CUIDADOS PALIATIVOS: O MANEJO DA DOR 2ª parte.
DOR ONCOLÓGICA
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano, cinco milhões de pessoas experimentam diariamente a dor, devido ao câncer, e cerca de 4,3 milhões de pacientes morrem a cada ano com controle inadequado da dor. O Brasil é o segundo país da América Latina em que os portadores de câncer mais sentem dor, onde a dor crônica acomete cerca de 50% dos pacientes com câncer em todos os estágios da doença e em 70% nas neoplasias avançadas.
A Resolução 197 do Conselho Federal de Enfermagem reconhece as terapias complementares e alternativas como uma especialidade de qualificação do enfermeiro. Vale ressaltar que o além de conhecimento técnico é necessário que o enfermeiro tenha escuta ativa e um olhar diferenciado deste paciente.
O tratamento adequado deve ser apresentado de diversos modos e abranger medidas farmacológicas e não farmacológicas. No entanto, apesar dos avanços dos conhecimentos e das novas tecnologias, diversas barreiras ainda dificultam o alívio precoce e satisfatório da dor. Toda dor deve ser aliviada, e quando o foco do tratamento está na dor oncológica, que compromete a integridade física e/ou emocional, gera prejuízos biopsicossociais, afeta diretamente a saúde humana e se torna a própria doença, esforços devem ser feitos com o objetivo de alcançar o melhor resultado, já que o alívio adequado é um direito humano e uma questão moral.
ADMINISTRAÇÕES DE ANALGÉSICO E/OU ANTI-INFLAMATÓRIO Como princípio geral o tratamento da dor no câncer deve iniciar-se com analgésicos não opiáceos e drogas coadjuvantes (ex: antidepressivos, ansiolíticos). O uso de medicamentos analgésicos é a base da proposta da OMS. Sugere-se uma escala analgésica de 3 degraus, constituída de analgésicos de uso corrente de forma a facilitar sua utilização pelos profissionais de saúde. Todos os analgésicos não opioides têm um efeito teto, ou seja, o aumento da dose acima de determinado nível não produz um efeito analgésico maior. Existem duas categorias destas drogas: AINEs e analgésicos simples.
O USO DE OPIOIDES Estes medicamentos são utilizados individualmente ou associados com não opioides para o tratamento da dor moderada a severa. Os opioides são muito parecidos com substâncias naturais (chamadas endorfinas) fabricadas pelo organismo para controlar a dor. É usual subdividir os opioides em duas categorias gerais: opioides fracos (ex: codeína, tramadol) e opioides fortes (ex: morfina, metadona, fentanil, oxicodona). Alguns opioides são mais potentes do que outros para controlar a dor.