Conteúdo, marketing e uma pitada de estratégia
Há quase três décadas a internet dava seus primeiros passos. Hoje, esta “senhora” na faixa dos 30 acumula conhecimentos e transformações, mas sem perder o pique. Se até 2010 o usuário recorria principalmente ao PC ou Notebook como ferramentas para acessar a internet, o que veio depois disso foi um verdadeiro boom na utilização de dispositivos mobile (smartphones e tablets) para acessar e compartilhar informações e conteúdos em tempo real.
E se os usuários – leia-se também consumidores – passam a ter mais possibilidades de consumir conteúdo e produtos a qualquer momento, também se intensificam as formas de criar atrativos, ferramentas, estratégias de marketing e de incrementar os resultados das empresas no ambiente online. Duas dessas estratégias encontradas para se conectar e conquistar o público digital são o marketing de conteúdo (que também pode acontecer offline) e o inbound marketing.
Os papéis das duas ferramentas estratégicas são distintos, mas na constante busca pelo crescimento das taxas de conversão, muitas empresas têm “errado a mão” na produção desses tipos de conteúdos.
Enquanto o inbound marketing tem o papel de atrair clientes, aumentando o tráfego, leads e conversões de vendas nos sites, o marketing de conteúdo existe para estimular o relacionamento com a marca, podendo ou não ter a compra como consequência. Seu papel está mais ligado à fidelização e encantamento contínuo.
O que as duas ferramentas têm em comum atualmente é que estão entrando em declínio, não por estarem ultrapassadas, mas pelo desgaste causado pelo mau uso do seu potencial. Segundo Cássio Politi, especialista e autor do livro Content Marketing – o Conteúdo que Gera Resultado, o marketing de conteúdo deve ser algo contínuo, focado e não baseado em campanhas. Porém, observamos empresas confundindo marketing de conteúdo com “conteúdo marqueteiro”, algo que o consumidor online está cada vez menos interessado. Ele não quer ser bombardeado com promoções e sugestões que pouco tem a ver com suas reais necessidades ou preferências, ele quer empresas que entendam seu perfil, que ofereçam informações relevantes e diferenciadas.
O relatório Estado do Inbound 2017 revela que está cada vez mais difícil prospectar leads, pois os consumidores não consomem mais como antes. “Na era do consumidor, os vendedores devem observar os que compram por meio de redes sociais, fazem tudo em seus dispositivos móveis e pesquisam produtos por conta própria”, aponta o relatório.
Esse tipo de consumidor, que está sempre conectado, fazendo comparações de produtos e buscando informações extras para efetuar uma boa compra, é reconhecido como omnishopper. E para atuar junto a este tipo de consumidor, a solução é se tornar um consultor de confiança, de acordo com o relatório citado.
Um recente estudo divulgado pela Criteo, “The Shopper History”, que traz dados de seis países, entre eles o Brasil, mostra que somos líderes entre os que preferem comprar tudo online (85%), mas também entre os que gostam de comprar diretamente na loja, quando tem tempo disponível (77%). Ou seja, a população segue comprando das duas as formas e quem reúne os melhores atrativos para captar esses compradores sai ganhando. Eles estão empoderados, onipresentes, exigem respeito, querem ser valorizados, mas ao mesmo tempo se sentem influenciados pelos sites de varejo e marcas. O conteúdo, quando bem executado e atento às diferenças de cada ferramenta estratégica, tem poder de incrementar a experiência online do consumidor e transformá-la em um resultado positivo e duradouro para as empresas.