De cartão premium a novos produtos financeiros, Digio prepara uma série de lançamentos para o 2º semestre

De cartão premium a novos produtos financeiros, Digio prepara uma série de lançamentos para o 2º semestre

Matéria originalmente publicada no Flash CardMonitor, edição de 19 a 26 de abril de 2021.

Com a expectativa de atingir o break even ainda este ano, o Digio – banco digital controlado por Bradesco e Banco do Brasil – prepara o lançamento de uma variante premium do seu cartão de crédito, a oferta de novos produtos financeiros e de investimento no app. O Digio possui 1,6 milhão de cartões emitidos, dos quais 600 mil portadores possuem uma conta digital da casa atrelada. A meta é encerrar o ano com 2 milhões de clientes. O Digio trabalha ainda na Conta Uber para os motoristas do aplicativo – primeiro projeto B2B que envolve as marcas da holding EloPar.

Lançado em 2016, o cartão de crédito sem anuidade e sem juros rotativos com gestão pelo aplicativo foi o primeiro produto da marca. As duas features seguem até hoje como o principal motor de vendas do plástico. A rentabilidade da operação vem do interchange e do parcelamento da fatura. Ainda assim, o Digio consegue entregar benefícios aos titulares do plástico por meio da Digio Store: concede cashback e descontos de até 60% em compras online em estabelecimentos parceiros. Se preferir, o cliente pode ainda juntar pontos Livelo no DigioClub – mediante a uma mensalidade. A Digio Conta chegou ao aplicativo do Digio em fevereiro do ano passado. Já oferece rendimento automático, seguros, tag de estacionamento, pedágio, Pix, pagamentos, entre outros. E vem mais por aí.

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Para falar sobre as novidades, a CardMonitor conversou com Marcelo Scarpa, diretor-executivo do Digio. Confira:

Loja ou marketplace? – Nós não miramos o marketplace, assim como nossos concorrentes. O Digio nasceu como um cartão de crédito sem anuidade, e expandimos agora para a conta. Não vamos levar a conta para mar aberto. Quem é aprovado no cartão de crédito, liberamos também para a Digio Conta. Pertencemos a um grupo bastante sólido e bastante conservador, pertencente ao Banco do Brasil e Bradesco, então não estamos aqui em uma estratégia de growth, como nossos concorrentes. Não tem certo ou errado, são apenas estratégias distintas, e a nossa é de visar a rentabilidade. Entendemos que a conta por si só, sem o cashin garantido, é apenas um custo, de mandar o cartão para a casa do cliente sem ter a garantia de que ele irá realizar transações. Entendemos que o cliente do banco digital gosta muito da experiência, da rapidez, de não ter taxas, mas quando refere-se a um produto de investimento, a um produto de seguro, previdenciário, ele ainda se sente mais tranquilo nos bancos tradicionais. Então, acho que o Digio sai na frente por oferecer isso. O cliente terá a experiência Digio, faz o onboarding na hora, é aprovado no mesmo instante, e já consegue ter acesso online ao cartão virtual, enfim, a fluidez da aquisição é muito boa. E ele também terá acesso a produtos de nossos bancos parceiros. Vamos oferecer, dentro da nossa loja, produtos dos bancos sócios.

Seguros e produtos de investimento dos bancos sócios – Além do seguro prestamista, que já temos hoje, virá o seguro de vida e previdência. E também um CDB, um investimento diferente. Esse é o roadmap para alavancar a nossa Digio Conta. Está previsto para esse ano, para o segundo semestre. Não lançaremos tudo de uma vez, teremos novidades gradativamente, mas a partir do segundo semestre começaremos a lançar esses produtos.

Nova linha de crédito no forno – Temos o seguro prestamista, que oferecemos no app. Também ofertamos o crédito pessoal, o Digio Cash, e vamos lançar outra linha de crédito atrelada ao cartão. Estamos fazendo algumas mudanças e logo virá um produto novo.

Aprovação e aumento de limite x inadimplência – De 2019 para cá, criamos uma área de modelagem dentro do banco com um modelo customizado do Digio. Antes, buscávamos em birôs tradicionais o score do cliente. O Digio existe desde 2016, e temos praticamente um milhão de solicitações de cartão Digio por mês. Ficamos praticamente um ano modelando essas informações, usamos técnicas de inteligência artificial e machine learning. E essa forma de modelagem praticamente dobrou o poder de discriminação de risco do nosso modelo e trouxe uma aprovação muito mais robusta. Dobramos a aprovação no cartão Digio e reduzimos por volta de 35% a 40% a nossa inadimplência. E esse modelo, que serviu para aquisição, também nos possibilita dar um limite de crédito muito mais assertivo para o cliente. O Digio era caracterizado, até um tempo atrás, como um cartão difícil de acessar, por causa do limite. Agora, ele é conhecido de outra forma. Ele é conhecido até como um cartão com limite melhor. Isso nos ajudou bastante.

