A Decisão mais importante da minha vida profissional.

A Decisão mais importante da minha vida profissional.

Eu tinha 23 anos, dois diplomas (ADM e Economia) e pouca experiência na área de Recursos Humanos. Por contingências outras, havia me mudado há poucos meses para a capital de Santa Catarina e não sabia muito bem como seguir profissionalmente. Com essa idade eu tinha clareza do que não queria e tinha apenas uma certeza: gostava de escrever e queria trabalhar com a palavra, com o texto.

Assim, imaginava que duas portas poderiam se abrir: as do jornalismo ou as da publicidade. Era o final dos anos oitenta e naquele já distante tempo, o jornalismo impunha muitas restrições para quem não era formado na área. Sendo assim, a porta que se abriu foi a da publicidade, mais precisamente uma porta bem acanhada em um prédio mais acanhado ainda no Estreito, bairro de Florianópolis – creio que na rua Bernardino Vaz, próximo ao Corpo de Bombeiros.

Entrei ali pela primeira vez em meados de abril de 1992, com quase nenhuma experiência em agência de publicidade (antes havia feito um breve estágio em outra agência da cidade) e muita, muita vontade de começar.

Lá, mostrei minha pasta com alguns trabalhos (a maioria completamente “fantasma”) e recebi o desafio de trabalhar em uma concorrência do lançamento de uma concessionária chamada Tibagi Veículos (na época, representante dos veículos da Suzuki).

Trabalhei duro, uma semana direto na agência para a concorrência (sem remuneração). O esforço foi recompensado: ganhamos a conta e no dia seguinte fui contratado. Começava ali a minha vida profissional em publicidade e em agências de comunicação.

O mundo mudou demais de lá para cá. Eu trabalhava com uma máquina Olivetti e o diretor de arte pestapava os anúncios usando letraset. Ficou famosa a história (verídica) de um anúncio da rede Dimas (concessionária Ford) que tínhamos que mandar para o jornal no final da sexta-feira, quando lá pelas 18h, o Miguel grita: Marlon, estamos sem o “H”. Muda o título.

E aí de “melhor oportunidade do final de semana” o anúncio saiu com “sua oportunidade de ter um Ford neste final de semana”. Ambos meia boca, mas o segundo com todas as letras.

Depois vieram outras contas e histórias que um dia pretendo transformar em um e-book. Como por exemplo, também em uma sexta-feira em que todos fomos almoçar juntos com o dono da agência e na volta, em cima da mesa de cada um, havia um envelope com dinheiro vivo _ um reconhecimento pelo sucesso de uma campanha chamada “Beba Leite. Viva a Vida”. Eu não lembro quanto tinha em dinheiro, mas jamais esqueci o valor do gesto. 

E assim foram dois anos e meio lá. Depois, quando voltei para São Paulo, mais alguns encontros e até campanhas feitas à distância como um trabalho incrível para uma rede de supermercados local com atletas olímpicos. Mas qual o motivo destas memórias em um artigo aqui no linkedin?

Lembra quando eu disse que só sabia fazer uma coisa, que era escrever? 

Pois esta é a minha maneira de de agradecer, de eternizar esse sentimento (“gratidão é a memória do coração”) junto à Decisão Propaganda e seu fundador, meu amigo e mentor Luiz Cláudio dos Santos, o Luizão. 

Ainda mais porque neste ano, a Decisão completa 35 de vida e a ela eu devo muito da minha vida profissional. E eu não saberia como registrar tudo isso se não fosse pela palavra, pelo texto. Vida longa e próspera, Decisão Propaganda. E muito, muito obrigado por ter acreditado em mim.

Haíla Freitas Ismerim

Product Manager | Product Marketing Manager

1 a

Que relato lindo! Uma carreira de muito sucesso 👏👏👏

Parabéns pela sua trajetória Marlon! Todos que te conhecem te admiram!

Paula Renata Camargo de Jesus

Publicitária. Doutora em Comunicação e Semiótica . Mestre em Comunicação. Formada em Comunicação- Publicidade. Professora de Graduação e Pós-graduação de Comunicação.

1 a

🌹❤️

Leticia de Assis 🏳️🌈

Estrategista em Comunicação | Atendimento | Produtora e Editora de Conteúdo | Copywriter | Marketing digital

1 a

Que relato sensível, maravilhoso, Marlon! Me vi nas tuas palavras, guardadas as circunstâncias, pelo sentimento de ter sido valorizada na contramão do mercado: mulher, acima dos 40, porém com brilho nos olhos e vontade de somar, aliada a certo talento pra escrita. Muito obrigada por dividir conosco essa riqueza de texto. Saiba que Luizão ainda fala sempre de ti com carinho, respeito e admiração

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