A dança é faísca

Trabalhar com cultura é ter a certeza de que precisamos estar conectados com diferentes manifestações artísticas. Ao longo dos mais de 30 anos de carreira, já atuei em grandes musicais, espetáculos de dança, participei da reabertura de 3 teatros no Rio de Janeiro e até carnaval eu fiz rs Tudo que aconteceu na minha jornada na economia criativa teve uma faísca: a dança. 

Eu tenho a honra de ser irmã de uma das maiores referências da dança do país: Dalal Achcar. Foi através dela que eu aprendi a amar essa manifestação artística que mistura força e leveza em movimentos precisos que nos contam histórias impressionantes. Dalal é uma força da natureza! Dessas pessoas que definitivamente vieram ao mundo com uma missão. 

A dela é encantar o mundo através da arte. Criou uma cia de ballet, a Cia de Ballet Dalal Achcar, com quem tenho o prazer de trabalhar através da Aventura . Assim, tive a oportunidade de produzir “Tal Vez”, lindo trabalho do inovador Alex Neoral, um brilhante coreógrafo que consegue encontrar o equilíbrio perfeito entre o contemporâneo e o  clássico. 

É também com a Cia de Ballet Dalal Achcar que criamos uma tradição no Rio de Janeiro com o “Conto de Natal”, que acontece todos os anos e leva a magia natalina para diversas famílias cariocas. 

Outra brasileira que sempre é lembrada é a majestosa Ana Botafogo, que é capaz de arrastar centenas de pessoas para celebrarem a dança. Em um país como o nosso, onde o reconhecimento através da cultura não é fácil, Ana Botafogo é uma potência que se tornou um expoente nacionalmente conhecido. 

Outros nomes importantíssimos me encantaram ao longo dos anos: Margot Fonteyn, Rudolf Nureyev, Natalia Makarova, Michayl Baryshnikov, gênios da dança indiscutíveis. Entre os coreógrafos, Sir Frederic Ashton, Maurice Bejart, Alvin Ailey, Twyla Tharp e Pina Baush são alguns dos que me impactam sempre. 

Nunca tive talento para o palco. Confesso que, em algum momento, desejei estar lá, mas os caminhos da vida me fizeram trabalhar nos bastidores (e que bom). Depois de tantos anos, ainda hoje eu vejo o brilho nos olhos da nova geração que sobem nos palcos cheios de sonhos. Vejo também a sabedoria daqueles que, como eu, já contam com algum tempo de estrada. Do backstage, eu sigo sendo contaminada pelas faíscas que a dança me provoca. 

Feliz Dia Internacional da Dança a todos que também são contagiados por essa manifestação artística tão importante. Evoé!