Críticas e Elogios

A sabedoria popular te diria que "Criticar e fácil, difícil é fazer melhor". Homer Jay Simpson te diria que "Criticar é fácil. E é divertido também". Eu te digo que "Criticar é fácil. Difícil é elogiar". O trabalho que vem sendo feito no Brasil é coisa de profissional. Nós últimos 11 dias úteis, já são quase 170 bps a mais nos juros nominais de longo prazo. A curva já se aproxima de 15% em alguns vértices e se alguém ainda imagina uma decisão do COPOM de amanhã na casa dos 50bps, esse alguém não tá operando (ou sequer olhando) o DI1 futuro. Coisa de louco. A curva mesmo já precifica 72% de chance de 100bps já nessa reunião de amanhã. Entre o relatório Focus puxando IPCA até 2027 pra cima e o Congresso brincando de cabo de guerra com o Executivo, não é pra menos. RCN deve estar aliviado de esse ser seu último COPOM. Eu estaria.

Na Síria, você já viu, Bashar Al-Assad foi deposto. Depois que o grupo rebelde tomou Alepo e outras cidades menores, finalmente tomou Damasco, com pouca (ok, nenhuma) resistência do exército. O Assad até ia ficar, mas se lembrou de um compromisso urgente em Moscou precisou sair às pressas. Ninguém (tirando Irã e Rússia) gosta do Assad, mas vácuo de poder não existe e agora não está claro quem vai ser a nova força dominante na Síria. O grupo HTS já foi combatido por Irã, EUA, Israel, Hezbollah, Rússia, Arábia Saudita e o próprio Assad. Os caras conseguiram unir todos os povos contra eles. Agora dizem que são moderados, mas já proibiram mulheres de serem médicas e enfermeiras. A Síria não é particularmente rica em petróleo e, depois de tantos anos de guerra civil (sem contar os 54 anos sob domínio do Assad pai e do Assad filho), tecnicamente não é rica em nada, mas não é a região ideal pra ter mais um conflito, mais uma fonte de instabilidade.

E falando em fonte de instabilidade, estamos há 40 dias da posse de Trump, e a sua conta no X (Twitter) já te informa mais do que a sua assinatura da Bloomberg (e também é mais barata). Se você não estava no mercado entre 2016 e 2020, deixa eu te contar: era assim mesmo. Mais pro lado da China, antecipando já o novo regime estadunidense, o politburo decidiu cortar mais um pouco os juros e anunciou novos estímulos fiscais. Aqui na America Latina, Milei completa um ano a frente da Argentina e aquela inflação de quase 30% ao mês, caiu para menos de 3% ao mês. Ainda é alta, sem dúvida, e você pode questionar os métodos dele, mas não os resultados.