De Confúcio a seu Madruga
Quanta comicidade explícita há na famosa frase – nenhum trabalho é ruim....ruim é ter que trabalhar - proferida por um dos mais icônicos e engraçados personagens que já conheci: seu Madruga?
O querido e lendário proletariado, também caloteiro, aborda em sua famosa frase, embora de um modo generalizada, uma real visão filosófica, profunda, direta e destituída de qualquer hipocrisia social, os efeitos colaterais mortais inevitáveis do tão venerado capitalismo.
Quase sem querer, atingiu em cheio o âmago de diversos outros proletariados brasileiros insatisfeitos em suas funções, cargos, responsabilidades, status (ou a ausência deste), salários e etc.
É o famoso tapa na cara que ele tomava de outra personagem......só que esse, na nossa.
Ainda que o ditado tenha sido usado em quadros humorísticos, em nada ela é exagerada ou fictícia. “...ruim é ter que trabalhar” concorda plenamente, mesmo que inacabada, com um provérbio milenar e talvez, um dos mais sinceros e educativos que já li:
“Escolha um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia sequer”
Confúcio, “outro” filósofo e pensador, mas chinês, viveu em 551 a.C, e desde lá, com a sua inerente sabedoria, alertou-nos sobre a necessária busca da felicidade dentro de um satisfatório trabalho. Ainda que tenha vivido em uma época diferente da nossa, sabia das consequências desagradáveis causadas pela ambição desenfreada e cega ao sucesso e a riqueza material. Tudo em vão.
Ambição em demasia é um veneno para a própria alma. Premeditando esse resultado catastrófico, jogou sua herança construtiva ao ar dos séculos seguintes que triunfantemente encontrada pelo nosso laborioso herói do século XX que também tentou, ainda em vida, alertar-nos mais uma vez. Contudo ainda sem sucesso.
Bastava-lhe efetuar a junção dos dois pensamentos para que sua construção ficasse ainda mais perfeita (sem presunção, é claro):
“Todo trabalho é bom.......ruim é ter que trabalhar naquilo que não gostamos”.
Portanto meus amigos, não percamos mais tempo atrás da falsa felicidade. Busquemos a verdadeira alegria naquilo em que produzimos e conhecemos. Almejemos o progresso e a evolução interna para que um dia, não muito longe, possamos ajudar uns aos outros como esses dois grandes pensadores tentaram fazer.
Leonardo C. Marques