A Decisão Mais Difícil Da Minha Carreira
Mudar de área é sempre uma decisão difícil por si só. Ainda mais quando na sua área atual você já é considerado expert, com mais de 12 anos de experiência.
Muitos fatores foram considerados, inclusive o de promoção na área atual, o que visivelmente era o mais latente. Diversos colegas me questionaram se eu não estava sendo ansioso por não esperar ser chamado na fila invisível da promoção corporativa. Frases como: "Você está louco? Logo agora que vai conseguir o que queria? Pensa direito..."
Mas o que meus colegas não entendiam era que promoção não é tudo na carreira, ainda mais depois de um certo tempo, em que o dinheiro a mais nem sempre tem a mesma importância do que no início da jornada laboral. Não julgo quem toma as decisões baseadas estritamente no lado financeiro, pois sei que as pessoas passam por fases na vida. Eu mesmo teria decidido assim caso tivesse filhos ou algo a mais para me preocupar.
O fator central da minha mudança de área, do Business Intelligence/Data Science para a Inovação, foi o tamanho do desafio. Sempre fui apaixonado pelo tema, fiz cursos na área, intraempreendi, entrei para um grupo "pirata" da organização e até ganhei um Hackathon. Ou seja, não estou caindo de paraquedas, estou apenas formalizando meu desejo de trabalhar com o futuro da organização, ajudar na perenidade e sua relevância para a sociedade.
O fator secundário dessa decisão foi que, ainda que a promoção viesse na minha área atual, era pra fazer mais do mesmo. Não viriam desafios novos, projetos ou mini revoluções. Apenas mais tabelas, relatórios e dashboards. O desafio seria continuar entregando relatórios com a mesma qualidade e em menor tempo. Ou ainda, automatizar o que já não era possível mais ser automatizado: quando o cliente pede pra ir fritando o pastel pra depois escolher o sabor.
Assistindo uma palestra sobre o futuro do trabalho, o palestrante fez a seguinte reflexão:
"Já não existem mais funcionários como antigamente, que faziam apenas o que a empresa ou patrão queriam. Com a migração do trabalho físico para o intelectual, eles querem fazer apenas o que gostam ou se sentem desafiados, onde enxergam valor e propósito."
Se tive medo? Tive sim senhor, e ainda tenho. Medo de ter tomado a decisão errada, medo de não dar conta do recado, medo de não ser tão relevante para o trabalho e para as entregas como eu era antes. Medo de ser excluído e não se integrar com a equipe nova e medo de não ser aquela coisa toda que estavam esperando.
Mas o medo que mais me moveu para esse desconhecido, talvez um pouco conhecido, futuro que me aguarda: O medo de nunca mais sair da zona de conforto! De fazer mais do mesmo eternamente... Como diria o pensador anônimo:
Vai. E se der medo, vai com medo mesmo.
Sthéfano Cordeiro
Apaixonado por tecnologia, inovação e transformação digital. Seu propósito é hackear o futuro e ajudar pessoas a tomarem melhores decisões e construir organizações preparadas para o que está por vir.
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Sustentabilidade Empresarial | Gerente de Projetos | Facilitadora | Articuladora | Controles Internos | Compliance | Governança | Estratégia Corporativa
5 aShowww, querido!!! É isso mesmo, o medo pode ser um amigo que nos ajuda a avaliar melhor a situação e também pode ser uma âncora. Vc colocou ele no lugar de amigo. 🎉🔝
EU Citizen | Data Science | Machine Learning | Product Analytics | Critical Thinking
5 aBoa Sthéfano Cordeiro, sei bem como você se sentiu... E pra mim foi uma decisão muito difícil também. Alguns fatores que ponderei para tomar a decisão, sem ordem de importância: - alinhamento da empresa com os meus ideais; - realização profissional; - direcionamento profissional com o tipo de trabalho que gostaria de fazer; - novas experiências; e - mais conhecimento. Para mim está sendo tudo novo, com muito aprendizado, espero me tornar um profissional melhor e mais qualificado após ter tomado essa decisão. Um abraço!