Consumismo desenfreado: os problemas de gastar mais do que você tem com coisas que não precisa

Consumismo desenfreado: os problemas de gastar mais do que você tem com coisas que não precisa

No mundo em que vivemos, o consumo é altamente estimulado. Através dos meios de comunicação, somos incitados a comprar produtos desde criança. São novos brinquedos, aparelhos eletrônicos revolucionários, entre outros. Uma semente é plantada em nós e, sem que sejamos capaz de perceber, estamos desejando todas essas novidades e, o não consumo, pode ser um problema para as pessoas.

Não diferente das crianças crescidas nos anos 90, eu fui bombardeado por toda essa propaganda-estimuladora-de-consumo. Sem perceber, eu ia pra shopping-centers “passear”, ao invés de ir à praia ou a parques. Eu apenas olhava os diversos itens e sonhava com o dia que ia poder compra-los. Quando eu o fazia, era tomado por uma sensação de felicidade que durava, pelo menos, dois dias. A psicologia explica isso como o “hormônio da felicidade”, a dopamina. Ela é gerada toda vez que temos algo novo em nossas vidas. Nesse caso, é a compra de um produto novo. Ou seja, o consumismo nos estimula a sermos viciados em dopamina. Ao comprarmos um produto novo, sentimos essa “felicidade momentânea”. Para que o efeito continue, devemos comprar mais.

Pare e pense: você tem algo que é muito difícil não comprar quando vai a uma loja ou shopping-center? Eu tenho: no meu caso, sou viciado em livros. Hoje, não tenho mais espaço em minha casa para livros, mas sempre que estou em algum lugar que tem uma livraria, não posso deixar de ir ali e olhar os livros. Sempre tive uma facilidade enorme em controlar meus gastos mas, nesse ponto da minha vida, eu estava completamente descontrolado. O efeito da “felicidade momentânea” estava presente em mim e, a prova disso, é que eu tinha muito mais livros do que a minha capacidade de leitura. Nesse sentido, o consumo de livros estava sendo um problema para mim, já que meu controle financeiro estava desbalanceado.

É evidente que estamos falando de proporções muito pequenas. Um livro custa, em média, R$ 25,00. Há pessoas que são viciadas em consumir itens muito mais caros, com poder de desestabilizar sua vida financeira de forma muito pior. Dessa forma, ainda mais por ser economista, tive que encontrar uma solução para meu problema.

A tecnologia nos proporciona grandes recursos para facilitar nossas rotinas diárias, mas quando obtê-las vai causar problemas na nossa vida financeira, obstruindo consumos prioritários, acredito que seja melhor repensar.

Aprendi a tomar mais cuidado com as coisa que quero comprar, pesquisar mais, ler experiências com aquele item e avaliar melhor se é, de fato uma prioridade. No caso dos livros, descobri que o skoob (uma rede social exclusiva para leitores) possui um sistema de trocar muito eficiente. Portanto, eu posso trocar os livros que tenho ao invés de comprar novos livros, o que me ajuda a resolver o problema do espaço e não deixando, jamais, que as ilusões do mundo em que vivemos me dominem. Afinal, a felicidade nunca vai poder ser comprada.

 


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