DEPARTAMENTO PESSOAL. SABE (MESMO) O QUE SIGNIFICA?
Ainda é comum, dentro de uma empresa, a ideia que o departamento de pessoal é o setor que entrega o contracheque e a folha de ponto. Sem problemas. Ele é mesmo o responsável por todo pagamentos dos funcionários e prestadores de serviço além da auditoria, orientação e confecção dos controles de jornadas de trabalho. Outra imagem que ainda é bastante comum, entre os empregados, é de que a visita ao departamento de pessoal pode ser muito perigosa: advertência, suspensão ou demissão podem estar prestes a acontecer. Há uma explicação para isto.
O termo departamento de pessoal teve sua origem ainda no período da escravidão. Nesta época, os senhores nomeavam “capitães” que cuidavam de extrair o máximo de trabalho possível daqueles seres humanos. Esses ditos “capitães”, com a chegada das primeiras empresas, evoluíram para Chefes de Departamento de Pessoal mas suas responsabilidades estavam limitadas apenas ao controle nominal dos trabalhadores, o valor do trabalho executado e por toda ordem e disciplina. Sim, podem considerar que os coordenadores de DP já foram Feitores de Fazendas.
É verdade que já foi sinônimo de “autoridade” trabalhar no Departamento de pessoal e isto atrapalha, ainda hoje, a evolução de alguns profissionais que atuam neste setor, que representa a estabilidade jurídica e a garantia que a legislação trabalhista estará sendo cumprida em sua íntegra para o empregado e empregador.
O DP é um dos setores mais importantes da empresa – estou sendo completamente parcial, é claro.
Me desculpem aos que entendem que o nome “Departamento de Pessoal” tenha caído em desuso, evoluindo para gestão de pessoas ou, de forma simplista, apenas Recursos Humanos. Sim, as atividades de um profissional deste setor devem sempre esta alinhadas, não apenas, com a lei e a ordem mas também com o bem-estar, qualidade de vida, saúde e segurança de seus colaboradores.
Evoluímos.
Com a contínuo avanço da legislação, foi impossível que este profissional permanecesse com a prancheta na mão para apontar as horas faltas e demitindo pessoas. Precisamos ter conhecimento em contabilidade, rotinas administrativas, toda a legislação trabalhista, habilidades com gestão de pessoas e ainda entregar contracheques e folhas de ponto. E como ficou normal que, nossas respostas nos e-mails, seja sempre com a exposição de um artigo ou súmula trabalhista para embasar o entendimento.
É obrigação do profissional ligado a rotinas trabalhistas ter a CLT ter como seu livro de cabeceira (também as súmulas, NRs de segurança do trabalho e assistir todas as audiências publicas de temas trabalhistas na TV Senado e câmara). Ele deve ser o primeiro a levantar o debate interno sobre uma mudança o entendimento trabalhista. Sim, pode parecer “exagerado”, mas a rotina de busca contínua do conhecimento transformará o profissional em referencia em sua empresa e seguimento. É assim que é a atividade dos que optam a conhecer e viver este gigantesco universo de informações.
Silas Galvão da Silva Roque - Contador e Coordenador de Pessoal