Conselho Consultivo na Governança Corporativa: um passo importante para o aconselhamento das empresas e organizações.

As empresas cada vez mais precisam contar com agentes facilitadores para o processo de crescimento, inovação, perenidade, tomada de decisão eficazes e processo sucessório. Estes agentes facilitadores, como órgãos colegiados – Conselhos Consultivos no processo de Governança Corporativa – são fundamentais para o avanço da empresa no mercado, contando com experiências multidisciplinares e diversas, com olhar holístico para o negócio e suas nuances, exercem papel ímpar no aconselhamento para a direção da empresa.

Para um melhor entendimento, neste artigo vou abordar o papel dos Conselhos Consultivos na Governança Corporativa em empresas familiares. O que é o Conselho Consultivo? Quais as vantagens do Conselho Consultivo? Como implantar o Conselho Consultivo? Qual o perfil ideal dos Conselheiros?

Também vou abordar o Processo Decisório do órgão colegiado – Conselho Consultivo e o Relacionamento positivo e construtivo para criação de ligações fundamentais para o processo decisório num ambiente saudável e promissor.

Mas o que é o Conselho Consultivo?

Conselho Consultivo é um órgão colegiado de Governança Corporativa responsável por apontar caminhos para o crescimento e a valorização da empresa em médio e longo prazo. É uma comissão de aconselhamento externa à empresa. Um Conselho Consultivo oferece orientação e conselhos para uma organização ou empresa, compartilhando experiências, conhecimento e perspectivas sobre questões específicas que afetam a organização, trazendo a visão externa, aconselhando em momentos de crise, trazendo orientação estratégica, facilitando conexões, enfim, ajudando os líderes a tomarem decisões eficazes. Esses conselhos podem ser compostos por especialistas, líderes da indústria, profissionais experientes de mercado ou outras partes interessadas relevantes para a organização. Suas recomendações são consideradas valiosas e devem influenciar as decisões estratégicas da empresa.

Quais as vantagens do Conselho Consultivo?

Os Conselhos Consultivos, por ser um órgão colegiado, fornecem uma visão ampliadas para o processo decisório da organização, atuando como conselheiros e fornecendo recomendações para o crescimento da empresa, para resolução de problemas em momentos de crise, para identificar oportunidades e boas práticas de gestão, sempre tendo em mente a lucratividade consciente da organização. Aqui temos algumas das vantagens de ter um órgão colegiado – Conselho Consultivo implantado:

1. Orientação Estratégica: O conselho consultivo deve fornecer insights valiosos e orientação estratégica, ajudando os líderes da empresa a tomar decisões eficazes sobre questões importantes, como mercado, ESG, pessoas, lucratividade ou margens.
2. Diversidade de Perspectivas: Ao reunir membros com diferentes experiências, conhecimentos e perspectivas, o conselho consultivo deve oferecer uma variedade de pontos de vista sobre desafios e oportunidades enfrentados pela empresa.
3. Networking e Conexões: Os membros do conselho consultivo muitas vezes têm extensas redes de contatos que podem ser úteis para a empresa, ajudando a estabelecer parcerias, identificar oportunidades de negócios e acessar recursos adicionais.
4. Acesso a Expertise Especializada: Dependendo da composição do conselho, a empresa pode ter acesso a especialistas em áreas específicas relevantes para seus negócios, como finanças, tecnologia, marketing etc.
5. Feedback Construtivo: O conselho consultivo pode oferecer feedback construtivo sobre as operações da empresa, políticas internas, estratégias de marketing, produtos e serviços, boas práticas de gestão, redução de custos e despesas, ajudando-a a identificar áreas de melhoria.
6. Responsabilidade e Transparência: A presença de um conselho consultivo pode ajudar a promover uma cultura de responsabilidade e transparência dentro da empresa, garantindo que as decisões sejam revisadas e justificadas por uma equipe diversificada de especialistas, assim como promover a liderança consciente.
7. Credibilidade: Ter um conselho consultivo respeitado e bem reconhecido pode aumentar a credibilidade da empresa perante investidores, clientes e outras partes interessadas.

Essas vantagens contribuem de forma significativa para o crescimento e sucesso da empresa, fornecendo suporte e direção valiosos aos seus dirigentes, donos, líderes e funcionários.

Como implantar um Conselho Consultivo?