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Novas variantes de cartão – Tem novas variantes no roadmap, sim. Temos interesse, já estamos em negociações avançadas com a bandeira, para oferecer um portfólio premium para nossos clientes. Temos uma base significativa desses 1,6 milhão clientes que estão com a gente ao longo desse tempo e com limites compatíveis a uma variante premium. E esse é um cliente bom, que paga, já tem um relacionamento antigo com o Digio, atingiu limites altos, então já temos base, isso vai sair bem rápido. Talvez até antes do segundo semestre já tenhamos uma variante nova.

Transações via Pix – Hoje, na Digio Conta, praticamente 60% do cash-in e cash-out é através do Pix, um número extremamente alto. Foi lançado em novembro e nosso cliente já se adaptou muito rápido ao Pix. Vamos lançar, muito em breve, o pagamento da fatura através do Pix. Hoje o cliente pode pagar a fatura através de DDA, de boleto, através do saldo na Digio Conta.

Limite assertivo, aumento do spending – A partir da modelagem de crédito, houve melhor aprovação, diminuição de inadimplência, concessão de limite assertivo – e isso refletiu muito no spending, na utilização do cartão Digio. Crescemos o spending em 67% de 2019 para 2020. Batemos recorde de spending, de utilização do cartão mês a mês, mesmo na pandemia. Talvez não tenhamos crescido em nossa plenitude, no potencial máximo, mas continuamos crescendo mais de dois dígitos ano contra ano. E essa é nossa expectativa para 2021 também.

Próximo do break even – O Digio ainda não opera no azul, mas está muito próximo do break even. Ainda não é oficial, estamos no meio do jogo do ano, mas a expectativa é, sim, operar no azul ainda esse ano.

Elo, Uber o Digio – O Digio era, até então, um banco 100% B2C. No ano passado, fechamos o primeiro case B2B do banco com a Uber e lançamos a Conta Uber para os motoristas – são cerca de 700 mil motoristas e por volta de 150 mil entregadores UberEats. Ainda estamos em soft lauch com a Uber, testando, mas é uma estratégia de crescimento muito importante para nós. Fizemos uma parceria com a holding Elopar – que reúne o banco digital Digio, a bandeira Elo, os Pontos Livelo, a tag Veloe, o clube de benefícios da Alelo. Abordamos tudo isso na nossa conta e oferecemos à Uber. Na vertical B2B, 2021 é o ano de entrega à Uber. Mas, a estratégia, depois que tivermos o produto formatado, com todo o ecossistema da Elopar, é ir ao mercado oferecer nossa conta white label.

WhatsApp Pay – Pretendemos nos conectar, sim. Já somos parceiros oficiais do WhatsApp para cobrança. Hoje, grande parte das renegociações de dívidas do cliente Digio é feita pelo WhatsApp. Antes, quando o cliente ficava inadimplente, alguém ligava para ele, era uma experiência muito ruim. Em 2020, fechamos com 90% dos acordos feitos em plataformas digitais e um dos maiores canais é o WhatsApp.

Open banking – Estou muito confiante. A partir do momento que o cliente aceita compartilhar os dados que ele tem com outras instituições financeiras, abre-se uma oportunidade riquíssima para nós. Poderei ofertar um cartão, um empréstimo pessoal, seja lá qual o produto, com mais informações a respeito do cliente. Eu acho que o Pix é uma nova forma de cash-in e cash-out, mas o open banking, realmente, é uma revolução bancária. Ele vai mudar a forma como os clientes se relacionam com as instituições financeiras, e os bancos digitais e empresas menores verão um oceano de oportunidades se abrir para eles. Temos um time 100% dedicado ao open banking, é uma coisa extremamente positiva para o Digio, aos meus olhos. Estamos inclusive contratando nessa área.

Quem são os concorrentes do Digio? – Apontar um concorrente direto é difícil, pois cada um tem suas particularidades. O Nubank é um concorrente, sem dúvida, a gente vê um overlapping bem grande com eles. Mas, o Nubank tem uma estratégia muito clara, bem definida, de growth, então, eles dão a conta para todo mundo. É uma estratégia bastante agressiva, você mandar um cartão para todo mundo, mas que tem um apelo muito forte. O C6 também, num público mais upscale do Digio; temos o Credicard Zero, que também é um cartão sem anuidade. Tem o Trigg, mas esse a gente acaba nem mapeando muito. O Neon, que é um concorrente mais voltado para a conta. Então, acho que concorrente direto não dá para falar em um, são vários, cada um em um segmento distinto. Basicamente, os bancos digitais são nossos concorrentes.

Felipe Pilon, MBA

Sales Executive, FSR - Google Cloud

3 a

Parabéns Scarpa e ao DIGIO

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