Decepcionei minha família.......

Pior do que a sensação de quebrar um negócio pela primeira vez é o momento de olhar para sua família e sentir que estão decepcionados com você. Essa sensação me fez refletir muito em 2014 quando fiquei sem chão pela primeira vez, quando todos os meus planos de ganhar muito dinheiro e dar uma vida mais confortável para minha família deram errado e por isso tirei o chão deles também.

Na ocasião, lembro que o medo......na verdade pavor, tomou conta do olhar da minha esposa, na época com 26 anos, receosa em passar dificuldades financeiras e privações básicas em função da minha experiência má sucedida nos negócios......aquele olhar me matava por dentro, corroía minha alma, pois eu perdia naquele olhar minha plataforma de sustentação e confiança própria e já começava a pensar em não correr mais risco algum e nunca mais enfrentar o olhar que me indagava "seu sonho empreendedor vale a pena?".

Pois bem, aprendi na prática que o lado pessoal do empreendedor é algo que precisa ser tão trabalhado quanto seu modelo de negócio, principalmente com sua família. Todos próximos a você precisam entender o jogo, não podem simplesmente ficar ignorantes nas regras. Sua família precisa saber pontos de sua estratégia. Sua forma de raciocínio pode até não fazer muito sentido, mas ao mostrar domínio sem paixão sobre determinado assunto, as pessoas mais próximas como sua esposa passa a compreender os riscos e oportunidades........aliás sempre deixe claro quais são as oportunidades em jogo, todos conseguem em algum nível balancear os riscos verso oportunidades e se em algum momento você estiver apaixonado demais pelo seu negócio, sua família conseguirá lhe colocar os pés no chão como um bebê que desce do berço pela primeira vez, e muitas vezes contribuir para seu posicionamento.

Eu......após 10 anos empreendendo, aprendi a não levar para dentro de casa todas minhas preocupações, levo algumas, geralmente as mais leves e compartilho com minha família em momentos diversos, assim tenho todos cientes, inseridos no contexto e sempre me ajudando a tomar algumas decisões, dessa forma o fardo fica mais leve e minha família passa a assumir comigo as incertezas de se empreender, compartilhando decepções e alegrias.