Davos: cooperação é o único caminho para um mundo mais sustentável
Neste ano, as discussões do Fórum Econômico Mundial em Davos ressaltaram a necessidade de níveis de cooperação global sem precedentes para resolver crises econômicas, energéticas e alimentares no século XXI. Desafios pós-pandemia como inflação, instabilidade energética e insegurança alimentar torna ainda mais imperativa esta cooperação entre governos, empresas privadas, institutos de pesquisa, ONGs e muitas outras entidades para moldar políticas e iniciativas que trarão os melhores resultados para o planeta e para as pessoas.
Há 20 anos, a Bain & Company atua como parceira do Fórum em sua missão de promover agendas globais, regionais e industriais em busca de soluções para estas e muitas outras questões mundiais urgentes. Ao longo dessas duas décadas, temos concentrado nossa colaboração em três preocupações críticas: descarbonização, sistemas alimentares sustentáveis e circularidade.
Clima
Estamos no limite para pôr em prática ações que controlem o aumento da temperatura global e que mitiguem suas consequências. Há muitos anos a Bain vem encabeçando projetos com esse foco e agora é a hora de investir em tecnologia para acelerar a descarbonização, desenvolver materiais sustentáveis e agir nos escopos 1, 2 e 3 de emissão de carbono. O papel da política será fundamental para impulsionar as mudanças necessárias em descarbonização e na transição energética. O estabelecimento de leis que incentivem as empresas a adotarem boas práticas observadas no mundo é um exemplo claro de como o trabalho conjunto entre governo, empresas e sociedade pode acelerar a transformação e reduzir o aquecimento global.
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Sistemas alimentares sustentáveis
A sustentabilidade de sistemas alimentares é um outro foco crescente de preocupação. Governos, empresas, ONGs e a ciência devem entender como balancear a demanda crescente por alimentos com os impactos desta produção no meio ambiente. É preciso incentivar investimentos que melhorem a produtividade destes sistemas, aliviando a má nutrição, reduzindo as emissões de carbono, criando empregos e reduzindo o desperdício. Parcerias público-privadas e coalizões de várias partes interessadas e orientadas para a ação serão peças-chave para endereçar estes complexos trade-offs em sistemas alimentares no século XXI.
Circularidade
A iniciativa Circular Transformation of Industries, lançada pela Bain em colaboração com Fórum Econômico Mundial, INSEAD e a Universidade de Cambridge, explora como os líderes podem escalar esforços em circularidade (o modelo econômico baseado em reduzir, reutilizar e reciclar). Esta iniciativa incentiva o desenvolvimento de modelos mais inclusivos que aceleram os resultados em circularidade. Em conjunto com governos e sociedade, empresas implementaram cadeias de suprimento sustentáveis, processos de reciclagem mais avançados e novos materiais que consomem menos energia e recursos. Este tipo de ação deve ser cada vez mais incentivada para reduzir drasticamente o impacto no meio ambiente.
O estabelecimento de iniciativas de cooperação para enfrentar desafios climáticos, alimentares e de circularidade pode mitigar problemas urgentes que ampliam desigualdades socioeconômicas. Não ouso dizer que esses desafios sejam simples. Mas diante das experiências que acompanhei nos últimos anos, tenho plena convicção de que, mesmo diante de incertezas e dificuldades, podemos alcançar os melhores resultados quando trabalhamos em equipe.
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