Implantar um conselho consultivo eficaz segue algumas etapas importantes para o seu sucesso, garantindo a seriedade e o propósito a que se destina. Abaixo segue algumas etapas para implantação:

1. Defina os Objetivos e Propósito: Antes de formar um conselho consultivo, é importante ter uma compreensão clara dos objetivos que deseja alcançar e do propósito do conselho. Determine quais áreas da empresa se beneficiariam mais com orientação externa e defina as expectativas para o conselho.
2. Escolha Experiência e Comprometimento: Identifique profissionais que tenham experiência e conhecimento relevantes para os objetivos do conselho consultivo. Isso pode incluir líderes da indústria, especialistas em áreas específicas, clientes chave ou outras partes interessadas. A função de um conselho consultivo é dar boas sugestões para sua empresa. Então é preciso contar com profissionais que tenham bastante experiência dentro do escopo de necessidades do negócio. E que estejam dispostos a “vestir a camisa” da empresa, ou seja, a ter compromisso de ajudá-la a crescer.
3. Estrutura, Funcionamento e Regulamento: Determine a estrutura do conselho consultivo, incluindo o número de membros, frequência das reuniões, duração do mandato e quaisquer outros detalhes relevantes. Desenvolva também um processo para seleção de membros, agenda de reuniões e comunicação entre os membros. O regulamento do conselho consultivo prevê por exemplo: tempo de mandado dos conselheiros; periodicidade das reuniões; critérios do trabalho;
4. Realize a Primeira Reunião: Agende a primeira reunião do conselho consultivo para discutir o propósito, objetivos e expectativas. Use essa oportunidade para apresentar os membros, definir papéis e responsabilidades, e estabelecer uma agenda para futuras reuniões.
5. Forneça Recursos e Suporte: Os membros do conselho consultivo precisam ter acesso às informações e recursos necessários para desempenhar eficazmente suas funções. Isso pode incluir documentos relevantes da empresa, relatórios financeiros, atualizações sobre o progresso e acesso à equipe executiva.
6. Ofereça independência: Os conselheiros precisam expressar opiniões livremente. Portanto é importante garantir um espaço de trabalho profissional em que se pode ouvir e debater. Além disso, é melhor convidar pessoas sem vínculos diretos com a empresa. E, de preferência, fora do seu círculo de contatos. Os familiares, os funcionários e as pessoas diretamente interessadas na empresa são parciais.
7. Avaliação Contínua: Regularmente avalie o desempenho do conselho consultivo e faça ajustes conforme necessário. Solicite feedback dos membros sobre a eficácia do conselho e faça alterações na estrutura ou funcionamento conforme apropriado. Essa é a providência que mais exige maturidade em um conselho. Mas é a que garante eficiência. E, sem ela não há renovação. E renovar membros que não atendam ao propósito da empresa é vital. A produtividade e o engajamento do conselheiro são alguns itens avaliados, por exemplo. Mas o desempenho coletivo do conselho também é um item analisado. Os conselheiros se avaliam entre si e o todo.
8. Manutenção do Compromisso: Mantenha os membros do conselho consultivo engajados e comprometidos, reconhecendo e valorizando suas contribuições. Isso pode incluir reconhecimento público, oportunidades de networking e demonstração do impacto de suas recomendações nas decisões da empresa.

Funções primordiais dos Conselheiros:

1. Oferecer Orientação e Conselhos
2. Contribuir com Expertise Especializada
3. Analisar e Avaliar Estratégias
4. Promover a Responsabilidade e Transparência
5. Estabelecer Conexões e Networking
6. Assessorar em Momentos Críticos
7. Deveres:

Dever de Cuidar – cumprir o dever de cuidar, ser apaixonado pela missão;

Dever da Obediência – seguir as diretrizes da organização, como Código de Ética;

Dever da Lealdade – estar alinhado com a Visão, Missão e Valores.

Os Conselheiros desempenham um papel crucial no Conselho Consultivo, oferecendo orientação, expertise e insights valiosos para ajudar a empresa a alcançar seus objetivos, superar desafios, analisar e resolver problemas, ter um plano estratégico de crescimento a médio e longo prazo.

Tomada de Decisão Oportuna e Eficaz

A tomada de decisão colegiada envolve a participação de várias pessoas no processo decisório em um ambiente colaborativo. Aqui estão os passos comuns envolvidos nesse processo:

1. Identificação do Problema ou Decisão;
2. Coleta de Informações e dados;
3. Análise e Avaliação;
4. Discussão e Debate;
5. Tomada de Decisão;
6. Implementação da Decisão;
7. Acompanhamento e Avaliação;

É importante lembrar que a tomada de decisão colegiada deve ser um processo iterativo e dinâmico, e é fundamental promover uma cultura de colaboração, respeito mútuo e abertura ao feedback ao longo de todo o processo.

