Dados comprovam: influenciadores são chave para pequenas empresas
No Brasil, 76% dos internautas já compraram um produto anunciado por um influenciador digital, e o retorno sobre investimento médio chega a cinco vezes

Dados comprovam: influenciadores são chave para pequenas empresas

No concorrido universo das redes sociais, quem consegue prender a atenção do público tem um diferencial de mercado. Os influenciadores digitais são especialistas nisso. A capacidade destes profissionais de engajar seus seguidores se tornou, nos últimos anos, sonho de consumo do mundo corporativo. No entanto, as pequenas e médias empresas (PMEs) também podem tirar vantagem do marketing de influência, se souberem as melhores práticas para gerar visibilidade sem gastar muito.

Essa é a visão de Rafael Arty, empreendedor, influenciador digital e sócio da Squid, uma agência de marketing de influência. “Acredito que a parceria entre pequenas e médias empresas e influenciadores geram frutos muito além da venda de produtos. O relacionamento vai promover uma conexão entre ambas as comunidades e, principalmente, vai trazer o influenciador para dentro do negócio”, diz, em entrevista exclusiva ao Whow!.

Para o especialista, essas empresas devem mirar influenciadores menores e oferecer contrapartidas não necessariamente financeiras, como permuta de produtos ou serviços ou uma promessa de crescimento no longo prazo. “Se o empreendedor estiver disposto a criar uma comunicação orgânica e verdadeira tanto com os influenciadores quanto com os consumidores da marca, será possível fazer parcerias maiores”, afirma Rafael Arty.

Por conta da crise gerada pela pandemia, milhares de pequenos empreendedores são obrigados a fechar seus negócios. Ao mesmo tempo, PMEs são essenciais na retomada da economia. Nesse contexto, influenciadores digitais podem estar mais aptos a trabalhar com este público, inclusive para melhorar a reputação nas redes. Um exemplo desse movimento foi uma campanha recente de mega influenciadores divulgando, de forma gratuita, produtos e serviços de pequenas empresas.

“Influenciadores são empreendedores digitais. Têm as mesmas dores, mesmas ansiedades e mesmos boletos para pagar que os empreendedores. A diferença é que uma empresa foca em produtos ou serviços para venda, e os influenciadores focam em conteúdos para monetização”, explica Rafael Arty, que foi o convidado da quarta edição do Vida Loka Podcast (assista abaixo).


Influenciadores e internautas: dados

Os dados do mercado de marketing de influência comprovam a tendência de crescimento no Brasil. Segundo o Ibope, 52% dos internautas brasileiros seguem algum influenciador digital.

Uma pesquisa do Instituto Qualibest, publicada no fim de 2019, entrevistou mais de 2 mil pessoas com acesso à internet no Brasil e descobriu dados interessantes sobre a influência digital sobre os internautas. Vale o destaque para:

  • 63% dos entrevistados gostam que os influenciadores digitais recomendem produtos;
  • 55% acham que as recomendações feitas por influenciadores são menos invasivas do que os anúncios na internet e TV;
  • 50% costumam pesquisar a opinião de influenciadores digitais antes de comprar produtos e serviços;
  • 76% já compraram algo anunciado por influenciadores digitais;
  • 79% aumentam a confiança em um influenciador quando ele avalia os produtos com base em experiências reais;
  • 82% preferem influenciadores que dominam os assuntos que abordam;
  • 61% acessam as páginas das empresas marcadas em posts patrocinados.

A partir desses dados, é possível tirar três lições valiosas para pequenos empreendedores. Em primeiro lugar, a maioria das pessoas está acostumada e não vê com maus olhos posts pagos por marcas. Em segundo lugar, estas publicações patrocinadas geram conversão na prática, já que três em cada quatro entrevistados comprou pelo menos um produto anunciado por influenciadores. Por último, é essencial encontrar o influencer mais alinhado à marca, que tenha domínio do mercado em que a empresa se insere e que, de fato, tenha uma boa experiência com o produto ou serviço que ela oferece. Não pode ser uma relação falsa, ou o consumidor vai perceber.

Influenciadores e empresas: dados

Um estudo da YouPix, publicado no início deste ano, buscou dados para explicar a relação entre empresas e influenciadores digitais. Por ser um estudo anual, ele mostra uma evolução clara de maturidade do mercado, que já preza mais o “alinhamento entre os valores da marca e do influenciador” do que apenas o número de seguidores.. Veja os principais dados da pesquisa:

  • 71% das empresas entrevistadas têm o marketing de influência como estratégia importante de comunicação
  • 83% afirmam que a pandemia tornou os influenciadores mais relevantes para os negócios
  • 73% buscam influenciadores com conexão com o público-alvo e alinhados aos valores da marca, e apenas 40% miram alcance
  • Para 72% das empresas, a dificuldade de quantificar o ROI (retorno sobre investimento) é a maior barreira para este mercado

Mensurar o retorno sobre investimento é, como se nota, o maior desafio para o marketing de influência nas empresas. Isto porque, neste formato, existe um retorno tangível (medido em alcance, engajamento, cliques no perfil da marca e até venda direta por meio das redes sociais), mas também um intangível, que consiste em valorização da marca e visibilidade no longo-prazo, e por vezes consiste na maior parte do retorno total.

Uma pesquisa global sobre o marketing de influência afirma que, na média, o ROI é de 5,2 vezes o capital investido. Segundo Rafael Arty, no mercado brasileiro, a estimativa de retorno é de três a cinco vezes sobre o valor gasto. Ou seja, trata-se de um investimento extremamente positivo para as empresas.

O material destaca ainda que, quanto menor o influenciador, maior será o ROI, na média. Isto porque os nanoinfluenciadores (até 10 mil seguidores) têm um relacionamento mais próximo com seus seguidores ao mesmo tempo em que cobram menos por publicação, sendo assim um profissional preferível para as pequenas empresas.

No entanto, a pesquisa também afirma que, apesar da média alta de ROI, cerca de 25% das empresas acabam tendo retorno negativo. Ou seja, quem não escolher o influenciador mais alinhado ao público, ao setor de atuação e aos valores da empresa corre alto risco de gastar mais dinheiro do que ganhar com o marketing de influência.

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