Consumidores conectados
Rafael Andrade

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O superdimensionamento da geração net na conversão de vendas de produtos e marcas

A grande facilidade de consumo de conteúdos, dados, além da interação em tempo real com pessoas, produtos e marcas criou uma sensação de onipresença para o mobile marketing. Todavia, mesmo com a análise de comportamento feita por outros autores em artigos sobre as diferenças de consumo das três gerações que nasceram e moldaram o século XX e início do século XXI, há um superdimensionamento do poder da “geração net” – definição das pessoas que foram “educadas” com a ascensão do mundo digital entre as décadas de 1980 e 1990.

O superdimensionamento está na baixa conversão de vendas que as empresas tem notado em suas estratégias de marketing digital. Um exemplo de um grande player de mercado que repensa a sua atuação no mundo digital para atrair os novos consumidores da “geração net” é a Procter and Gamble. A gigante norte-americana de variado portfólio com marcas famosas como Gilllete e Batatas Pringles diminuiu seu orçamento digital por não considerar satisfatório o volume de novos consumidores fiéis aos produtos da empresa.

Esse resultado pode mudar toda uma tendência de aumento no investimento das corporações no mobile marketing. Outro exemplo de baixa conversão de vendas mesmo com o alto engajamento do público da geração net é a Red Bull. De 2008 até 2016, a empresa de bebidas energéticas, da Áustria, conseguiu um bilhão de views em seu canal no You Tube com vídeos de esportes radicais e fora do padrão convencional. Um sucesso como branding.  Mas, com efeito reduzido no crescimento de vendas no período.

Em recente artigo produzido pela Endeavor em parceria com o SEBRAE, ambos fomentadores do empreendedorismo, cunhou-se o termo métrica da vaidade. Milhões de likes em páginas de Facebook, seguidores no instagram, twitter e em outras opções de redes sociais não tem significado maior consumo de produtos. A geração net exige muito das marcas, jura fidelidade, mas no fim acaba optando, em sua maioria, por receber os benefícios freemium ofertados pelas empresas sem dar nada em troca.

O marketing mobile trouxe sim uma possibilidade de aproximar produtos e marcas das pessoas. Porém, é preciso criar opções para que os “nets” (sem referência à empresa de TV à Cabo) sejam um caminho, um meio das marcas chegaram até quem realmente possuí o poder de compra e os influencie de fato. O marketing mobile terá de revisar sua percepção de que a geração net é a conversão imediata em consumo de produtos. Por enquanto, eles são potenciais alto-falantes das marcas, para o bem e para o mal. Quando as estratégias focarem em fazer dos “nets”, influenciadores. Uma nova era do marketing estará inaugurada.

Rafael Andrade

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