Construindo Pontes
Ontem tivemos na IBM Brasil o Bluetalks, nosso Meetup aberto sobre Tecnologias e Inovação. O tema da noite foi "Disrupção", essa palavrinha que todos nós aprendemos a falar nos últimos anos. No painel que contou com o Prof @Claudio Larieira, o Investidor Anjo @Mauro Negrete, o CEO da Ändere Capital @Eduardo Silva e o CEO da GV2C @Guilherme Martins, debatemos as bases conceituais sobre o que é Inovação, o que é um Modelo de Negócios, como a educação no nosso país deve evoluir para atender a explosão de novas áreas de conhecimento, como o empreendedorismo e o mundo de Startups está evoluindo no Brasil, e muitos outros temas interessantes.
Na segunda etapa do Meetup, tivemos um debate sobre como as novas tecnologias podem impactar o segmento de saúde, de cidades inteligentes e o agronegócio no Brasil. Neste painel tivemos a presença do @Sergio Gama que é evangelizador de IBM Cloud, do @Beto Montoro que é CEO da Dr. Benefício, do @Alfred Gunter CIO da Hersheys e apaixonado por cidades inteligentes e da @Saadila Carvalho Ger. TI na Agrex, vertical de Agro da Mitsubishi. Abordamos como as tecnologias hoje estão totalmente acessíveis.
Como bem disse o VP da IBM @Marcelo Spaziani na abertura do evento, a base tecnológica para a Indústria 4.0 são tecnologias como Cloud, I.A., Blockchain, e outras que requerem baixo investimento em capital. Essa característica da Indústria 4.0 faz com que países como Brasil possam dar um salto acelerado de desenvolvimento, pois a barreira de adoção causada pelo custo do investimento é muito menor que o da Indústria 3.0.
Mas se o custo para usar essas tecnologias não é mais a grande barreira, por que ainda estamos muito distantes dos modelos mentais que conseguimos facilmente vislumbrar para cidades inteligentes, saúde e agro 4.0? Todos os participantes tocaram no ponto da desconexão entre a realidade tecnológica e a realidade de nossa legislação. Amarras burocráticas, normativas e legais seguram alguns avanços. @Sergio Gama comentou que para integrar as cameras de uma cidade para criar um sistema de reconhecimento em tempo real de vídeos requer a adoção da esfera municipal, estadual e até federal do governo. O alinhamento destes astros políticos é muito raro para surgir o efeito que desejamos.
Falamos também sobre a responsabilidade nossa como consumidores, como cidadãos e como funcionários de exercer pressão em busca desse mundo 4.0 no Brasil. Como consumidores temos o poder de compra nas mãos, e devemos demandar em nossas escolhas prédios que tenham sistemas inteligentes de captação de água e de energia solar, carros que consumam menos combustível e que poluam menos, etc. Como cidadãos precisamos começar a questionar a agenda tecnológica que nossos candidatos políticos têm para nosso país, estado, cidade.
Como funcionários devemos direcionar nossas empresas para o uso dessas tecnologias disruptivas no nosso dia-a-dia. Como funcionários de empresas de tecnologia devemos liderar a educação das novas gerações. Aqui surge nossa missão irrevogável de construir pontes que levem I.A., Blockchain, IoT, Cloud a todos que querem aprender. As empresas podem trazer real impacto para o país quanto entendem essa realidade.
Um projeto sensacional que é um exemplo de educação é o Hackatruck. Trata-se de um caminhão-sala-de-aula-maker. O foco é levar para os cantos mais distantes do Brasil aulas sobre Internet das coisas, com toda a oficina maker para prototipação de soluções que vai facilitar o teste e o aprendizado. O Hackatruck está essa semana na IBM Tutóia em São Paulo, e daqui partirá para sua viagem de um ano. Nele os alunos vão aprender com Arduinos, Raspberrys, IBM Cloud, Inteligência Artificial. Construirão seus protótipos com ipads, iphones, impressoras 3D e muitos outros equipamentos.
No campo de cidades inteligentes um projeto um tanto quanto peculiar é o da ponte inteiramente impressa em 3D que está sendo implantada em Amsterdã. A tecnologia de impressão 3D apareceu primeiramente no Gartner Hype Cycle em 2008. Naquele ano estava já entrando no quadrante de "expectativas infladas". Hoje, depois de 10 anos, essa tecnologia já evoluiu muito e já está sendo aplicada em várias indústrias e em vários produtos diferentes. Desde palmilhas customizadas no formato do seu pé até na famosa ponte de Amsterdã. O legal desta ponte é que ela possui uma "gêmea digital", com sensores que medem todos os detalhes e condições as quais a ponte será submetida no seu dia-a-dia. Parece um sonho para nós Brasileiros que ainda nos deparamos com viadutos que caem e prédios que desmoronam, que no futuro poderemos ter "gêmeos digitais" dessas construções dizendo a hora certa de fazer a manutenção. Caso você se interesse pela tecnologia de impressão 3D veja o bate papo divertido que tive com o Igor Lopes para o canal Youtube dele.
Finalizo este artigo reforçando a conclusão a que todos chegaram no painel. A inovação é aplicação real de novas tecnologias ou modelos de negócios para dar solução a problemas e ansiedades das pessoas e empresas. Para que isso aconteça em nosso país a barreira inicial é a educação. Convido você então a ser um agente da educação. Eu invisto meu tempo nisso. Invisto em aprender, e em ensinar. Compartilhe também seu conhecimento.
Texto: @hvon (siga-me também no Instagram e no Twitter)
Fotos por: @Pedro Pavanato
Board Member / CEO
6 aA duas semanas estive visitando a MX3D e conhecendo os seus trabalhos e projetos. Excelente fonte de inspiração para inovação
Head of Marketing and Comms. | CMO | IBM Brasil
6 aÓtimo ver que continuam trabalhando para disseminar conhecimento e chegar a novos públicos!
Artigos como esse são essenciais ! Obrigada por sempre compartilhar conhecimento, é o que vc tem de mais rico e pode fazer toda a diferença no desenvolvimento desse Brasil.
Azure Solution Sales Director @Microsoft | TEDx Speaker | Women to Watch
6 aHvon, excelente texto. Realmente, estamos em um momento de construir pontes entre pessoas e tecnologia, e com certeza a educação é essencial.
Gerente de Comunicação na EY | Pós-graduação em Comunicação e Mídias Digitais
6 aÓtimo artigo professor, sem dúvida a saída está na educação. Só assim conseguiremos mudar, inclusive, este modelo de políticas públicas ultrapassado.