Conteúdo com baixo orçamento: é possível?

Antes de estar se perguntando se Conteúdo com baixo orçamento é possível, você deve estar pensando: por que uma foto com um cachorro está ilustrando esse artigo? Explico: esse registro foi feito por mim, um dia após eu ter falado sobre Conteúdo com baixo orçamento no Grupo Digital RS em Porto Alegre. A cachorrinha é a Peppa, minha companhia em uma tarde de produção de Conteúdo para um cliente no interior de Venâncio Aires. Pra mim ela é um símbolo de que criar Conteúdo para marcas envolve paixão, relacionamento, relevância e, principalmente, muita mão na massa.

Já volto para esse exemplo, primeiro quero citar uma fala do Andrey Dutra. Na semana passada usei como referência a palestra dele sobre Mobile Content no Share Talks 2018 (leia aqui) e agora novamente trago suas colocações para me auxiliar nessa explicação. Ele começou dizendo que a mensagem é o mais importante. Ok, isso já sabemos, mas ele usou uma metáfora, um exemplo, muito interessante.

Brincou que Antropólogos, Sociólogos e Comunicadores lidam com o mesmo material: pessoas. Mas têm diferenças bem importantes entre eles: os Antropólogos estudam as pessoas indo até a casa delas, a pé, conhecendo o ambiente, conversando, trocando informações olho no olho, vivenciando a realidade delas. O Sociólogo vai até as pessoas, mas de carro, para facilitar, não é mesmo? Brincadeira, ok Sociólogos? Afinal o problema mora mesmo nos Comunicadores: muitas vezes vamos de helicóptero até as pessoas, as avaliamos lá do alto, bem rapidinho, para voltarmos logo para nossas agências para um brainstorm hiper criativo. E uso aqui a primeira pessoa do plural, afinal é um desafio diário mudar essa realidade na qual também me incluo.

Falando em me incluir, volto para o exemplo da Peppa. Nesse dia, me dirigi até o interior de Venâncio Aires com um cliente para fotografar e conhecer um projeto que haviam executado em uma residência por lá. Além de registrar, pude ver o esforço que a equipe desse cliente (Merchan: Inoxis Metal de Arroio do Meio!) colocou em cada pedaço daquele lar. Pude de fato imaginar como a família vai viver momentos felizes naquele lugar. Como deve ter sido a realização de um sonho ver tudo aquilo pronto e lindo. Percebe como a diferença que vou gerar na criação do Conteúdo aqui, é bem diferente?

O Andrey pontuou em sua palestra que precisamos de menos super produções e mais verdade e conversa. Quem sabe dedicar 50 minutos para ter uma boa ideia e apenas 10 minutos encontrando a melhor forma para ela. Afinal, post com conteúdo é muito mais significativo que é um post bonito, mas que não diz nada. Quando um grupo de pessoas estão conversando em um bar, qual delas chama mais atenção? Aquela que tem conteúdo, que tem o que dizer, que tem histórias (olha elas aqui!) para contar.

E para não ficar somente no exemplo do cliente da Âme, cito duas ótimas referências de Conteúdo criado com esse pensamento, citados pelo Andrey. Primeiro, o recente vídeo da YouTuber Jout Jout, sobre o livro "A parte que falta". Qual produção está envolvida nesse vídeo? É apenas ela, com uma roupa normal, sentada em sua cozinha, com uma luz natural e um áudio adequado para ouvirmos apenas sua voz, sem trilhas. E o que ela faz? Lê um livro. O resultado? 4 milhões de visualizações e recordes de venda dos livros. O motivo? Ela passou verdade, simples assim.

Outro exemplo que ele citou, que pessoalmente adoro, é da Luisa Dörr, a brasileira que fotografou várias capas para a Times, usando apenas um Iphone. Precisa dizer mais?

Viu só que Conteúdo com baixo orçamento é possível? O que não é possível é criar Conteúdo sem verdade e paixão.

Gostou das minhas colocações? Sim? Não? Deixe seu comentário, para quem cria conteúdo o feedback é sempre muito importante.