De Olho no Mercado #22: seu resumo essencial sobre o mercado global de logística

De Olho no Mercado #22: seu resumo essencial sobre o mercado global de logística

Giro Econômico


Expectativas para a Selic

O Boletim Focus desta segunda-feira (4) apontou que o mercado financeiro espera uma nova alta da Selic para 11,25% ao ano na próxima reunião do Copom, marcada para os dias 5 e 6 de novembro. Esse aumento vem após o ajuste feito em setembro, quando a taxa subiu para 10,75% devido à alta do dólar e às pressões inflacionárias. A Selic, usada para controlar a inflação, pode encerrar o ano em 11,75% segundo as projeções, com previsão de quedas graduais nos próximos anos.


Inflação acima da meta

Pela quinta semana consecutiva, a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu, indo de 4,55% para 4,59% para 2024, ultrapassando o teto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional. Para os próximos anos, o CMN implementará uma meta contínua de 3%, com margens de tolerância. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação atingiu 4,42%, com destaque para o aumento da conta de energia.


PIB e câmbio em alta

A projeção de crescimento do PIB brasileiro foi revisada para 3,1% em 2024, impulsionada pelo crescimento de 1,4% no segundo trimestre. Para 2025, o PIB deve avançar 1,93%, enquanto as estimativas para 2026 e 2027 indicam crescimento de 2%. 


Dólar: maior cotação desde 2020

No Brasil, o dólar alcançou o maior patamar frente ao real desde maio de 2020. Na última sexta-feira (1º de novembro), a moeda norte-americana fechou em R$ 5,8699, registrando alta de 1,53%. A desconfiança em relação ao cenário fiscal brasileiro, aliada à cautela internacional devido às eleições nos EUA, contribuiu para a valorização do dólar. A falta de anúncios sobre cortes de gastos no país levou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a cancelar sua viagem à Europa.


Petróleo sobe com avanço de aumento de produção da OPEP+

Os preços do petróleo registraram-se fortes nesta segunda-feira (4 de novembro) após a OPEP e seus aliados decidirem adiar em pelo menos um mês o aumento de produção planejado para dezembro. O barril do Brent subiu para US$ 74,91, enquanto o WTI avançou para US$ 71,31. A decisão reflete com a demanda global e ocorre após quedas superiores a 3% nos preços na semana anterior, influenciadas pela produção recorde dos EUA.


Mercados globais em alta antes das eleições nos EUA

Os contratos futuros dos Estados Unidos foram registrados nesta segunda-feira (4 de novembro), com investidores se preparando para uma semana repleta de eventos que podem movimentar os mercados. No dia das eleições presidenciais, a disputa entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris permanece acirrada, com ambos intensificando suas campanhas nos estados decisivos.

Além das eleições, o mercado aguarda a divulgação de resultados corporativos importantes e a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), prevista para quinta-feira (7 de novembro).


Fed e juros

O Fed deve anunciar um corte de 25 pontos-base na taxa de juros, após reduzir 50 pontos-base em setembro. Com um mercado de trabalho mais fraco, a decisão do Fed será acompanhada de perto pelos investidores, que esperam novos sinais de como a instituição vai manejar a política monetária frente à resiliência econômica dos EUA.


Brasil


Auditores-Fiscais retomam paralisação de 48 horas em novembro

A partir desta terça-feira (5), Auditores-Fiscais da Receita Federal iniciam uma série de paralisações de 48 horas, com o objetivo de pressionar o governo para a instalação da Mesa Específica de negociação da categoria e a revisão do vencimento básico. A mobilização, aprovada em assembleia no final de outubro, ocorrerá todas as terças e quartas-feiras durante o mês de novembro.

As ações incluem a suspensão de julgamentos no contencioso administrativo, participação em projetos e ocupação de cargos de comissão que fiquem vagos. 

Desde julho, o movimento da categoria tem escalado, passando por operações-padrão nas Aduanas e paralisações pontuais, respeitando a continuidade de 30% dos serviços essenciais.

