COP27: as verdadeiras mudanças que o mundo precisa
Estou com bastante expectativa para os resultados da 27ª sessão da Conferência das Partes, a COP27, que começou dia 6 e vai até 18 de novembro no Egito. Realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o evento acontece desde 1995 e já promoveu alguns dos acordos mais importantes da história, como o de Paris, na COP21, e a criação do mercado global de carbono, na COP26.
Espero que esse encontro entre diversos líderes mundiais seja marcado por verdadeiros compromissos em prol do planeta e não apenas discursos e assinaturas, como, infelizmente, tem ocorrido e foi apontado pelo relatório divulgado pela ONU no último dia 26 de outubro. Embora 183 países (incluindo o Brasil) tenham concordado em revisar e fortalecer seus planos climáticos no ano passado, desde então, apenas 24 forneceram planos climáticos atualizados ou novos, as chamadas NDCs, sigla em inglês para “contribuições nacionalmente determinadas”.
Com isso, mesmo se eles cumprirem o combinado, as emissões globais de gases de efeito estufa aumentarão 10,6% até 2030 em comparação com os níveis de 2010. Isso acende um grande alerta: as atuais promessas climáticas de todos esses países podem trazer ao mundo um aquecimento de até 2,5ºC até o final do século.
Para evitar esse cenário preocupante, o Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas reforça que é necessário uma redução de 43% nas emissões até 2030 para limitar o aquecimento a 1,5 graus Celsius acima das temperaturas pré-industriais. Trata-se de um grande desafio, porém estou otimista, pois vejo diariamente sinais de progresso no que, realmente, faz toda diferença: o comportamento humano.
Mais do que as autoridades, as PESSOAS são as protagonistas desta transformação. E elas estão cada vez mais responsáveis com as suas ações, como mostram algumas pesquisas. Segundo a 10ª e última edição da série de estudos Future Consumer Index (FCI), realizada pela EY-Parthenon, mais de três em cada quatro entrevistados (78%) dizem que vão prestar mais atenção ao impacto ambiental daquilo que compram e 77% dizem que vão prestar mais atenção ao impacto social do que consomem. “São hábitos que estão aos poucos passando a fazer parte do rol de escolhas dos clientes”, afirma o relatório. Outros números comprovam essa tendência:
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Em suma, torço para que a canção “A Hard Rain’s A Gonna Fall”, de Bob Dylan, uma das minhas maiores referências, composta no começo da década de 60, não seja mais atemporal.
“I’ve stepped in the middle of seven sad forests; I’ve been out in front of a dozen dead oceans; I heard the roar of a wave that could drown the whole world” (“Eu pisei no meio de sete florestas mortas; Eu estive diante de uma dúzia de oceanos mortos; Eu ouvi o rugido de uma onda que poderia afogar o mundo inteiro”, em tradução-livre).
Sonho com florestas em pé, oceanos vivos e menos catástrofes ambientais.
Portanto, se a edição anterior foi reconhecida como a “COP das empresas” por causa da pressão do setor corporativo, que se posicionou de maneira contundente, desejo que esta seja lembrada como a COP de toda a sociedade.
Precisamos ser e promover as mudanças que tanto desejamos para o mundo!
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2 aEspero que firmem compromissos concretos, cuja implementação possa ser acompanhada com transparência e pressão da população de cada país. Imagino se a ONU pudesse aplicar sanções econômicas e comerciais aos países que não cumprissem os compromissos, se haveria mais engajamento e resultados concretos.