De fato é uma MARCA!
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De fato é uma MARCA!

Dia desses em um sábado ensolarado (não lembro se era tão ensolarado, mas vamos romantizar a meu favor), recebi a visita de meus primos. Maria Clara de 7 anos e João Victor de 4. Respectivamente filhos de meu primo Victor. Os 2, queridos como sempre passaram a tarde e brincamos de varias brincadeiras. Desde vídeo game (ainda tenho um bom e velho Dinossauro, um PS2) até esconde-esconde. Num determinado momento decidimos jogar bola. Fomos os 3 bem animados para a garagem, onde com toda certeza teríamos um clássico de futebol na garagem bem movimentado. 

Chegando, já desenterrei a pelota, uma pequena bola de uma marca que vou me reservar de falar já já. Bola esta cheia de história e que eu não sei de onde surgiu, só sei que veio na mudança do meu irmão quando veio de Curitiba para cá. Preparativos cá e lá, chego com a bola na garagem. Maria Clara uma grande esportista que é, me questionou se poderíamos brincar de Basquete. Relutei e mantive minha posição de jogar futebol, lembrei dos tempos áureos de educação física na escola, onde a disputa diária era com as meninas que queriam sempre vôlei ou basquete, contra os meninos que queriam futebol. O João quando viu a bola na hora exclamou de peito aberto: “Uma Bola da COCA COLA”. Na hora tomei um susto. Nem nos meus dias mais positivistas na aula de branding imaginaria um case desses. O João não sabe ler, a bola não estava associada a nada e convenhamos, ligar a Coca com a sua famosa garrafa KS ou ao liquido preto são associativos bem fáceis. Agora a uma bola vermelha com seu logo, quem imaginaria? 

A passagem acima só me fez pensar por dias a fio em como gerar uma empatia e associação tão forte a ponto de uma criança que não sabe nem ler lembrar. Como pode um produto, que por mais marcante que seja gerar isso? A Coca com certeza tem um belo case de fortalecimento marca e de equity, mas quem será capaz de medir isso!? Nessa passagem com o João finalmente percebi o que devo fazer com os estudos da pós em branding. Guardada as devidas peculiaridades, quando alguém me perguntar o que quero construir em um processo de qualificação de marcas, com toda certeza passarei esse case do João. Uma marca chegar ao ponto de ser reconhecida por uma criança que não sabe ler, tem um espaço bem interessante na memoria de muitas pessoas. 

Pensar no que passa pela cabeça do nosso personagem é impossível. Talvez a Coca gere nele a memoria de algo muito irrelevante, menos do que os seus famosos comerciais querem transmitir. Com absoluta certeza o João não lembra da sua icônica musica Taste The Feeling, menos ainda dos famosos ursos polares. Mas que espaço na sua ingênua cabeça tem a Coca? A partir de agora em qualquer projeto de marca que eu participar, esse case vai me guiar. Mesmo que o João não seja um target do produto, mas se chegou nele, chegou aos pais também e esses, esses sim poderão comprar e fazer disparar seus ganhos emocionais. Afinal construir uma marca passa diretamente pela conexão afetiva que o produto produzido por ela gerou no seu publico consumidor, correto? Porque aquela felicidade em ver que a bola era da Coca, não foi porque ele sabia que a bola era boa de se jogar, existiu uma transmissão de valores. 

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