O Comando Nacional de Mobilização (CNM) será instalado nesta terça-feira, e os comandos regionais e locais se reunirão para discutir novas estratégias para intensificar a mobilização e ampliar seus impactos. A categoria busca assegurar o cumprimento do acordo firmado com o Ministério da Gestão e da Inovação, que prevê a instalação da Mesa Específica e o início das negociações salariais.

Essas paralisações podem impactar o fluxo de mercadorias nas Aduanas, afetando prazos de importação e exportação e trazendo possíveis consequências para o comércio exterior.


Plano de ação para reduzir acúmulo de cargas no Aeroporto de Guarulhos

Um novo plano de ação será implementado para liberar o acúmulo de cargas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A decisão foi anunciada após uma reunião entre representantes da Secretaria Nacional de Aviação Civil, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e operadores de carga aérea, com o objetivo de encontrar soluções para os atrasos no processamento e entrega de mercadorias.

Nas últimas semanas, o Ministério de Portos e Aeroportos registrou um aumento nas queixas de atraso no terminal. A ANAC solicitou providências imediatas para reduzir o tempo de espera e está avaliando outras medidas administrativas necessárias. A situação é acompanhada de perto, uma vez que os atrasos impactam diretamente o transporte de cargas perecíveis e itens de alta importância para o abastecimento nacional.

Como parte das novas medidas, o GRU AIRPORT, concessionária do aeroporto, anunciou a suspensão temporária do recebimento de cargas secas internacionais entre os dias 7 e 11 de novembro de 2024, em virtude do aumento atípico no volume de mercadorias e das mudanças nas tipologias das cargas recebidas no Terminal de Cargas. Durante esse período, serão priorizadas cargas perecíveis, fármacos, COMAT e animais vivos. 

Além disso, o aeroporto irá segregar as cargas de e-commerce e em trânsito internacional, direcionando-as diretamente aos respectivos recintos alfandegados, sem necessidade de passar pelo Terminal de Cargas de Guarulhos (TECA GRU). Para minimizar os impactos logísticos, também serão concedidos descontos de 20% para as cargas retiradas aos sábados e 40% para retiradas aos domingos e feriados, durante o período de 9 a 30 de novembro.

A medida visa agilizar o fluxo de mercadorias, mitigar os efeitos dos atrasos e garantir a continuidade das operações do aeroporto, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. O GRU AIRPORT reforça a importância de os transportadores e agentes de carga utilizarem horários de menor fluxo para a retirada das mercadorias, de modo a colaborar com a rápida regularização das operações.

Impacto no fluxo logístico e infraestrutura ampliada

Além de medidas para agilizar o fluxo no terminal, a recente prorrogação da concessão do aeroporto, aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), prevê novos investimentos em infraestrutura, incluindo a ampliação do terminal de passageiros. O objetivo é melhorar a capacidade do aeroporto para atender à crescente demanda por importações, que apresentou um aumento significativo, contribuindo para o acúmulo de mercadorias no terminal de cargas.

Representantes do setor logístico ressaltam que a situação de acúmulo de carga afeta a eficiência da cadeia de abastecimento, especialmente para produtos de consumo rápido. A melhoria das operações de carga aérea é vista como fundamental para evitar prejuízos e assegurar a regularidade das operações logísticas no país.

Essa iniciativa é mais um passo para melhorar a infraestrutura logística e garantir um fluxo de carga mais eficiente no principal aeroporto de São Paulo, aliviando os gargalos logísticos e assegurando a continuidade do abastecimento no Brasil.


Portos brasileiros enfrentam desafios para atender novos porta-contêineres

Quase metade da capacidade dos grandes navios porta-contêineres que chegam ao mercado até 2026 não pode ser plenamente aproveitada no Brasil devido a limitações estruturais dos terminais, como a profundidade dos calados e a ocupação dos berços de atracação. Estudos indicam que apenas 47% da capacidade de navios com mais de 10 mil TEUs pode ser utilizada nos portos do país, afetando o fluxo de importações e exportações.

Para operar com navios maiores, os terminais brasileiros necessitam de calados de pelo menos 16 metros na maré baixa, exigência que poucos portos atendem atualmente. Devido a essa limitação, as embarcações precisam reduzir sua carga para conseguir atracar, o que compromete a eficiência logística e o potencial de receita para o Brasil.


