CORREIAS TRANSPORTADORAS TÊXTEIS – CARCAÇAS CLASSE DE RESISTÊNCIA
Uma correia com 02 lonas pode ter mais resistência que uma correia com 03 lonas?
A resposta é SIM.
Porque?
Por que as carcaças possuem diferentes classes de resistência e a seleção para aplicação está relacionada a fatores como:
· Tensão Máxima de Operação;
· Tensão Máxima de Partida/ Frenagem;
· Diâmetro Mínimos dos Tambores;
· Acamamento;
· Distância Entre Centros do Transportador;
· Granulometria do Material Transportado;
· Altura de Queda do Chute de Alimentação.
Existem carcaças de maior utilização no mercado (padronizadas), mas confecções especiais podem ser produzidas de modo a atender condições específicas.
No Brasil comumente encontramos referencias comerciais dos fabricantes de correias, mas o “ideal” é ter sempre um produto com referências e características normativas.
Me refiro como ideal, pois se o consumidor final compra sempre um produto pelo nome comercial, acaba ficando “refém” das especificações feitas pelo fornecedor.
Particularmente “rezo” pela cartilha normativa e sempre recomendo que ao realizar um cadastro de uma correia para compra, insira o máximo de informações possíveis sem referenciar especificação de fabricantes, atenha-se a normas.
Vamos a exemplos de carcaças (conforme DIN 22102):
Nas carcaças acima, o segundo exemplo, mesmo com mais lonas, tem uma resistência inferior à de 02 lonas, respondendo à questão de abertura deste post.
Os fios do urdume são os que determinam a resistência a tração das correias.
Alguns Exemplos de Classe de Resistência de Carcaças em N/mm, conforme DIN 22102:
A resistência de cada lona da carcaça é obtida através da razão entre a resistência mínima a ruptura pelo número de lonas.
Cabe aqui salientar que carcaças com mesma resistência a ruptura, podem apresentar um comportamento ao alongamento distinto, pois também são os fios do urdume que definem o percentual permitido.
Exemplo:
EP 1000/3 (urdume em poliéster) ≠ PP 1000/3 (urdume em nylon)
As referências de resistência das carcaças podem ser encontradas nas seguintes unidades de medida:
· PIW: (Pound per Inch of Width) ou libras por polegada de largura, como queira.
· Kgf/cm: Quilograma força por centímetro de largura.
· N/mm: Newton por milímetro de largura.
· kN/m: Quilo Newton por metro de largura.
FATORES DE CONVERSÃO:
Coeficientes de segurança são aplicados no dimensionamento de carcaças. Tradicionalmente os fabricantes de correia utilizam um fator de 10:1 para correias têxteis, entretanto fatores diferentes podem ser aplicados.
O fator de segurança é essencial para absorver picos de tensões ocasionados na partida e frenagem da correia, variações de carga momentânea, esforços gerados por desalinhamentos (atrito), perda de resistência por envelhecimento e outros fatores que podem gerar a degradação da correia.
NOTA: Para dimensionamento/ especificação de uma correia, um especialista deverá ser consultado.
Referências:
CEMA – Belt Conveyors for Bulk Materials
ARPM IP-1:2016 – Conveyor and Elevator Belt Handbook
DIN 22102-1:2014 – Dimensions, specifications, marking
ABNT 16348:2015 – Correias Transportadoras com lonas têxteis - Dimensões, Especificações e Marcações
(12/2018)
Business Development Manager – Brazil na 4B Components Ltd.
6 aEleandro Da Silva Fábio Nathan Moreira Lopes Bruno Pavani Keithi Karla Xavier Porto Jaelco Souza( 運營) Franklin Oliveira, MBA, Eng
Mechanical Engineer
6 aVale lembrar que alguns fabricantes de correias de lona, como por exemplo a Goodyear, não seguem esse padrão de nomenclatura, sendo a resistência mostrada a resistência por lona da correia. Ex.: Uma correia EP 630/4 da goodyear é equivalente à um EP 2520/4 na nomenclatura normatizada.
Consultor de Manuseio de Material Sólido e Granel - MMSG
6 aImportante frisar que a resistência da correia tem uma grande ligação com a emenda (tipo, qualidade e etc), portanto, a emenda acaba sendo o ponto fraco da correia.
Técnico de monitoramento
6 aParabéns pelo artigo muito bom!!!