Desafios do Open Banking
Muito tem se falado sobre Open Banking no Brasil. Mas o fato é que teremos muito trabalho pela frente.
Em primeiro lugar precisamos pensar na governança da implementação. É importante que tenhamos a participação de todos no processo, desde Fintechs, Bancos, PSPs, TPPs, Reguladores, todos trabalhando para o que é o mais importante: a conveniência e segurança do processo e benefícios dos clientes. Esta governança precisa ser feita de forma equilibrada, construtiva e por um time senior e técnico o suficiente para assegurar confiabilidade, uma jornada do cliente sem atritos e com resultados mensuráveis ao longo do tempo.
O segundo ponto que temos que trabalhar é com relação à segurança jurídica do compartilhamento de dados financeiros de clientes. Todos nós sabemos das particularidades dos arcabouços jurídicos no Brasil, portanto o consentimento do cliente não parece ser suficiente para assegurarmos a correta responsabilização nos casos de uso indevido ou vazamento de dados por terceiros. É preciso estabelecer as corretas responsabilidades em cada etapa do processo, sem trazer novos riscos para todos os participantes do Open Banking, sob o risco de desestimular as ofertas de serviços.
A etapa seguinte será estabelecer o correto modelo de negócios, implementando uma forma justa de compartilhar os investimentos necessários entre todos os participantes. Já aprendemos que nada cai do céu e os investimentos serão necessários por parte da iniciativa privada. Em UK, passados 18 meses do lançamento, estima-se que os gastos da infraestrutura já ultrapassaram algumas centenas de milhões de libras, com pouco ou nenhum resultado prático até agora, demonstrando que muito mais investimento será necessário pelos próximos anos.
Vencidas as etapas anteriores, podemos iniciar a construção técnica do modelo, onde precisamos ter em mente alguns princípios importantes para assegurar a longevidade do Open Banking no Brasil:
- Rastreabilidade dos dados: sem a correta rastreabilidade, as disputas de transações entre os participantes será caótica e prejudicará o único que não pode ser afetado: o cliente.
- Consentimento: a etapa de consentimento com o uso de biometria será fundamental para que o cliente adote o processo. Também já vimos em UK o custo que uma incorreta decisão sobre o processo de consentimento pode ocasionar, atrasando o projeto e seus benefícios.
- Padronização: possivelmente o princípio que irá requerer maior esforço e investimentos de todos os participantes, mas fundamental para permitir isonomia para todos os participantes. Esta etapa irá consumir algumas centenas de milhões de Reais e já aparece como um enorme desafio, dado que necessita de uma construção colaborativa, equilibrada e madura dos participantes no processo.
- Segurança: nada disso será possível se não pensarmos na segurança das informações e na certeza do correto uso dos dados compartilhados. Uso de autenticação e gestão do consentimento será fundamental para garantirmos que não estaremos criando um passivo a longo prazo.
Como podemos ver, os desafios serão muitos, e não teremos um caminho fácil pela frente, no entanto abrem-se diversas janelas de oportunidade, com um Time to Market mais veloz, redução de custos operacionais e maior conveniência para os clientes.
Só o tempo dirá se estamos indo no caminho correto, no entanto parece ser um novo ciclo de novidades que irão surgir, nos moldes do que foi a Internet para o uso dos serviços financeiros. Será preciso maturidade de colaboração de todos os participantes, mas acima de tudo, muita responsabilidade.
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5 aLeandro, acrescentando, é importante trazer para as temáticas técnicos sêniores com expertise em controles internos, compliance e gestão de riscos para corroborar com todo o processo.
Asset Management
5 aBacana Leandro