Cruzar perfis profissionais pessoais
Romper com as tradições para inovando chegar um pouco mais além, esta é uma premissa para todas as organizações e gestores que não têm medo de saírem da sua zona de conforto desinstalando-se para poderem atingir um lugar até então pouco conhecido ou até desconhecido de todo.
Esta é uma acção disruptiva exigente, não só pela necessidade de colocar confiança em algo ou alguém ainda não bem conhecido, mas também pelo facto de ser obrigado a seguir muitas vezes, não em contramão, mas em sentido contrário.
Os indispensáveis secam as organizações! Na era da globalização, que se iniciou logo que o primeiro homem começou a explorar novos horizontes, é fundamental a partilha de conhecimentos e, do próprio modus operandi. O agora já é passado, o futuro é instante presente.
O tempo não se compadece com as fobias do Homem, nem com o seu deixar andar, nem com o desejado apressado modo de viver ou com arrependimentos atrasados. O tempo será aquilo que cada um dele fizer.
A área relacionada com os recursos humanos deverá ser a primeira a implementar a onda da mudança, porque é a “especialista” a trabalhar com e para a pessoa. É um desafio, sobretudo para as agências de recrutamento que têm de responder aos pedidos dos seus clientes.
Com certeza já todos ouviram falar em cross-selling, já pensaram aplicar a essência desta estratégia á gestão de recursos humanos?
Cruzar perfis pessoais, isto é, contratar pessoas de outras áreas de negócio e, que aparentemente não podem trazer nada de novo a um negócio que talvez seja complexo, que tenha presença no mercado faz muito tempo, ou outra especificidade qualquer.
Já pensou que na maioria dos casos contratar pessoas da mesma área de negócio, ou até contratar alguém que trabalha na concorrência faz com que estejamos perante um caso de quase “economia fechada”?
É certo que adoptando o comportamento tradicional o imput será porventura mais rápido, mas passado pouco tempo volta a desacelerar, porque nada de novo foi explorado, nada de novo foi feito. Contratar alguém vindo de uma área de negócio diferente, que traz consigo novas e diferentes abordagens ao mercado, novos e diferentes modos de pensar e fazer, a organização irá obter resultados positivos no que respeita a melhorias nos mais diversos níveis e inovação nas diversas formas de expressão com que aborda o mercado.
É também verdade que em alguns casos não haverá outra solução senão contratar alguém já conhecedor da área, mas é aconselhável uma análise cuidada de cada um dos casos antes da tomada de decisão acerca de qual direcção tomar e qual o passo a dar.
A partilha da experiência, competências e conhecimentos de cada pessoa no ambiente profissional são com certeza absoluta pontos que enriquecem as organizações, sobretudo quando falamos de profissionais já com alguns anos de trabalho e provas dadas. São na maioria dos casos características por vezes difíceis de valorar num primeiro encontro e, que por essa razão exigem atenção, investimento e confiança sobre a decisão de contratar um novo membro para a organização.
Este cruzar de experiências, competências e conhecimentos aliados à maturidade faz aumentar a qualidade da relação interpessoal, condição necessária para ultrapassar os desafios deste tempo e alcançar os objectivos propostos.
Num tempo em que se fala tanto em sair da caixa, vale mesmo a pena dar o passo e sair…
Miguel Abreu
Fevereiro 2020