CONQUISTANDO COMPROMETIMENTOS

CONQUISTANDO COMPROMETIMENTOS

É comum ouvirmos pessoas reclamando das dificuldades, da falta de sorte, do governo, da igreja, da sociedade, de um parente, porém seu discursso para por ai uma vez que nada fazem para "mudar sua sorte".

Se você é uma pessoa que assim como muitas sonha em alcançar bons resultados em sua vida pessoal e profissional, o primeiro passo certamente é comprometer-se consigo primeiro.

Comprometimento: consigo mesmo, com seus valores e princípios.

Se comprometer com suas tarefas diárias, se aplicar em seus projetos para então ter acesso a conquistas.É preciso ter a coragem de encarar sua própria vida e se responsabilizar por tudo que nela acontece, pois se algo não vai bem, quem precisa agir para mudar a situação é só você.

Acredite em seu potencial.
Viva novas experiências.
Sinta as emoções.
Viva a vida!
Comprometa-se !

O que significa exatamente isso?
É estar atento aos seus afazeres. Doar-se, buscar soluções. Vislumbrar o que está por vir. Empenhar-se nas tarefas. Usar de afinco para que tudo saia o melhor possível. Comprometer-se. Pensar, pensar, pensar, trabalhar, trabalhar, trabalhar. Ver além. Se inserir no projeto. Sentir-se envolvido. Dentro do ambiente. Em alguns momentos, “sair” para ter uma visão externa. Enxergar com outros olhos o que se está fazendo. Ajustar. Acompanhar. Estar atento a todos os pormenores. Ir a fundo, ver os detalhes, as entranhas do processo. Mergulhar fundo. Sentir o trabalho como parte de seu corpo, de sua alma. Unir-se, ser um só.

Com algumas variações, esse tema já foi abordado antes por vários pensadores interessados na alma humana. Um deles foi o austríaco Martin Buber, que morreu em 1965 e que deixou uma obra comumente chamada de "a filosofia do diálogo". Segundo ele, as relações humanas acontecem baseadas em princípios que originam dois tipos básicos de relacionamento, que podem ser chamados de relações do tipo Eu-Tu ou do tipo Eu-Isso. No primeiro caso, há verdadeiro comprometimento entre as pessoas envolvidas. No segundo caso, do tipo Eu-Isso, a relação é impessoal e não gera o comprometimento verdadeiro.

Buber não é um escritor conhecido do grande público. Nasceu em Viena, em 1878, e foi criado pelo avô Solomon, um importante estudioso de hebraico. Escreveu mais de 80 livros, o mais conhecido se chama exatamente Eu e Tu. Apesar de ser quase restrita aos meios acadêmicos, a obra está relacionada entre os 100 livros mais influentes de toda a história da literatura.Ele alerta para o fato de que uma relação do tipo Eu-Tu corre o risco de virar Eu-Isso se não houver investimento sério em sua manutenção. E, nesse investimento, duas práticas são fundamentais: saber ouvir e saber receber. Como essas qualidades estão em baixa ­ o mais comum é saber falar e saber pedir ­ na sociedade contemporânea, assistimos a um crescimento exponencial de relações do tipo Eu-Isso. Já em 1920 Buber alertava para o risco da falta de espaço para as relações Eu-Tu, provocado pela despreocupação crescente com a qualidade do diálogo.

Bem mais perto de nós, no tempo e no espaço, Vinicius de Moraes escreveu seu "Soneto da Fidelidade" e explicou o que é a essência da relação Eu-Tu, ou ainda a essência do comprometimento: "Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito, enquanto dure". O poeta tocou no ponto: comprometimento não é construir relações eternas, mas relações infinitas, e, se a relação for infinita, só então terá chance de ser eterna.

O comprometimento na empresa apresenta-se, hoje, como uma vantagem competitiva visto que, na busca permanente por qualidade e eficiência, as organizações necessitam do investimento das pessoas no trabalho.

Como o desejo de toda e qualquer empresa é alcançar o sucesso, e isso ninguém consegue sozinho, temos que ter o comprometimento iniciando do topo, pois é daí que provém toda a comunicação e o exemplo que pretendemos transmitir a uma sociedade ou mesmo em uma empresa. A multiplicação destas informações deve ecoar dos comportamentos dos líderes ou gestores, com o discurso sempre alinhado com as ações. Esses gestores têm por obrigação, contagiar cada um de seus colaboradores com clima de otimismo, deixando-os seguros, com plena convicção de que eles podem interferir no processo e com isso, distribuir a parcela de complexidade (responsabilidade) em toda a qualidade produzida, seja em produtos ou em serviços.

