Da Base ao Profissionalismo, o grande desafio dos Clubes.

Da Base ao Profissionalismo, o grande desafio dos Clubes.

O assunto categorias de base no Brasil está cada vez mais em pauta, com a crise que o país e os clubes estão passando nos últimos anos, os clubes passaram a investir valores cada vez mais altos na base com foco na formação de novos atletas para atuarem na equipe profissional e vende-los, com isso resgatar os valores investidos. Clubes como São Paulo, Corinthians e Santos investem mais de R$10 milhões de reais por ano em suas categorias de base, apesar dos altos investimentos vemos o Santos com a melhor utilização dos atletas, o São Paulo que vende muito bem seus atletas e o Corinthians que alcança os melhores resultados mas não utiliza a base.

Muitos clubes conseguem trabalhar bem na base, mas pecam no momento da transição entre os juniores e a equipe profissional. Os mesmos problemas ocorrem nas mudanças para outras categorias, onde os atletas não são preparados para a transição, não passam por um tempo de adaptação. Ocorre que em alguns clubes não existe entrosamento entre as categorias, cada treinador trabalha de sua maneira e com suas metodologias, algo extremamente errado! O compartilhamento de ideias e uma única maneira de gerenciar todas as categorias de base podem facilitar todo esse processo.


Atualmente, não há um a unificação nas divisões de idade na base brasileira. As mais comuns são sub-20, sub-17, sub-15, sub-13 e sub-11. Mas a Bahia, por exemplo, tem sub-20, sub-18 e sub-16. No Rio Grande do Sul, sub-15, sub-16, sub-17, sub-18, sub-19 e sub-20. As associações e empresas que organizam os torneios é que determinam as divisões - e são elas que poderiam criar o sub-23.

A importância entre o trabalho entre as categorias de base e o profissional, com troca de experiências é fundamental para a formação de bons atletas.

O momento mais difícil durante a carreira de um atleta é sua transição para a equipe profissional, no futebol brasileiro existe essa cobrança por resultados a curto prazo, o imediatismo fez com que alguns clubes perdessem atletas de muito potencial. Se observarmos dentro do futebol europeu, muitos clubes trabalham com muita calma os seus atletas para lança-los nas categorias profissionais, no Barcelona, clube que se destacou na última década por ter utilizado muitos atletas da base, dois grandes destaques Iniesta, Puyol e Xavi, só se tornaram titulares do clube após os 22 anos, antes atuaram pela equipe B e torneios sem muita importância, no Brasil dificilmente algum clube teria essa paciência.

Sem dúvida é assim que se constroem os grandes times. Bayern e Barcelona tem no time principal vários jogadores que surgiram enquanto disputavam os campeonato sub-20. E o torcedor assiste aos jogos do sub-20 no mesmo dia do jogo dos profissionais. Aumenta a receita do clube. O Messi subiu pro time profissional direto do sub17 do Barcelona. E muitos outros craques surgiram nesses campeonatos sub-20, Iniesta, Xavi, Muller, Kroos, Schweinsteiger. Com certeza isso é o que faria toda a diferença pra o surgimento de craques no futebol brasileiro e na receita dos clubes.

As pessoas querem resultado imediato, não estão dispostas a esperar esse processo de um jogador tardio, que muitas vezes é talentoso, mas acaba se queimando algumas etapas. O ideal é ir colocando o menino aos poucos, sabendo que ele vai amadurecer no tempo dele, que vai passar pelas 10 mil horas e daqui a pouco vai conseguir estar no nível do restante - explica Rogério Micale, treinador da Seleção Brasileira Sub-20 e comandante da equipe que conquistou o ouro olímpico pelo Brasil em 2016.

Os negócios relacionados ao futebol atingem, atualmente cerca de US$ 5 bilhões (cinco bilhões de dólares). Jogadores de futebol são vendidos por milhões de dólares, mas é preciso saber se vale a pena investir na formação de atletas (SZUSTER; SAMPAIO, 2001).


Não são poucos os casos de jogadores que se destacam nas categorias de base, mas que quando incorporados aos plantéis profissionais não conseguem manter o mesmo nível de desempenho ou mesmo acabam abandonando a modalidade, um desses casos é o do Lulinha, maior artilheiro das categorias de base do Corinthians, que era a maior estrela da Seleção sub-17 no ano de 2009, mesma seleção que tinha como coadjuvante tinha Neymar, infelizmente duas grandes promessas que trilharam caminhos opostos, Lulinha não conseguiu deslanchar e Neymar se tornou um dos principais atletas do mundo. Existem diversos casos de atletas que não tinham muito destaque na base e quando acenderam as equipes profissionais se tornaram grandes jogadores, Kaká no São Paulo, Robinho no Santos, entre outros.


