Construtoras de todo o Brasil se mobilizam para encontrar saídas para o descolamento cerâmico
Por: Nathalia Barboza Colaboraram: Bruno Loturco, Maurício Besana e Eder Santin - Revista Téchne
Edição 234 - Setembro/2016
Um grave problema tem tirado o sono das construtoras de todo o País: desde 2012, placas cerâmicas assentadas em paredes internas de empreendimentos em construção ou já entregues têm descolado e caído precocemente. Em São Paulo, os primeiros relatos de descolamento cerâmico reportaram ocorrências com peças produzidas entre 2010 e 2011. Mas foi no final de 2014 e início de 2015 que os casos se avolumaram, ganhando a atenção de outros Estados. 'O assunto é muito sério e de repercussão nacional', adverte Paulo Sanchez, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).
No ano passado, uma reunião do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP despertou os construtores para a dimensão do problema. 'Naquele dia, 60% dos seus integrantes confirmaram enfrentar patologias semelhantes, mas todos ainda tratavam a situação de forma isolada', conta Sanchez.
Na maioria dos casos, o revestimento cerâmico estufa e as placas se soltam da parede. 'Já sabemos que ocorre não o arrancamento, mas o cisalhamento entre a placa cerâmica e a argamassa após um processo de expansão por umidade (EPU) elevadíssimo. Este fenômeno nos parece hoje a evidência maior do que está gerando o problema de desplacamento', define Yorki Estefan, coordenador do CTQ e diretor da construtora Conx.