Cultura da Empresa: Simples de Dizer, Complexa de Viver
Me arrisco aqui, sem muita experiência ou prática em criar conteúdo, a colaborar com minha opinião e insights baseados na minha jornada em empresas de diversos setores e tamanhos.
Meu primeiro contato com o mundo corporativo não faz tanto tempo — foi em 2017, quando embarquei em uma jornada de autoconhecimento e desenvolvimento profissional. Antes disso, trabalhei em empresas pequenas, onde contava nos dedos o número de colaboradores. Nem imaginava como seria uma grande empresa “de verdade”, com muitos setores, funcionários e, claro, repleta de regras e processos.
Para a minha felicidade, no início tive uma gestora incrível, ela era fantástica, tanto como pessoa quanto como profissional. Me mostrou muitos caminhos e despertou minha consciência para algo que eu já possuía, sem perceber. Foi um exemplo de liderança. Depois dela, tive outros gestores muito valiosos e sou muito grata! Com essa gestora, que tive meu primeiro contato com a tal cultura organizacional. No começo, confesso que fiquei desconfiada — parecia quase uma lavagem cerebral. Mas, com o passar dos anos e mais integrada ao mundo corporativo, pude ver que essa cultura realmente existe tem enbasamento e é possivel vivenciar no dia a dia.
Com o apoio de diversas áreas, a gestão organiza e cria essa cultura com base nos objetivos, planejamento estratégico, princípios e valores da empresa, com a força da Alta Gestão e setor de gestão de pessoas ela é disseminada para toda a companhia. Eles engajam seus líderes, são transparentes e demonstram por que acreditam na cultura. Assim, conseguem fazer com que todos — ou a maioria — enxergue e viva essa cultura.
Fiquei quase 6 anos em uma empresa assim. Eu acreditava na cultura, e os gestores, que eram um espelho dela, me ensinaram a ver como o meu trabalho fazia parte do todo, sendo tão importante quanto o que gerava diretamente receita para a empresa. Foi uma experiência maravilhosa, com muito crescimento e desenvolvimento. Era uma verdadeira escola, como diziam, e eu concordo plenamente. Não romantizando, claro, porque havia problemas e falhas como em qualquer outra empresa, mas o nível de engajamento e comprometimento dos colaboradores era altíssimo. Esse mesmo comprometimento era visto no CEO da empresa, nosso exemplo.
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Depois dessa empresa, passei por outras que estavam em um estágio de maturidade cultural bem diferente, ainda em processo de implantação. Nelas, observei uma descrença que vinha tanto da alta gestão quanto dos colaboradores. Fiz algumas tentativas para contribuir um pouco da minha vivência, energia e motivação com a área de gestão de pessoas, mas não obtive sucesso.
Percebi que o desafio de disseminar a cultura é grande, especialmente quando há limitações na alta gestão e entre os gestores em compartilhar os objetivos e o planejamento estratégico da empresa com as áreas e colaboradores. A sensação é de que tudo é feito a portas fechadas, sem comunicação adequada, o que gera medo e uma mentalidade de “cada um por si”. Essa falta de conexão e comunicação entre áreas resulta em processos desconexos, retrabalho e desperdício de tempo de todos.
Refletindo, penso o quanto decisões e ações mal direcionadas geram resultados ruins, tornando a jornada de trabalho exaustiva. Então me pergunto: de onde tirar a motivação para trabalhar no dia a dia com tanto desalinhamento? Tentar fazer a cultura vir de baixo para cima é em vão; como a gravidade, ela tem que vir de cima para baixo.
Nos meus últimos momentos, vi o que muitos gestores evitam enxergar: o descrédito dos colaboradores, que sequer sabem o que a empresa representa ou deseja alcançar (além de lucro acima de lucro). Foi nessa vivência que percebi que o que eu busco para mim não se encaixa em lugares assim. Se temos que trabalhar, que seja em uma empresa cujos valores e propósitos estejam alinhados aos nossos. Quando a cultura existe e é vivida por todos, o dia já começa melhor. Mesmo com todas as complicações que possam surgir, o engajamento e a motivação da gestão e da equipe fazem toda a diferença. A cultura importa!