Datas comuns, dias marcantes: minha despedida
Hoje é meu último dia no Grupo Seixas, a minha primeira experiência de trabalho remunerado. Depois de passar dois anos no Movimento Empresa Júnior, grande parte deles atuando em cargos de liderança, foi no Grupo, que ainda se chamava Beth Seixas Comunicação e Cursos, que eu encontrei a oportunidade de continuar exercendo liderança, trabalhar com autonomia e, ainda por cima, implementar minhas ideias e conceitos.
A empresa, já quando eu entrei, trabalhava com treinamentos de comunicação interpessoal e algumas derivações como vendas e atendimento. Apesar de ter a minha idade, a empresa nunca investiu em comunicação empresarial. Logo que cheguei já houveram mudanças drásticas na comunicação da empresa, mas esse ainda não é o texto para falar sobre as mudanças que promovi como profissional. Hoje eu quero falar de evolução.
Depois de dois anos trabalhando sem remuneração eu estava ávido por ganhar o dinheiro. "Vou ganhar, em um ano, o equivalente aos dois anos de salário que não ganhei na Cria!" eu dizia. Trabalhei muito, inclusive esse período vale outro texto falando sobre expectativas e metas em períodos errados da vida. Consegui bater essa meta, mas não valeu a pena.
O que aconteceu com o tempo foi que eu percebi (ou lembrei) que o dinheiro não era o principal no momento. É o momento de aprender, crescer e ficar caro, não de ganhar o máximo de dinheiro possível. Cada freela que passava, ficava menos empolgado. Principalmente porque atrapalhava meu trabalho no Grupo. Existe nessa empresa uma aura que cativa, que faz quem está perto querer estar mais perto. Não é só quem trabalha lá não, os clientes sempre dão depoimentos incríveis sobre transformação e desenvolvimento (um prato cheio para quem trabalha com comunicação empresarial, não é mesmo?).
Quanto mais o tempo passava, mais eu estava imerso nos problemas e desafios do Grupo. A cada solução, a cada proposta eu ganhava mais atenção e credibilidade com os outros membros da equipe (que é bem enxuta por sinal). Em cada erro a bronca era maior, mas nunca foi tão grande quanto a cobrança que eu tenho comigo mesmo. Senti na pele o que é o sarrafo subir a cada êxito. Se você quer evoluir, se acomodar não é uma opção. Cada nova conquista se torna meta diária.
O que faz a empresa vibrar é a vontade, de todo mundo que está lá dentro, de fazer o melhor. E olha, se você está em uma equipe com pessoas que se comunicam bem, pode ter certeza que as cobranças são mais embasadas e mais contundentes. Demorou, mas foi apanhando que eu criei uma casca. Foi errando que eu parei de cometer erros iguais. Foi observando e absorvendo que eu melhorei minha forma de expressar, aprendi a cativar, aumentar o ritmo ou diminuir a frequência. Foi recebendo muitas críticas que eu aprendi como lidar com elas e, quando necessário, respondê-las e rebatê-las (e se eu consegui fazer isso com o Pedro Seixas, tenho certeza que posso encarar muita gente grande hoje).
Aprendi alí, também, que o carinho na hora de formular uma mensagem é fundamental para alcançar bons resultados. Fazer com que meu trabalho pareça simples, não faz dele simples, mas quase fundamental. Quanto mais as pessoas ao redor dizerem "nossa, isso era tão óbvio!", "por que nunca fizemos isso antes?", "como nunca pensamos isso antes?", mais quer dizer que sua ideia é forte. No Grupo eu aprendi que o óbvio para mim não é óbvio para o outro. Basta contar quantas vezes eu ajudei as pessoas lá dentro ensinando a não esticar fotos em slides. Eu aprendi a entregar a mesma mensagem para cada pessoa de forma diferente.
Foi na marra e no medo que eu aprendi que quando não se concorda com algo, você deve dizer para a equipe (no momento certo, é claro). Que se uma decisão estratégica é tomada, mesmo sem você concordar, é parte do trabalho fazer de tudo para que ela dê certo. Confirmei que é quando a gente está na bosta, depois de fracassos, quando é mais difícil é que a resiliência se torna mais crucial. Nós erramos muito nesse período que passei no Grupo. Já perdemos meses de preparação por detalhes sórdidos. Mas nós só erramos porque tentamos, e só erramos muito porquê em cada fracasso nós não buscávamos culpados, mas soluções e novos caminhos.
Presenciei como o mau desempenho de uma pessoa pode afetar uma equipe. Ví e senti desligamentos. Mas também senti como esses deligamentos foram fundamentais para os dois lados.
Experimentei o que é ser o mais novo no ambiente. Ouvir mais do que falar. Aprendi que tenho muito a ensinar. Conheci muitas pessoas inteligentes e com muita experiência que valorizavam minha opinião e reconheciam a minha experiência, mesmo que curta. Passei pelo processo de conquistar um estagiário, pelo processo de seleção e treinamento de uma pessoa. Trabalhei com uma ótima pessoa, muito competente, e que nasceu em 2000(!!!).
Aprendi que quando se está em um ambiente multidisciplinar, a coisa a se fazer é absorver o melhor de quem está perto. Aprendi sobre coach, fala em público, locução, atendimento, comercial, narrativas, aviação, corrida, cooperativas, jornalismo e mais um monte de coisas. Algumas delas eu vou levar para a vida profissional. Outras, só para a vida mesmo, o que não faz delas menos importantes.
No fim, eu aprendi a reconhecer meus limites e zelar pela minha saúde. Aprendi que para ir mais longe, as vezes é preciso desacelerar. Eu saio por ser o momento de sair. Com muito orgulho e a certeza(e promessa) de portas sempre abertas. Tomar esse tipo de decisão nunca é fácil, mas sei que é muito importante. Apesar de ser uma decisão minha, eu saio como quem deixa uma parte de si. O Flávio que entrou alí pela primeira vez não é o Flávio que sai. O primeiro deixou um pedaço da sua paixão, esforço e da vida no Grupo Seixas. O que sai, leva consigo todas as experiências que já foram citadas e um pedaço de cada pessoa com quem trabalhou.
Por fim, vale agradecer cada abraço e carinho na minha saída. Obrigado Arlete, Mayra, Murilo, Velasco, Chris, Nathália, Thais, Juliana, Fabrício, Beth, Eloi e Pedro! Como escreveu Cazuza: "se, por acaso, doer demais é porque valeu". Sigo acompanhando de perto meu maior case de sucesso até hoje. Carinho, admiração e orgulho eternos!
Grupo Seixas - Comunicar para evoluir.
CEO & CSO SMS group - Brasil
6 aExcelente depoimento. Mostra definitivamente que valeu a pena a experiência. Parabéns e sucesso.
Que texto incrível Frávioo! Li ele num momento muito oportuno. Obrigada por ter me ensinado tanto, fazendo parte tanto da minha formação profissional quanto pessoal. Seu legado estará estampado não só nas paredes do Grupo, mas também em cada pessoa. Você é 10! Sucesso.
Ajudo pessoas e empresas se comunicarem como líderes => Especialista em Media Training e Oratória => Palestras | Treinamentos | Mentorias
6 aVocê foi e é fundamental por tudo de bom que somos neste empresa. Em cada detalhe do Grupo existe a sua assinatura. Foi um orgulho ter trabalhado contigo, meu eterno ogro favorito!!!
Diretor de Marketing na Clube da Aposta | Consultor de Marketing e Negócios Online
6 aVocê é o cara! Orgulho de vc como profissional e como irmão. Conte comigo pra todos os seus desafios. Te amo!