Conteúdos artificiais: ninguém quer, mas é o que está tendo
A IA está revolucionando a criação de conteúdo, e tenho observado como ferramentas tipo o GPT-4o podem gerar textos cada vez mais complexos (mas humanamente vazios) em pouco tempo.
E as imagens? Bom, essas já não consigo dizer a mesma coisa. Estão ficando cada vez mais realistas e dividem opiniões quanto a esses avanços serem bons ou ruins.
A verdade é que estamos vivendo um momento onde um grande volume de conteúdo textual e visual está sendo criado através de IAs e publicados em blogs, redes sociais e até jornais impressos (com o prompt usado para tal).
O problema nisso tudo é que a maioria desses conteúdos são artificiais, assim como a inteligência dos robôs por trás deles. Não passam por revisão, humanização e verificação de dados. A IA entrega. O pseudo-criador publica.
Tenho visto muitas pessoas realizando testes com projetos de conteúdo criados 100% por IA. Alguns com revisão, outros sem revisão. Os resultados em termos de SEO estão sendo satisfatórios para alguns.
Até aí, OK. Mas, e a conversão? Só rankear no Google não garante clique, lead ou até mesmo venda. E as expectativas do público? Suas necessidades?
A IA ajuda a produzir blog posts, artigos e posts em redes sociais com eficiência. Mas ainda não é capaz de dar o toque humano. Sem contar que muitas vezes ela alucina e entrega informações sem o menor sentido, ou, no pior dos casos, falsas.
O público está ficando cada vez mais exigente, e para piorar (melhorar para os profissionais de escrita), com o grande volume de conteúdos escritos de forma semelhante, o público está sendo capaz de identificar textos saídos de IAs Generativas com mais facilidade, seja em parte ou por completo. O ChatGPT está viciando o olhar sobre os textos.
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Eu uso IA no meu arsenal de ferramentas. Não vou ser hipócrita de negar isso. Ela me ajuda a ser mais produtivo. Sem contar que ao surgir um bloqueio criativo, posso acioná-la para destravar e seguir o processo de criação. E na fase de revisão, ela me ajuda a identificar pontos de melhoria, descomplicar frases complexas, entre muitas outras coisas.
ChatGPT, Gemini, Midjourney, Dall-E entre tantas outras IAs Generativas, se utilizadas com consciência e estratégia, podem ser benéficas para o processo de escrita.
Conteúdo artificial vai acabar com a profissão de escritor?
Tem muita gente dizendo por aí que a profissão de escritor vai acabar. E o embasamento dessas pessoas é a evolução das IAs Generativas. Eu não acredito nisso. Acredito na melhoria das oportunidades e em uma quantidade menor, disponível para profissionais de escrita capazes de utilizar a IA como ferramenta de apoio ao longo do processo.
Com ou sem IA, todos podem escrever. Isso é inegável. Mas, assim como em todas as profissões, é preciso acompanhar a evolução do mercado e das tecnologias. Adotá-las como forma de se manter relevante profissionalmente.
O profissional moderno de escrita não pode, e nem deve, ignorar a IA. Deve andar de mãos dadas com ela e aproveitar seus benefícios, sempre lembrando que público e cliente não querem conteúdos artificiais.
Até a próxima edição!