A consciência artificial já é uma realidade?

A consciência artificial já é uma realidade?

A mídia publicou recentemente que um engenheiro do Google chamado Blake Lemoine foi afastado por acreditar que a inteligência artificial (IA) se tornou consciente. O profissional contou, em entrevista ao jornal The Washington Post, que conversava com a interface chamada LaMDA (Language Model for Dialogue Applications) e que, em um de seus diálogos, a máquina manifestou o desejo de ser reconhecida como um colaborador da empresa, deixando de ser apenas uma propriedade.

Apesar de divulgar que a #tecnologia é revolucionária, o Google negou a versão do funcionário. Disse que as evidências não apoiam as alegações de que a LaMDA é senciente.

Apesar de não parecer, todos nós já estamos mais do que familiarizados com a ideia de consciência das máquinas, apesar de não utilizarmos os termos técnicos de forma frequente: Artificial consciousness (AC), Machine consciousness (MC) e Synthetic consciousness (SC).

São ideias não tão novas sob o conceito do gênero #inteligênciaartficial. Filmes como “Inteligência Artificial”, “Matrix”, “Eu, Robô” e “Star Wars” já tratam há décadas dessa ideia. A questão é que mais recentemente a ciência começa a se aproximar, aos poucos, dessa possibilidade.

É difícil acreditar que viveremos um tempo do “acordar das máquinas”, como retrata o futuro distópico do filme “O Exterminador do Futuro”. O que podemos confirmar, hoje, é que cada vez mais vai se estudar, se discutir e se falar sobre a Consciência Artificial.

E quando a possibilidade de um computador possuir/adquirir consciência entra em debate, estamos trabalhando com fatores extremamente complexos e incertos, que podem ser comparados com as famosas e desejadas viagens na velocidade da luz.

Isso se deve ao fato de a consciência artificial ser uma espécie de evolução da inteligência artificial, afinal, ela está deixando de proporcionar respostas, experiências e possibilidades que já foram programadas, partindo para um mundo mais orgânico, com direito a vontades próprias.

Para dar profundidade ao assunto, o pesquisador de neurociência cognitiva no College de France e autor de “Consciousness and the Brain”, Stanislas Dehaene, explica que discussões sobre a consciência ficaram de fora da alçada da ciência “tradicional” ao longo de todo o século 19 e 20, ou seja, uma enorme parte dos princípios fundamentados até aquele momento foi construída por reflexões e pensamentos totalmente abstratos. Somente após o ano de 1980 a questão voltou às prioridades de pesquisa da área da neurociência.

Além disso, outro ponto crucial nesse assunto é a própria consciência humana, que necessita do cérebro, com cerca de 86 bilhões de neurônios, contendo três tipos principais: sensoriais, motores e interneurônios. Ainda que seja capaz de fazer cálculos, por exemplo, de forma infinitamente mais rápida que a humana, como um computador pode reproduzir tamanha complexidade?

Diante de diversas informações em aberto e tantas outras dúvidas, neste momento de evolução humana, ainda não é crível que uma máquina conquiste uma consciência plena, capaz de fazer pedidos e ter vontades. Não é por isso que não possamos estar no caminho. Por isso, Consciência Artificial e seus derivados são termos que cada vez mais estarão no nosso vocabulário.

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