A CRIANÇA QUE BRINCA
Sempre fui um menino brincante! Nunca me apertei quando ficava sozinho. Sempre tirava um bonequinho do bolso e começava a brincar. Passava horas assim. Lembro-me tão claramente dessas cenas. Eu sempre achei que seria um pai brincante com o Enrique. Mas… não é bem assim. Eu não posso ouvir a palavra brincadeira que começo a bocejar, um sono profundo bate no meu corpo. Uma pena que tenha perdido esse espírito. Eu faço centenas de outras coisas, mas vou ficar devendo o brincar. Sem culpa.
E não tem nada que me deixe mais realizado do que vê-lo brincar. Quando escuto suas vozes, seus sussurros, em seu quarto, quando passo por lá e vejo toda uma arrumação da brincadeira, quando ele me chama para contar do que se trata a sua história, quase morro de orgulho, emoção! Ver que o motor da criatividade, da espontaneidade, da autenticidade, da independência é o brincar é o que qualquer pai, mãe, responsável por crianças deve querer. Vê-lo brincar é mais forte do que brincar, entendem?
É como se eu fosse transportado ao meu passado, à minha infância. De fora, quando olho pra ele, vejo-me a brincar. Ahhhh! Que sono!
#sopadepai
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Marcelo Cunha Bueno é educador há mais de 20 anos, inspirado pelo chão da Escola, especialista em desenvolvimento infantil.