Construir uma nova personagem para uma nova comunicação

Depois de anos fazendo palestras, convidei minha mãe para assistir à uma palestra minha em Itu, até então ela conhecia somente meu trabalho como atriz e não como palestrante. Durante a apresentação eu interpretei a expressão facial da minha mãe como estranhamento; e eu estava certa! Assim que terminou a apresentação ela disse: -Você é diferente aqui. E agora, ela estava certa. SOMOS DIFERENTES EM DIFERENTES CONTEXTOS E ISSO NÃO É FALSIDADE, ISSO É CONSTRUÇÃO DA PERSONAGEM. Somos muitos. Possuímos diversas possibilidades. Você provavelmente já possui personagens na sua vida: filha(o), mãe (pai), colega, namorada(o), empresária(o). Cada situação faz com que você escolha exaltar uma característica sua ou mesmo criar uma combinação diferente. E por que não refinar este processo de construção que acontece naturalmente? Eu acredito que existam dois processos: vida e palco. O processo de vida é lapidado de acordo com suas experiências. Já o processo de palco você participa de jogos, exercícios e cenas que estimulam uma nova personagem. Uma pergunta simples, porém importantíssima: Qual personagem você construiu para suas apresentações em público? Muitos que procuram fazer um curso comigo construíram uma personagem tímida com voz baixa e pouca expressão corporal. Esta personagem não sente prazer de falar em público, pelo contrário, sente pavor. Podemos construir outra personagem e viver uma nova cena. Pode parecer difícil este processo de palco, mas não é. Ele é prazeroso e libertador. Interpretar não é a arte de mentir; é a arte de encontrar verdade. E essa verdade do palco na construção da personagem pode ser vivida em diversos palcos da vida. Outro dia, ouvi de uma pessoa que participou do meu curso: - Você se transforma quando dá aula. Eu fico muito feliz em ouvir isso. Podemos nos transformar e ter plasticidade na nossa comunicação. Como? Por meio de jogos e exercícios que provocam o participante a criar uma nova forma de falar, andar e sorrir. A maior preocupação com criação de personagem é perder a naturalidade. Na minha visão é importante não perder sua essência. Quando você constrói uma personagem que tem verdade e essência a sensação é incrível. VOCÊ VIVE O PAPEL.