Depressão no desemprego: como enfrentar essa situação

Depressão no desemprego: como enfrentar essa situação

Veja como lidar com ansiedade e desânimo enquanto você busca recolocação

Enfrentar a depressão no desemprego não é tarefa fácil, mas não é por isso que você precisa se entregar a essa sensação de desalento e desconforto. Há medidas paliativas que você pode tomar para enfrentar essa situação da melhor forma possível. Quem explica isso é a psicóloga Livia de Oliveira Borges, professora aposentada da UFMG e pesquisadora na área de Psicologia do Trabalho e das Organizações. 

De acordo com a especialista, nem toda pessoa que se sente desanimada por estar desempregada está de fato deprimida. “A depressão é um quadro psicopatológico que inclui tristeza, desânimo, sentimento de culpa, autoestima muito baixa, entre outros sintomas”, esclarece. O que normalmente nós denominamos depressão no desemprego muitas vezes é uma tristeza prolongada e um grande desânimo que são consequências diretas da situação pela qual a pessoa está passando.

Neste momento, então, em que todos estamos tristes com esta situação de pandemia mundial, é muito natural que quem está desempregado se sinta ainda mais triste e mais desolado. Afinal, as chances de conseguir um emprego agora são menores e o isolamento social intensifica a ansiedade. 

Como enfrentar a depressão no desemprego

Cada pessoa lida com a depressão no desemprego da sua própria forma, dependendo da sua personalidade, do apoio que recebe da família, das possibilidades que enxerga e da sua situação financeira. Para lidar com esse sentimento da melhor forma possível, Livia faz algumas recomendações gerais, que começam por uma análise da situação atual e incluem a busca por uma ocupação que de alguma forma possa tomar o tempo, desviar o foco da epidemia e, se possível, até gerar alguma renda. 

Não se culpe

Se você foi demitido durante a pandemia ou se não consegue uma recolocação neste momento, a última coisa que deve fazer agora é se culpar por isso. “A pandemia é uma situação macro”, afirma a especialista. Ou seja, a culpa não é sua e possivelmente você não pudesse fazer nada para reverter a situação. 

Busque compensações

Para evitar que tristeza e desânimo se juntem, a dica é buscar compensações paliativas. “Essas compensações não vão resolver a pandemia, mas podem amenizar sua tristeza”, afirma a especialista. Ouvir músicas que você gosta e que sejam animadas é um caminho. Cozinhar, se você gosta disso, é outro. Ver filmes, ler livros, fazer artesanato. Cada um precisa descobrir uma forma de se sentir bem pelo menos por um período do dia. 

Não acompanhe o noticiário 24 horas por dia

Acompanhar as notícias é importante, mas a recomendação é não ficar se preocupando com isso o dia inteiro. Reserve um horário para acompanhar o noticiário e, no restante do tempo, tente pensar em outras coisas.

Continue procurando emprego

Ainda que as contratações estejam mais lentas, você pode e deve usar o tempo para atualizar o currículo e procurar oportunidades que estejam alinhadas ao seu perfil. Continuar a busca é uma forma de aliviar a tensão porque você entende que está fazendo o possível para conseguir recolocação durante a crise

Converse com ex-colegas

Evitar o isolamento total também é importante nesse momento. Converse com ex-colegas, continue mantendo contatos profissionais, mesmo que de forma virtual. Faça com que você seja lembrado. 

Faça cursos online 

Outra dica importante para afastar a depressão no desemprego é aproveitar o tempo para aprender – sem sair de casa e possivelmente sem pagar nada por isso. Melhore seu currículo com cursos online gratuitos que, neste momento, podem ocupar a sua cabeça e evitar pensamentos negativos e repetitivos. 

Procure ajuda profissional se necessário

Neste momento, é natural que você precise de apoio profissional para se reorganizar e lidar com essa situação, que é nova para todo mundo. Livia faz um alerta, no entanto. É preciso buscar ajuda de forma confiável, procurando entidades sérias como a Sociedade Brasileira de Psicologia ou o serviço oferecido gratuitamente pelas universidades, por exemplo. Muitos profissionais sérios estão prestando serviços online, mas também há muita gente querendo lucrar com isso de forma indevida. “O importante é buscar uma ajuda especializada de confiança, que venha de uma entidade científica séria e tenha registro profissional”, afirma a especialista. 

Fique atento e busque ajuda se sentir necessidade. Isso vai passar – mas, até lá, é importante que você possa ficar bem.

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