaching Financeiro.

Em 2018, o assunto dívidas ganhou ainda mais em evidência. A solução para o alto endividamento das famílias brasileiras virou até mesmo tema de campanha presidencial.

Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), mais de 40% dos brasileiros (cerca de 63 milhões de pessoas) possuem alguma dívida que restringe o seu nome na praça. Desse número, a parcela que possui dívidas no cartão de crédito é ainda mais assustadora: 77% dos endividados possuem alguma pendência com o "dinheiro de plástico".

Mesmo as novas regras dos cartões de crédito, que acabam com o rotativo (modalidade que possuía juros altíssimos) e parcela automaticamente a dívida de quem não pagou o valor total da fatura, não ajudaram a diminuir esse número. Aparentemente, o problema ainda está no mau uso que muitos brasileiros fazem de uma ferramenta cheia de facilidades, mas que pode ser fatal para as finanças pessoais.

Assim, para que ninguém precise depender do surgimento de algum milagre (ou da promessa de Ciro Gomes) para conseguir saldar suas dívidas, o texto de hoje deixa três dicas importantes para que possamos evitar cair na armadilha do cartão de crédito e, ao invés disso, aproveitemos os benefícios que ele possui. Confira.

1) Compare taxas de juros

Um dos principais maus hábitos de quem utiliza cartão de crédito é não conhecer as taxas de juros que paga pelo serviço. Segundo o SPC, apenas 30% das pessoas controlam os gastos com cartão de crédito, incluindo os gastos com juros.

Os cartões em geral possuem taxas altas, mas é possível encontrar opções que cobram juros mais baixos e possuem isenção de outras taxas, como anuidade e taxa para emissão de segunda via. Sempre pesquise esses detalhes antes de solicitar uma proposta ou de aceitar uma que lhe for enviada.

2) Pare de ver o cartão de crédito como "riqueza"

Não são poucas as pessoas que ainda enxergam o limite do cartão de crédito como sendo parte de sua própria renda. Afinal, ter um cartão com R$ 10.000,00 para poder gastar certamente é muito tentador (e eu falo isso por experiência própria).

Acontece que esse é o maior erro de quem utiliza o cartão. Essa ferramenta é um crédito dado por uma instituição bancária, assim como um empréstimo qualquer. A única diferença é se tratar de uma modalidade de crédito mais fácil de ser acessada - e exatamente por isso é que os juros são mais altos que a maioria dos demais empréstimos.

Não trate, jamais, o limite do seu cartão como a sua renda ou como parte dela. Sua renda provém do seu trabalho ou dos seus investimentos, e é ela quem deve servir como base para o seu padrão de vida. O limite do cartão deve ser visto apenas como um crédito de emergência.

3) Tenha um valor fixo de gastos diários

Por ter me endividado no passado, hoje eu não possuo cartão de crédito, uma vez que meu histórico ainda é frágil. Portanto, uso muito o cartão de débito para as minhas compras cotidianas. E adotei exatamente essa tática que ensino agora: estabelecer um teto diário para seus gastos.

Vale ressaltar que os gastos aos quais me refiro são voltados para o lazer e a manutenção do nosso padrão de vida. Esses gastos devemos calcular depois de pagar nossas contas fixas e dos investimentos.

No meu caso, eu defino um valor mensal para esses gastos e divido esse valor pela quantidade de dias no mês. Digamos que eu estipule R$ 600,00 por mês em gastos. Em um mês de 30 dias tenho, portanto, até R$ 20,00 por dia. Feito isso, eu sempre sei qual meu limite diário, o que me ajuda a ser mais controlado.

Além disso, essa medida torna possível se planejar para eventos futuros. Eu sei que se eu não gastar os R$ 20,00 que tenho para hoje, poderei gastar até R$ 40,00 no dia seguinte. De maneira oposta, se eu gastar R$ 40,00 hoje, precisarei passar o dia seguinte sem gastar nada, ou me planejar para encaixar tais gastos. Isso me fez ser mais racional e econômico nas minhas atividades de lazer - e pode fazer o mesmo por você.

Conclusão

Essas são três dicas básicas que, se colocadas em prática, certamente farão com que qualquer um de nós consiga fugir das armadilhas dos juros altos e da ilusão de "riqueza" que o cartão de crédito pode nos causar.

E nunca se esqueça: o crédito pode ser um grande amigo, mas também pode ser cruel se não for tratado com respeito. Respeitar nossas finanças é respeitar a nós mesmos.

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