Investimentos e necessidade de modernização

Para enfrentar essa situação, o setor portuário cobra do governo a realização de mais dragagens para aumentar a profundidade dos canais de acesso. Em Santa Catarina, por exemplo, está prevista a dragagem para ampliar o acesso ao porto de São Francisco do Sul e ao terminal de Itapoá, visando alcançar a profundidade necessária para os novos porta-contêineres. Além disso, o governo planeja um novo terminal em Santos, que pode aliviar a sobrecarga na infraestrutura atual e aumentar a capacidade para contêineres.

Segundo especialistas, as restrições de infraestrutura dos portos brasileiros causam perdas estimadas em US$ 20,6 bilhões anuais em receita com importações e exportações. Com terminais operando acima dos 65% de ocupação recomendados, a falta de capacidade para atender a demanda pode levar a um efeito dominó, atrasando embarques e dificultando a operação logística.

Essas limitações destacam a importância de investimentos em infraestrutura para que o Brasil possa atender aos novos padrões de transporte marítimo e garantir competitividade no comércio exterior.


Setor de transporte de cargas no Nordeste se prepara para alta demanda na Black Friday e Natal

Com a aproximação da Black Friday e do Natal, o setor de transporte de cargas e logística no Nordeste do Brasil se organiza para atender ao aumento significativo na demanda. Esse período de alta movimentação, impulsionado pelo crescimento do e-commerce e das vendas no varejo, traz desafios logísticos que exigem eficiência nas entregas, cumprimento de normas de segurança e proteção dos trabalhadores.

A expectativa é que o comércio eletrônico registre um aumento nos pedidos online, superando 15 milhões de pedidos durante a Black Friday e 36 milhões para o Natal. Esse crescimento representa um impacto direto na logística, especialmente no transporte rodoviário, que predomina no Nordeste.


Preparação para o aumento de demanda e modernização do setor

Entidades como a Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Nordeste (Fetranslog/NE) têm orientado as empresas locais para enfrentar essa demanda sazonal. Além disso, o setor de logística tem investido na modernização, adotando tecnologias para gestão de frotas e monitoramento de cargas. Essas inovações são urgentes para garantir que o transporte de mercadorias continue a apoiar o desenvolvimento econômico do Brasil, mesmo em períodos de alta demanda.


Inovação tecnológica reduz custos e aumenta eficiência logística no Brasil

A adoção de tecnologia nas operações logísticas brasileiras tem mostrado resultados expressivos, com a redução de até 20% nos custos operacionais e ganhos de eficiência entre 15% e 20% no tempo entre a recepção e a entrega das mercadorias. Estima-se que ferramentas digitais, como inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT), se tornaram indispensáveis para que a logística alcance alto desempenho, aprimorando a gestão e a segurança de diversas etapas da cadeia.

Soluções de IA permitem o monitoramento em tempo real no transporte rodoviário, incluindo dados de tráfego e clima, ajudando a prevenir riscos e a otimizar rotas. Nos armazéns, robôs coletam, embalam e despacham mercadorias, enquanto algoritmos de IA analisam dados de vendas e hábitos de consumo para prever a demanda, o que é essencial para a gestão de estoques em um cenário de juros elevados. Além disso, câmeras dotadas de sistemas inteligentes ajudam a gerenciar riscos, tanto em segurança de carga quanto em prevenção de acidentes nos centros de distribuição.


Tecnologia no transporte marítimo

No transporte marítimo, o uso de IA é fundamental para planejar rotas e estimar condições de navegação com antecedência. Em trechos fluviais, por exemplo, a previsão dos níveis dos rios ajuda a evitar o encalhe de embarcações durante períodos de estiagem, quando a navegabilidade é reduzida. Essa previsibilidade é crucial, pois reduz riscos de atrasos e a exposição ao crime em áreas onde a sinalização e o balizamento são limitados. No transporte marítimo de longa distância, sistemas automatizados de monitoramento também contribuem para a segurança, antecipando intervenções e ajustando rotas em tempo real conforme mudanças climáticas.


