Crônicas de um consultor - Capítulo 1: Consultor X Conselheiro

Crônicas de um consultor - Capítulo 1: Consultor X Conselheiro

Como foi prometido na Introdução de Crônicas de um consultor, a partir desse capítulo vou trazer alguns detalhes da vida do consultor de empresas, e especialmente nesse capítulo, irei discutir a dualidade com a função de conselheiro, expondo inclusive conceitos e metodologias utilizadas.

Como consultor de empresas por quase 25 anos posso dizer que existem altos e baixos nessa atividade, e que obviamente é muito influenciada pelas condições econômicas do país. Como é para todas as outras pessoas, se o país está bem, o empresário de uma forma geral contrata serviços de consultoria, porém existem alguns tipos de serviços que servem para “tirar a empresa do buraco”, e que podem ser contratados nos piores momentos da vida da empresa. Para esses momentos, em outros capítulos vamos abordar temas como: downsizing, re-engineering, MoC (management of changes), entre outros.

Para argumentar sobre a vida do consultor e do conselheiro, vejam que interessante as comparações entre as principais atribuições do consultor de empresas e do conselheiro de administração, segundo senso comum ou pesquisa livre:

 A. Atribuições do consultor de empresas:

1. Diagnóstico e Análise:

   - Identificar problemas e oportunidades dentro da organização.

   - Realizar análises detalhadas de processos, dados e sistemas da empresa.

   - Avaliar o ambiente interno e externo para fornecer uma visão abrangente do contexto organizacional.

2. Desenvolvimento de Estratégias:

   - Propor estratégias para a melhoria de processos e desempenho.

   - Ajudar na definição de metas e objetivos de curto, médio e longo prazo.

   - Elaborar planos de ação detalhados para implementação das estratégias recomendadas.

3. Implementação de Soluções:

   - Apoiar a implementação das soluções propostas.

   - Acompanhar a execução dos planos de ação, garantindo a aderência aos prazos e aos recursos alocados.

   - Fornecer treinamento e suporte às equipes envolvidas nas mudanças.

4. Gestão de Mudanças:

   - Desenvolver e implementar estratégias de gestão de mudanças para facilitar a adaptação dos colaboradores.

   - Comunicar de forma eficaz as mudanças propostas, explicando os benefícios e o impacto para a organização.

   - Monitorar a aceitação e o engajamento dos funcionários durante o processo de mudança.

5. Avaliação de Resultados:

   - Medir e analisar os resultados das iniciativas implementadas.

   - Realizar ajustes nos planos de ação conforme necessário para garantir a eficácia das soluções.

   - Fornecer relatórios periódicos com insights sobre o progresso e os resultados alcançados.

6. Consultoria e Orientação:

   - Oferecer aconselhamento contínuo aos líderes e gestores da empresa.

   - Ser um recurso para a resolução de problemas e tomada de decisões.

   - Manter-se atualizado sobre as melhores práticas do setor e inovações que possam beneficiar a organização.

7. Foco no Cliente:

   - Entender as necessidades e expectativas do cliente.

   - Manter uma comunicação clara e transparente durante todo o processo consultivo.

   - Garantir que as soluções sejam personalizadas para atender às especificidades do cliente.

 B. Atribuições do conselheiro de administração ou conselheiro consultivo:

1. Orientação Estratégica:

- Fornecer orientação estratégica para a alta administração e diretores da empresa. Isso envolve ajudar a definir e ajustar a visão, missão e objetivos de longo prazo da organização.

2. Governança Corporativa:

- Garantir que a empresa opere dentro dos limites éticos e legais estabelecidos, além de promover boas práticas de governança corporativa.

3. Supervisão Executiva:

- Monitorar o desempenho executivo e a gestão de riscos da empresa. Isso pode incluir revisar e aprovar planos estratégicos, grandes investimentos e transações significativas.

4. Aconselhamento e Mentoria:

- Aconselhar o CEO e outros executivos seniores em questões críticas, como fusões e aquisições, expansão internacional, gestão de crises e sucessão de liderança.

5. Monitoramento Financeiro:

- Revisar periodicamente os resultados financeiros da empresa e garantir que os controles internos estejam robustos o suficiente para mitigar riscos financeiros.

6. Responsabilidade Social e Sustentabilidade:

- Estar atento às questões de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade, garantindo que a empresa cumpra suas obrigações éticas e ambientais.

7. Advocacia da Empresa:

- Agir como um defensor da empresa, representando seus interesses junto aos stakeholders externos, como investidores, reguladores e a comunidade em geral.

8. Avaliação de Desempenho:

- Avaliar o desempenho do conselho de administração como um todo, além de conduzir avaliações de desempenho individual dos membros do conselho e do CEO.

Analisando as semelhanças entre as funções, vejo que tanto o consultor como o conselheiro atuam fortemente nos requisitos da estratégia da empresa. O consultor um pouco mais “hands on” no que diz respeito à implementação de ferramentas que auxiliam a formatação da estratégia da empresa, como por exemplo: Canvas, Matriz SWOT, Matriz BCG, Análise PESTEL, Forças de Porter, entre outras. E por outra via, o conselheiro participa na definição dessas estratégias, aconselhando a alta direção da empresa com a visão, missão, objetivos e metas. Outra função semelhante é a avaliação de desempenho constante dos resultados do cliente, seja por meio de ferramentas como o Balanced Scoredcard (BSC), ou até a própria avaliação de desempenho das entregas do conselho.

Concluindo, deixo aqui uma pergunta para reflexão para o Linkreaders: - Na sua percepção, qual é a aderência dos indicadores nos diferentes níveis do planejamento estratégico de sua empresa? Para você, esses indicadores se conversam?

Reflita, deixe seu comentário e deixe seu “Like”.

 

 

 

Muito útil.

Jose Carlos da Silva

Automotive Supplier Quality Manager -KOSTAL BRASIL-

6 m

Genial! Marcelo, Sobre a questão que abriu sobre os indicadores, na minha opinião as empresas atualmente tem ótimos indicadores dos processos, porém é percebido uma falta de análise crítica para identificar causas especiais para determinar ações de correção e de prevenção de um modo geral. Acredito que aí está uma grande oportunidade de formar profissionais críticos em análise de causas e efeitos. Obrigado Marcelo , pela oportunidade de participar. Sucesso!

Thiago Caldeira

Process Engineering | Project Management | Lean Manufacturing | Continuous Improvement

6 m

Parabéns, Marcelo! Excelente conteúdo e muito bem detalhado, abs!!!

Gustavo José Caçador .'.

CTO e Partner da MAKE Gestão e Treinamentos | Gestão de Operações e Consultoria | Board Member

6 m

Parabéns pelo Artigo MARCELO TURCHET !

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