Democracia ou Oligarquia?

A ilusão de democracia se faz presente em nossos tempos, a oligarquia é o sistema atual que rege o Estado. É extremamente estranho apontar tal coisa em um mundo aonde a maioria dos países se dizem democráticos, mas a lógica da democracia não é a qual enxergamos, pois, àqueles que representam o Estado, utilizam de sua autoridade para beneficiar um seleto grupo de pessoas, que atualmente, encontram-se no topo da sociedade, podendo-se dizer então que, a democracia atual é apenas uma máscara na qual a oligarquia veste para se expor de forma moral.

  A verdadeira democracia inexiste em nosso planeta, o fato de conceder certo direito ao povo de expor seu voto para a escolha de mandatários, não torna isso uma democracia perfeita, pois os indivíduos que assumirem o Estado, voltará a impor seu papel oligárquico.

  Àqueles que apoiam o sistema atual, dirão que isso é uma loucura, e é claro, darão uma série de justificativas para se provar o contrário, porém, basta uma reflexão mais aprofundada sobre esta questão e veremos o quanto a oligarquia utiliza da democracia como máscara, afim de permitir que a pirâmide se mantenha sempre do mesmo formato, pois são sempre incapazes de permitir a ascensão de classes, podendo as vezes abrir mão de sua natureza orgulhosa e proclamar um pequeno gesto social às classes inferiores.

  Hoje esse poder oligárquico encontra-se em poder do mercado financeiro, que se enraizou na política e no Estado por meio de uma série de experiências no passado e hoje detém sua maioridade liberta sobre tudo o que acontece, ditando as regras de seu jogo.

  É deveras complicado um único indivíduo curar essa enfermidade, pois quando se tem um sistema doente, o próprio médico no qual se encaminha para tratar a doença, acaba sendo levada por ela.

  A base para uma nova sociedade, aonde o Estado fará seu papel social, permitindo a todos o mesmo ponto de partida, precisará ser nivelada, concretada e fortificada, da mesma forma que se constrói um edifício, não sendo apenas uma única pessoa que curará um sistema falido, doente e com metástases profundas, mas sim uma sociedade inteira, pois fazemos parte de todo o conjunto da obra.

  Por ser nossa democracia a máscara de uma oligarquia moderna, aonde todos os benefícios , ou boa parte deles, se dirige ao mercado financeiro e por ser os políticos, ou uma boa parte deles, pertencentes ao mercado financeiro ou adeptos a ele, providenciam toda a forma de vantagem e privilégios à essa classe, fazendo-os os senhores de tudo, chegando ao ponto de intervirem diretamente na forma de como se governar, escolhendo e propagando os políticos mais adeptos às suas características, sob forma de chantagem econômica, criando severos obstáculos à governabilidade.

  Dessa forma, conforme dito anteriormente, todas as outras classes se veem desprezadas pelos governos que se intercalam um após o outro, dizendo-se que são democráticos, mas lutam apenas por uma classe em especial, fazendo tudo o que os “senhores” pedem. Essa é a desigualdade que impera e dita as regras, fazendo com que mais e mais pessoas pertencentes a sociedade se alinhem a este tipo de sistema sumariamente criticado perante a ética e a moralidade.

  O mercado financeiro aproveita as necessidades e as brechas para se instalarem e se enraizarem tão profundamente, que fazem a todos acharem que essa forma é a mais correta.

  Como essa metástase profunda, todo e qualquer autoridade deixa de ser democrático e passa a assumir papel cada vez mais oligárquicos em benefício desse grupo que se oferecem para solucionar um problema e acaba criando outros tão complexos quanto os que existiam.

  O grande objetivo do mercado é angariar investidores enquanto o objetivo do Estado é formar cidadãos, ambos com objetivos claramente diferentes, cabendo ao Estado o seu papel junto a sociedade e o mercado o seu papel.

  Hoje se torna complexo qual é o verdadeiro papel do mercado, porque a cada ano ele toma mais terreno, tira poderes, destrói autoridades, corrompe sistemas, usurpam as classes menos abastadas, a ciência da economia talvez nos mostre algo de como parar essa máquina voraz, que funciona como uma espécie de buraco negro, aonde a ganância não tem limites e a moral e a virtude perdem suas funcionalidades.

  O dinheiro é apenas um meio para um determinado fim, ele jamais deverá se sobressair ao ponto de fugir à razão e dominar o que não lhe pertence; o homem o inventou, como fim de facilitar o comércio e o tornar mais dinâmico e seguro, mas não deve ser motivo ou a razão para elevar-se acima de tudo, quando na verdade, ele é apenas um meio.

  O Estado tem a obrigação moral em reverter todo o dinheiro em benefício à todos da sociedade, sem discriminação, predominância, vantagens ou privilégios, todos os membros devem ser ressarcidos e o Estado é o único que tem essa capacidade, o mercado financeiro só nutre a ele mesmo e deixar as coisas em suas mãos, só acarretará mais problemas.