Avanços no transporte aéreo

O setor aéreo, por sua vez, tem utilizado soluções de rastreamento e monitoramento inteligente para aumentar a precisão e a agilidade no despacho de cargas, especialmente aquelas de alto valor agregado ou sensíveis a variações de temperatura. A conectividade entre aeroportos e centros de distribuição permite que as informações de localização e status da carga sejam compartilhadas em tempo real, otimizando processos e minimizando interrupções. Além disso, ferramentas de IA ajudam a planejar o uso da capacidade de carga, com previsão de demanda para reduzir desperdícios e custos operacionais.

O avanço dessas tecnologias representa um marco para a logística no Brasil, com impacto direto na redução de custos, aumento da segurança e melhoria na eficiência dos processos em todo o setor.



Global


América Latina lidera crescimento no transporte aéreo de cargas em setembro

De acordo com dados divulgados pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), o setor de carga aérea global registrou forte crescimento em setembro de 2024, com destaque para a América Latina, que apresentou o maior aumento de demanda entre as regiões, atingindo um crescimento anual de 20,9%. Esse resultado reflete um cenário positivo para o transporte aéreo de cargas, impulsionado pela recuperação do comércio global e pela demanda crescente de comércio eletrônico.

A demanda global de carga aérea, medida em toneladas de carga transportada por quilômetro (CTK), subiu 9,4% em setembro de 2024 em relação ao ano anterior, enquanto a capacidade total disponível para carga (ACTK) aumentou 6,4%. Esse crescimento contínuo no setor de carga aérea se deve principalmente à capacidade extra oferecida pelos voos internacionais de passageiros, que alcançaram um crescimento anual de dois dígitos por 41 meses consecutivos.


Cenário econômico e tendências regionais

As transportadoras aéreas da América Latina se destacaram com um aumento de capacidade de 7,9%, acompanhando o crescimento robusto na demanda de carga. No contexto global, outras regiões também mostraram desempenho positivo, com as transportadoras da Ásia-Pacífico e Europa registrando aumentos de 11,7% cada uma, enquanto o Oriente Médio teve um crescimento de 10,1% na demanda de carga.


Fatores econômicos globais impulsionam o setor

O crescimento contínuo do transporte aéreo de cargas é influenciado por fatores econômicos, como a expansão da produção industrial global, que subiu 1,6% em setembro, e o aumento de 2,8% no comércio global de bens. A redução da inflação em regiões como EUA e União Europeia também contribuiu para um ambiente mais favorável às operações de carga.

Para o longo prazo, a IATA destaca que o setor de carga aérea continuará monitorando o cenário econômico global, especialmente as políticas comerciais nos EUA, que podem impactar as tendências do setor.


América Latina registra crescimento no desempenho portuário

O Índice de Desempenho de Portos de Contêineres da Drewry para a América Latina alcançou 134,2 pontos em agosto de 2024, registrando uma queda leve de 0,7% em relação ao mês anterior, mas um crescimento expressivo de 5,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Esse desempenho posiciona a região como uma das que mais cresce globalmente, com aumento contínuo dos volumes movimentados.

Crescimento global de portos de contêineres

O índice global de portos de contêineres da Drewry subiu para 118,3 pontos em agosto, um avanço de 1% no mês e de 6,6% em relação ao ano anterior. As regiões da Grande China e da América do Norte destacaram-se com altas interanuais de 6,8% e 15%, respectivamente. A China registrou aumentos significativos em portos como Shenzhen (+14%) e Ningbo (+13%), enquanto na América do Norte, Long Beach (+34%) e Seattle (+30%) lideraram os crescimentos de volume.


Desempenho abaixo da média no Oriente Médio e sul da Ásia

Apesar do crescimento geral, os portos do Oriente Médio e do sul da Ásia tiveram desempenhos contrastantes. A região do Oriente Médio enfrenta dificuldades, com queda de 3,7% no volume em relação ao ano anterior, afetada pela crise no Mar Vermelho, enquanto o sul da Ásia apresentou uma taxa de crescimento acumulada de 8,5%.

O Índice de Desempenho de Portos de Contêineres da Drewry é uma métrica que mede o volume ajustado de movimentação portuária globalmente, com base em dados mensais de mais de 340 portos, cobrindo cerca de 80% do volume global.




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