Cooperação Descentralizada: A internacionalização dos Estados e Municípios.

Desde o final da década de 1940 verificamos uma intensificação na atuação interdependente dos Estados. Para os cientistas políticos Robert Keohane e Joseph Nye, essa interdependência se observa no sistema internacional quando diferentes protagonistas (atores) estão vulneráveis e são diretamente afetados pelas ações de outros protagonistas.

No atual modelo de sistema internacional, encontramos uma infinidade de interações entre atores, tais como as organizações governamentais, ONGs, corporações multinacionais e, mais recentemente, os atores subnacionais representados pelos Estados e Municípios, além de parlamentos. A esse processo, dá-se o nome de Paradiplomacia ou Cooperação Descentralizada.

Diante desse cenário de profunda aproximação entre as nações, não é de se estranhar que atores subnacionais comecem a buscar maior inserção internacional. Estados e Municípios brasileiros começam a investir cada vez mais em sua internacionalização, a fim de buscar novos modelos de políticas públicas. Nesse sentido, a articulação internacional dos atores subnacionais ocorre, geralmente, por meio da cooperação. 

O Município do Rio de Janeiro é um exemplo de ator subnacional engajado com a internacionalização. Possuem uma estrutura bastante robusta contando com Gerências de Cooperação Bilateral, Multilateral e de Relações Institucionais.

A Câmara dos Deputados  possui Secretaria de Relações Internacionais bastante atuante, cujas atribuições perpassam o estabelecimento de diretrizes da diplomacia parlamentar da Câmara; promoção da cooperação com parlamentos de Estados estrangeiros; e apoiar as delegações, comitivas e representações da Câmara em missão oficial.

Há, ainda, o FONARI, Fórum de Secretários e Gestores Municipais de Relações Internacionais que visa ser fortalecer a internacionalização de Estados e Municípios em sua internacionalização.

Em suma, verifica-se que já existe uma movimentação relevante no país em busca da internacionalização dos Municípios e Estados. No entanto, é preciso tornar o processo cada vez mais conhecido por aqueles que formulam e executam as políticas públicas e as leis, a fim de promover e difundir nossa cultura e nossas empresas para mundo, tornando o Brasil um país cada vez mais atrativo internacionalmente.