Guia prático para tomada de decisão:

1. Identifique o Problema ou Decisão: Defina claramente o problema que precisa ser resolvido ou a decisão que precisa ser tomada. Quanto mais específico e claro o problema, mais fácil será encontrar uma solução.
2. Reúna Informações de Dados Relevantes: Colete todas as informações e dados pertinentes relacionadas ao problema ou decisão. Isso pode incluir fatos, opiniões de especialistas, experiências passadas, dados e quaisquer outras informações relevantes.
3. Liste as Possíveis Opções: Identifique e liste todas as opções possíveis para resolver o problema ou tomar a decisão. Considere diferentes abordagens e soluções alternativas – um bom brainstorming ajuda nessa etapa
4. Avalie os Prós e Contras: Para cada opção, analise os prós e contras. Considere os benefícios, custos, riscos, consequências e impactos de cada opção – utilize uma matriz de SWOT por exemplo.
5. Pondere os Critérios de Decisão: Identifique os critérios ou padrões que serão usados para avaliar as opções. Isso pode incluir considerações como custo, eficácia, tempo, impacto, viabilidade, entre outros – uma matriz de GUT pode ser utilizada para esta etapa.
6. Tome uma Decisão: Após considerar todas as opções e avaliar os prós e contras, tome uma decisão. Escolha a opção que melhor atenda aos critérios estabelecidos e que seja mais adequada ao contexto analisado.
7. Implemente a Decisão: Desenvolva um plano de ação claro para implementar a decisão. Atribua responsabilidades, estabeleça prazos e recursos necessários para garantir uma implementação eficaz. Nesta etapa é comum utilizar a ferramenta dos 5W2H.
8. Acompanhe e Avalie: Monitore o progresso da implementação da decisão e avalie seus resultados ao longo do tempo. Faça ajustes conforme necessário e aprenda com os sucessos e fracassos do processo decisório. Importante implantar indicadores de performance ou KPI´s.
9. Reflexão e Aprendizado: Após a implementação da decisão, reserve um tempo para refletir sobre o processo decisório. Avalie o que funcionou bem, o que poderia ser melhorado e as lições aprendidas para futuras decisões.

Seguir este guia prático pode ajudá-lo a tomar decisões de forma mais eficaz e fundamentada, considerando todas as opções disponíveis e os impactos potenciais de suas escolhas e é fundamental para o sucesso de qualquer empresa ou organização. A tomada de decisão é um processo contínuo e iterativo, revise a rota sempre que necessário.

Conclusões:

Um conselho consultivo é uma poderosa ferramenta de governança corporativa capaz de impulsionar uma empresa rumo ao sucesso, enfrentando desafios, aproveitando oportunidades e alcançando objetivos estratégicos.

Para estabelecer um conselho consultivo eficiente, é essencial definir seu propósito, escopo, regras e procedimentos, além de selecionar conselheiros experientes, competentes e comprometidos.

Os benefícios que um conselho consultivo pode trazer são inúmeros: aumento da credibilidade, melhoria da qualidade, ampliação da visão, estímulo à inovação, fortalecimento da gestão, prevenção de problemas e valorização do negócio, auxiliando nos processos de tomada de decisão de forma eficaz e consciente, avaliando todos os aspectos relevantes sob várias óticas visando a assertividade no processo decisório.

E tudo isso funciona muito bem através de Relacionamento e Networking saudáveis, onde exista cooperação, compromisso e cumplicidade, é o ganha ganha iterativo, onde os profissionais se respeitam e se ajudam entre si, tem empatia, confiança, comunicação clara e transparente com foco no objetivo comum que é o crescimento da empresa, o cuidado com as pessoas e com meio ambiente, o desenvolvimento humano e organizacional, a construção da confiança e da reputação, enfim, através de uma liderança inspiradora é possível a implantação de todos estes processos para se chegar na lucratividade consciente e perene. Sabemos que cultivar relacionamentos eficazes nas empresas não acontece da noite para o dia, mas investir tempo e esforço nesses princípios nos leva a uma cultura organizacional forte e a uma equipe coesa e produtiva.