Dificuldades de adaptação? Aumento do nível de exigência? Mudança de foco?

O acompanhamento nessa fase é extremamente importante, treinadores, psicólogos, diretoria e família, protegerem o atleta e mostrar a realidade, que a ascensão a equipe profissional é apenas mais um passo para a realização do sonho, que é apenas o começo de uma jornada, pés no chão é fundamental. O vislumbramento do jovem pode botar tudo a perder.

As equipes Sub-23 podem ser a solução para esse problema da transição para a equipe profissional, essa equipe pode representar o clube em torneios menores dentro e fora do Brasil, assim como em amistosos. Para existir uma integração maior essa equipe pode conviver diariamente com a equipe profissional, com mesma carga de treino e as mesmas tecnologias, sempre deixando claro que a oportunidade pode pintar a qualquer momento.


Muitos treinadores no cenário nacional que defendem a criação de equipes e campeonatos da categoria Sub-23. A ideia é dar espaço exatamente para atletas que estão em meio essa transição da base para o profissional, que ainda é muito mal feita em solo brasileiro.

A ideia de se trabalhar com equipes Sub-23 se dá justamente pelo fato de o atleta ter um tempo maior de maturação. Seja ela emocional, física ou mesmo tática, além disso, ele tende a contar com uma convivência muito maior com o Departamento de Futebol Profissional, já que esses jogadores fariam essa transição tendo contato com o time de cima.


No Brasil existem muitos casos de atletas que se destacaram após os 20 anos Paulinho, Thiago Silva, Hulk, Fred, Leandro Damião, Jonas e mais recentemente o caso de Lucas Lima, o meia do Santos só ganhou destaque nacional e alcançou a seleção após os 24 anos, Lucas Lima faz parte de um projeto da equipe Sub 23 do Internacional, de lá também saíram Rodrigo Moledo, Alan Costa entre outros atletas.

Se gasta muito dinheiro com a base mas sem metas pré-estabelecidas, sem colocar um número de valores a serem aproveitados anualmente e sem esse processo transitório.


Alguns clubes ainda não perceberam que está na base a solução para grande parte dos problemas enfrentados, como formar um elenco qualificado, jogadores com identificação com o clube e o retorno do investimento com a venda dos atletas. Não adianta apenas despejar o dinheiro, é necessário se fazer uma gestão seria, com profissionais qualificados. Clubes que alcançaram os melhores resultados na ultima década foram os clubes que investiram na base, não só nos atletas, mas também em seus profissionais, na área de captação e de gestão.

ESPERO QUE TENHA GOSTADO DO ARTIGO, CURTA E COMPARTILHE. SEU COMENTÁRIO É MUITO IMPORTANTE PARA QUE POSSAMOS DEBATER O TEMA. Euler Victor.


 

Specialist Coach - Treinador Especialista Adailton Nunes

LICENSE PRO CBF/CONMEBOL/FIFA - LICENÇA PRO CBF/CONMEBOL/FÍFIA

7 a

principalmente investir em bons profissionais, fato que não é muito comum por parte dos clubes, visto a compromissos que vão além do interesse do futebol.

Leonesio Alves Moreira

EX PRESIDENTE LIGA CONQUISTENSE DE DESPORTOS

7 a

Tenho a mesma reflexão, inclusive nas competições amadoras aqui em nossa cidade limitamos jogadores com idade superior a 23 anos e 25 anos, a resistência dos clubes é grande, porém temos um papel social de incluir os atletas que passam por divisões de base de clubes profissionais, mas, não conseguem se profissionalizar, ou por outros motivos não seguem adiante, ficam ainda com resto de esperança de serem jogador de futebol. Alguns até tomam rumos distorcidos de vida, por não se preocuparem com o futuro, então é preciso absorver uma gama da juventude dentro da socialização através do esporte.

DYEGO PEREIRA LIMA

PRESIDENTE DO CLUBE ATLÉTICO CERRADO

7 a

Parabéns pelo texto. Precisamos de mais reflexão e debates sobre gestão no esporte.

Castro da Marinha

Caravanista TV Globo - Multishow - Record - Band - Sbt - Consultor da RPCM de Emprego e Estágio, Mobilizador e Palestrante.

7 a

Excelente.

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