Conflito ou Relação Intergeracional?

Que tal aceitar que o mercado de trabalho apresenta conflito e também, relação intergeracional?

Não necessariamente um conflito precisa ser negativo, embora nem todos possam ser resolvidos e possam gerar um clima desconfortável ou desagradável.

Precisamos lembrar que um conflito pode motivar a mudança necessária pois, mexe com o ego, questiona, mostra novos pontos de vista e são inerentes aos relacionamentos que sofrem influência de um mundo globalizado.

O mercado de trabalho enfrenta um conflito intergeracional entre a Geração X e a Geração Y, ambos ocupando postos de trabalho, abrindo empresas, disputando vagas de liderança.

A Geração X está no mercado há mais tempo pois tem entre 39 e 58 anos, conta com a vantagem do tempo de experiência e foi a geração que viu os documentos saírem das máquinas de datilografia e entrarem na "nuvem".

A geração Y tem entre 24 e 39 anos e vem com a disposição para a inovação, nascendo num mundo conectado, migrando do desktop para o mobile e se comunicando a todo e qualquer momento, não importa a hora e o lugar do mundo.

Ambos produtivos, tem o desafio do respeito às diferenças - elas existem e são muitas - e também, de usar o conflito de maneira assertiva, entendendo como o comportamento onde a pessoa é capaz de agir em função dos seus próprios interesses, se afirmar sem excessiva ansiedade, expressar sentimentos sinceros sem constrangimento e exercer seus próprios direitos sem negar os alheios.

Como Psicóloga e Consultora Organizacional, tenho trabalhado o tema em equipes e com 52 anos, estou vivenciando na minha própria carreira esta realidade, que movimenta os quadris e a mente num processo consciente de mudança e adaptação.

Em 2019 redesenho duas ferramentas de trabalho de aprimoramento pessoal, numa parceria com o artista Ravi Brasileiro de 28 anos, juntos colocamos no mercado palestra show e treinamentos para o manejo das emoções e a gerência do tempo.

A história começa em 2014 quando ele foi meu aluno no Programa do Sebrae 'Startup Pirates' e foi estimulado com conteúdos sobre o comportamento humano e seus perfis de personalidade.

Depois, nos reencontramos - agora comigo na plateia - numa palestra sobre 'Combinatividade' em 2016 e de lá para cá, não deixamos a oportunidade passar e assim... passamos a conviver num Grupo de Apoio chamado YuanBei, nas aulas com o método criado por ele 'Dança Livre a Dois', em bailes, shows e reuniões de estudo online e presencial.

Os desafios de duas gerações com realidades, pensamentos e comportamentos tão distintos trouxeram um "caldo" bom para ambos.

Eu, sou desafiada às constantes mudanças de tecnologia, para acompanhar a comunicação ágil na troca de informações e arquivos. Também sou desafiada, no olhar para o mundo de maneira menos preconceituosa - característico da minha geração cheia de verdades - a rever regras de comportamento, vestuário, formas de interação.

Ele, desafiado a acompanhar um raciocínio rápido e denso com experiência de mais de 20 anos na área do comportamento humano, para juntos criarmos ferramentas convergentes, pois nossa matéria prima é a mesma, o ser humano e seu aprimoramento.

Foto: Murilo Ferrari

O resultado foi conferido por centenas de pessoas na Palestra Show 'Pulsando a Vida em Alta' e 'Orquestrando o Tempo' realizadas no prédio histórico de Curitiba, no Paço da Liberdade administrado pelo SESC e o feedback recebido só reforça, que estamos no caminho certo numa relação intergeracional.

E você como está trabalhando este encontro intergeracional?