Curva da Mudança

Você já parou para analisar a velocidade com que as mudanças nos diversos contextos de nossas vidas têm acontecido? Talvez, a única certeza que temos do futuro é que não existe nada certo! Tudo está propenso a mudar a todo momento e o que venho percebendo é que os ciclos estão cada vez menores, o que exige de nós uma capacidade de adaptação e/ou flexibilização cada vez maior aos cenários. 

A partir desta afirmação, identifico três possibilidades: 1 - ficar preocupado com as incertezas do futuro, 2 - ficar animado pela falta de certeza do futuro ou 3 - ficar esperando as coisas acontecerem. 

Com isso, posso presumir que as organizações e os modelos de trabalho também tendem a mudar e evoluir. Por algumas vezes, confesso, esse cenário chegou a me assustar, gerando um pouco de ansiedade e me levando a pesquisar sobre esse sentimento. 

Ansiedade: substantivo feminino. Grande mal-estar físico e psíquico; aflição, agonia.

Já no viés da neuroliguística, a ansiedade tem um importante papel: avisar que algo não está adequado. 

“A fim de agirmos, nós fazemos certas suposições sobre o que irá acontecer. Essas suposições são todas "alucinações", mas elas têm o potencial para gerar esperança ou medo, felicidade ou dor. Esse processo é potencialmente saudável. Ao antecipar futuros desafios, nós estimamos a importância desses e a força de nossos recursos para reagir. Algum medo é uma avaliação realística da gravidade do desafio e, com habilidade, mobiliza o corpo para lidar com ele, aumentando o pulso e a respiração, mobilizando os músculos, etc.” 

Tive bastante cautela para contextualizar as minhas referências sobre ansiedade para poder falar sobre a curva da mudança. Recentemente esse assunto surgiu como uma oportunidade na minha vida profissional e com o passar do tempo venho buscando mais conhecimento sobre o tema.

O primeiro grande ensinamento que esse assunto me possibilitou foi identificar todos os sentimentos envolvidos quando falamos de qualquer tipo de mudança: profissional, pessoal, positiva ou restritiva. Perceba que tomei o cuidado de não usar o adjetivo “negativa”, pois acredito que todas as mudanças têm algo de bom para nos ensinar, ainda que causem dor. 

A figura abaixo representa exatamente a curva da mudança. Uma curva de sentimentos pela qual passamos naturalmente quando algo muda em nossas vidas. 

Existem mudanças que são inexoráveis, para as quais só nos resta a adaptação, pois não há possibilidade de negociação, nem mesmo uma gestão planejada. Essas são chamadas de mudanças impositivas, como por exemplo o Covid-19.

Já as mudanças planejadas se preocupam em gerar um propósito, promover o engajamento e dar sentido mais amplo à transição sendo conhecidas como participativas. Essas levam em consideração o fator humano e sua complexidade.

Em ambos os tipos de mudanças as pessoas envolvidas navegam pelos sentimentos mencionados no gráfico acima, umas mais rápidas que as outras.

Todos esses sentimentos são legítimos e possuem um significado para as situações envolvidas. Você já parou para pensar como navegou e por quanto tempo ficou em cada um desses sentimentos diante de uma situação particular? Faça esse exercício e me conte o que achou.

Quer uma ajuda? Tente pensar como se sentiu com a troca de um carro, de um aparelho celular ou até mesmo com a pandemia.