🩺 Decisão do STF sobre o direito das Testemunhas de Jeová de recusarem transfusão de sangue 🩸
No dia 25 de setembro de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) proferiu uma decisão histórica ao reconhecer o direito das Testemunhas de Jeová de recusarem tratamentos médicos que envolvam transfusões de sangue, com base na preservação do princípio bioético da autonomia do paciente. Esse marco legal, amplamente esperado, solidifica o respeito às crenças religiosas, colocando a escolha pessoal em posição prioritária sobre a beneficência, princípio que preza pelo bem-estar do paciente acima de tudo.
Todavia, essa decisão impõe certas nuances e salvaguardas, especialmente no tocante ao tratamento de menores de idade. Em casos envolvendo crianças, foi determinado que pode ser solicitado uma liminar à Vara da Infância e Juventude para assegurar o uso de transfusões de sangue quando for considerado imprescindível para salvar a vida do menor. Essa medida reflete o equilíbrio entre o dever de proteger a vida e o respeito às convicções religiosas da família.
Para procedimentos eletivos, ou seja, aqueles que não envolvem emergência ou urgência, a decisão permite ao médico recusar-se a prestar assistência caso suas convicções ou ética profissional entrem em conflito com a recusa do paciente. Nesses casos, o paciente tem a liberdade de buscar outro profissional que esteja disposto a realizar o atendimento sem o uso de sangue.
Já em situações de urgência ou emergência, onde o tempo é um fator crucial para salvar a vida do paciente, o médico deve seguir o tratamento sem a utilização de transfusões sanguíneas, conforme solicitado pelo paciente ou por seus responsáveis. Entretanto, para garantir a segurança legal e a clareza dos procedimentos adotados, é fundamental que todas essas decisões e condutas sejam registradas detalhadamente no prontuário médico, de preferência com a assinatura de uma testemunha da equipe de saúde.
Essa decisão do STF reflete um avanço significativo no campo da bioética, ressaltando a importância da autonomia do paciente como direito fundamental. A maximização desse princípio, mesmo em detrimento da beneficência, evidencia o compromisso de nossa sociedade em respeitar escolhas individuais, ainda que envolvam decisões críticas de vida e morte, desde que estejam alinhadas com a vontade consciente e informada do paciente ou de seus responsáveis.
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Pontos principais da decisão:
Esse julgamento traz à tona um dilema bioético profundo, onde a autonomia foi priorizada em detrimento da beneficência. Respeitar as escolhas pessoais, mesmo diante de situações de vida ou morte, é um avanço importante na valorização dos direitos individuais.
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