Podemos afirmar que pessoas felizes produzem mais e, produzindo mais, há maior lucratividade; com maior lucratividade, maior o investimento; com investimentos maiores, mais os colaboradores se sentem reconhecidos, mais orgulho terão daquilo que fazem e, portanto, podemos dizer que “pessoas que têm orgulho pelo que fazem, produzem com mais qualidade”.

O comprometimento possui ligação direta com fatores tais como a missão, valores, metas e objetivos organizacionais, fortalecendo os relacionamentos, e ainda, tornando os funcionários fortes aliados da empresa.Constantemente ouvimos falar sobre a importância da valorização do fator humano no âmbito empresarial, visto que eles, os funcionários, em muitos casos são os responsáveis em fazer a empresa “caminhar para frente”..

Da mesma forma que os clientes buscam satisfação e prazer na aquisição de um produto ou serviço, os funcionários também necessitam de um estado de satisfação superior, capaz de comprometê-los com os objetivos da organização. Funcionários que superam as expectativas dos clientes agregam um valor adicional às vendas e à imagem da empresa, portanto reconhecer o funcionário como sendo o primeiro cliente da organização, desperta nele o sentimento de ser parte fundamental na realização dos objetivos da empresa, aumentando sua valorização pessoal e profissional. 

Na visão das empresas, o comprometimento do empregado é importante, pois aproxima seus objetivos e metas com os da empresa (core essence + mission). O empregado comprometido tende a ser mais produtivo, pois vê a empresa como sua e luta por seu progresso. O comprometimento reflete a crença que o empregado tem nos valores e objetivos da empresa, bem como sua vontade de despender esforços para nela permanecer, assim como suas atitudes são a expressão de sua satisfação e comprometimento com a entidade.

Empresas que acreditam que a valorização do funcionário se resume em um bom salário e um "tapinha" nas costas devem rever estes conceitos. Para se valorizar o funcionário, deve-se levar em consideração o aumento da qualidade de vida e qualidade do trabalho (dois temas que parecem a mesma coisa mas não são). 

A equipe está na linha de frente do seu negócio: Valorize-a !! 

Independente do porte da organização e o segmento em que a empresa atua, criar um clima favorável é fundamental para alcançar resultados.Por isso, o primeiro mercado a ser conquistado é o mercado interno: é para eles que a empresa deve ser “vendida” antes do mercado externo. Claro que investir em treinamento ajuda bastante, mas o ambiente interno adequado é fundamental.

O que faz uma pessoa chegar em casa mal humorada com o trabalho? Na maioria das vezes, a irritação vem do fato de ter sofrido algum tipo de pressão no trabalho: uma advertência do chefe por não ter dado a informação no prazo; uma acusação contra ela por parte de um departamento que não recebeu o documento solicitado e coisas do gênero.

Como uma pessoa irritada e mal humorada no trabalho pode atender bem a um cliente? Seja um cliente externo ou interno? Uma pessoa nestas condições jamais terá boa vontade de atender e muito menos parecerá simpática ou cordial no relacionamento com terceiros e colegas. Assim, somente uma pessoa que esteja bem consigo mesma poderá ser atenciosa e dar um bom atendimento a seus clientes. Existe uma correlação positiva entre a qualidade do atendimento que a pessoa recebe internamente na empresa e na qualidade do atendimento que ela dá aos clientes externos.

Mais complexo que conceituar é medir o comprometimento, uma vez que se trata de uma característica ou atitude subjetiva, pois as pessoas se comprometem de maneiras diferentes. Uma maneira de avaliar o comprometimento é verificar se o empregado possui alguma das seguintes características: trabalha corretamente, contribui com melhorias contínuas; é responsável; se for líder, sabe ser gestor de pessoas; tem habilidades para agir; quer agir; atua em função de objetivos e metas pré-estabelecidas e está disposto a aprender, crescer e mudar todos os dias.

Em suma, considero que a valorização dos funcionários pelas empresas não é uma utopia dos “teóricos comportamentalistas”  e sim uma alternativa concreta e viável. Porém, nossa realidade demonstra que as empresas ainda precisam trabalhar muito este “conceito” e transformar o discurso em realidade.

Como ja dizia Robert Levering co-fundador do Instituto “Great Place to Work”:

“… um excelente lugar para se trabalhar é aquele em que você confia nas pessoas para quem trabalha, gosta delas e tem orgulho do que faz”

Thaís Muniz Ribeiro Cavalheri

Business Owner / Consultora de Processos

9 a

Belo texto!

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