Da revolução industrial ao TaaS
1884 ficou marcado pela Revolta de Haymarket, onde um conflito durante uma manifestação em prol da jornada de 8 horas de trabalho diárias deixou oito mortos e vários feridos. Em 1 de maio de 1886, a jornada de trabalho de 8 horas tornou-se padrão nos EUA.
2023, pós-pandemia, ainda estamos envoltos em discussões sobre modelos de trabalho estabelecidos no século 18, ao mesmo tempo em que pandemia, tecnologia e a popularização da IA gera oportunidades e incertezas.
Afinal, o que o futuro do trabalho nos reserva?
Do bico ao Talent as a Service
O famoso bico, trabalho informal executado sem vínculo não é nenhuma novidade. Afinal, quem nunca teve uma fechadura arrumada pelo zelador ou frequentou um buffet infantil com vários jovens dançando ragatanga em troca de uma nota de 50 reais.
No entanto, quando acessamos níveis mais especializados de profissional, a densidade e complexidade do trabalho realizados aumentam, e nem todos podem ser contidos em simples regimes freelancer de trabalho.
O mundo acostumou-se a comprar fracionado por meio de intermediadores. Frutas e verduras chegam em caixas no CEASA de madrugada e são vendidos na feira, a unidade ou dúzia, ao longo da manhã.
Programadores são contratados de grandes consultorias e entregues de forma fracionada em projetos de software ou mesmo alocados integralmente através do body shop, uma forma de reduzir o headcount.
Porém, com o aumento da conectividade e as atividades descentralizadas, os intermediadores deixaram de ser obrigatórios e um novo movimento se aproxima: o Talent as a Service.
Afinal, o que é Talent as a Service?
Nunca esperem definições acadêmicas vindas das minhas publicações, a menos que eu resolva me dedicar à academia.
De um ponto de vista prático, o TaaS é uma modalidade de trabalho fracional onde o talento faz parte do organograma de uma organização, sem dedicação exclusiva ou integral, enquanto a consultoria e o freelancer são encarados como fornecedores externos, com integração limitada (à exceção do body shop).
As abordagens são diferentes de acordo com o nível de TaaS, podendo ser classificados em:
EaaS - Executive as a Service
O nível mais escalável de TaaS, inclui C-Level e Advisor, atua na camada estratégica da operação.
MaaS - Manager as a Service
Camada de gerência da operação, também é escalável, embora em menor intensidade que o EaaS.
OaaS - Operational as a Service
A parte menos escalável do TaaS, composta por profissionais de nível operacional ou de execução, que basicamente vendem horas. No entanto, espera-se que a IA aumente a capacidade de geração de valor da OaaS, potencializando sua atuação como TaaS.
Recomendados pelo LinkedIn
Quem pode ser TaaS?
O modelo de Talent as a Service não é para qualquer um, uma vez que sua finalidade é tornar profissionais altamente especializados acessíveis ao mercado, ao mesmo tempo em que entrega aumento de renda e estabilidade a quem opta por essa modalidade.
O EaaS, estratégico, deve ser um C-level reconhecido pelo mercado, com cases relevantes.
Um MaaS, tático, deve estar confortável em gerir times com alta performance e empatia e estar pronto para fazer correções e ajustes.
Já um OaaS, operacional, deve ter total domínio das suas atividades e competências, não desperdiçando tempo na execução das suas tarefas.
Em resumo, um profissional torna-se apto ao TaaS quando está no topo do seu cargo atual, seja operacional, tático e estratégico, e busca crescimento sem trocar de emprego ou assumir os riscos (e benefícios) de ser empresário.
TaaS e Desenvolvimento de Equipes
A presença de um profissional TaaS experiente é capaz de acelerar o desenvolvimento do time, desde que associada a estratégias de PDI (Programa de Desenvolvimento Individual).
Empresas com alto nível de juniorização acabam se tornando um verdadeiro limbo profissional, gerando resultados fracos ao passo em que atrasam o desenvolvimento dos membros do time, um verdadeiro desperdício de tempo e dinheiro.
Pessoalmente, durante meu período de CTO as a service e agora como Advisor de Tecnologia, sempre adotei a combinação de profissionais fracionais altamente especializados, com times fulltime junior e pleno.
O que antes era feito por questões de limitação econômica, hoje fazem parte da minha estratégia principal de estruturação e crescimento de times de tecnologia.
Geralmente esses profissionais são acessados pelo meu relacionamento pessoal ou fornecidos por empresas especializadas como a Growyx .
É um caminho sem volta.
Ainda bem.
Um abraço fracionado e felicidades
Você viu?
Ontem, 31 de Julho, Thiago Avelino 🧙♂️ , Thiago Lisboa 🧙 e eu fizemos uma live de kick off do nosso novo empreendimento, o Executive as a Service - EAAS .
Vai ter Build in Public pra você! Segue lá nossa página e acompanha.
Produzo evento, social e corporativo, lido com os fornecedores. Qualifico leads e agendo reuniões / Pré-vendas / SDR. Aplico treinamentos para vendas. Monto a estratégia de comunicação, branding, mkt e mídia. Projetos.
10 mBuild in public é isso mesmo? Estão construindo um negócio, em real-time?! E, segundo suas definições, não sei se me encaixo como uma profissional as a Service. Eu tenho cá minha bagagem, mas não estou no topo, no auge. E me pareceu algo mais facilmente aplicado a profissionais da área tech, mesmo.
Torne seu RH Ciência > Opinião | Top 100 Influencers de RH | HR Science | Chief Human Resources Science Officer | Board Member | Cientista e Professora | Palestrante | #rhneurodivergente
1 aMuito interessante e inovador! Parabéns e obrigada pelas explicações!
Data Analyst | Data Scientist | Business Intelligence | Power BI Developer | Python Developer
1 aQuebrando paradigmas dos modelos de trabalho, gênio! Farei parte dessa turma, apesar de atuação PJ com consultorias e part time a alguns anos, sem dúvida encaixar um as a Service, até se tornar a maioria ou os maiores contratos, será uma puta vitória, por aqui. Vamos junto! 👊
Gestão | Operações | SaaS | B2B | LinkedIn Bottom Voice
1 aDefinitivamente caminho sem volta esse modelo! 👏 👏 👏 P.S.: E eu dançanado ragatanga de graça (pro bono?)... 😢