Desafios e Descobertas: Uma Jornada de 25 Anos na Agronomia e na Pesquisa

Desafios e Descobertas: Uma Jornada de 25 Anos na Agronomia e na Pesquisa

Quando me formei em Agronomia há quase 25 anos, drones, inteligência artificial e internet na agricultura eram considerados especulações ou até mesmo ficção científica. Ao concluir a graduação, percebi que meu conhecimento era superficial, motivando-me a buscar um mestrado para aprofundar minha expertise. 

Originário da região semiárida, iniciei um mestrado em irrigação e drenagem com o intuito de compreender os mecanismos fisiológicos do estresse hídrico em hortaliças. No entanto, a ênfase na engenharia de irrigação me fez mudar para o mestrado em Fitotecnia na UFV, onde explorei o manejo da matéria orgânica do solo. Essa mudança de foco foi um precursor de lições valiosas sobre a flexibilidade necessária na pesquisa. 

Ingressei na Embrapa em 2008, inicialmente explorando o manejo da matéria orgânica do solo. No entanto, meu caminho logo me conduziu ao cultivo protegido de hortaliças, desafiando-me a aprender continuamente. Minha experiência com variedades de tomate e melão levou a coautoria de cultivares lançadas e licenciadas, algumas das quais são cultivadas até hoje. 

Ao concluir o doutorado em solos e nutrição de plantas, almejava uma carreira acadêmica tradicional. Contudo, o trabalho em um centro de produtos da Embrapa me mostrou a importância de abordagens mais práticas e imediatas para resolver problemas no campo. Assumi a posição de Chefe-Adjunto de P&D da Embrapa Hortaliças, onde aprendi a gerenciar pessoas, conflitos e expectativas, desempenhando um papel crucial na supervisão de pesquisadores com mais experiência. 

Após minha passagem pela gestão, retornei à pesquisa com um novo foco: nutrição mineral e manejo do cultivo de hortaliças em sistemas hidropônicos. Meu interesse pelo cultivo em ambiente controlado cresceu, levando-me a explorar fazendas verticais. Iniciei uma comunicação aberta sobre o tema no LinkedIn, destacando o potencial comercial do controle ambiental e das fazendas verticais. 

Essa abordagem aberta e acessível à divulgação científica acabou por me conectar a um empreendedor interessado em financiar pesquisas em fazendas verticais. Coordenei o primeiro projeto de pesquisa nesse campo na Embrapa, resultando na criação de uma das primeiras fazendas verticais comerciais do Brasil. Essa parceria não apenas inovou na pesquisa, mas também dinamizou um setor da economia antes quase inexistente. 

Em resumo, minha trajetória profissional, inicialmente focada na pesquisa tradicional, evoluiu para incluir uma abordagem mais prática e uma comunicação aberta. Acredito que, hoje, os pesquisadores devem não apenas gerar conhecimento, mas também traduzi-lo de maneira acessível para a sociedade. As redes sociais, longe de serem meramente um passatempo, tornaram-se ferramentas poderosas para influenciar decisões e disseminar conhecimento técnico.

Tanise Knakievicz

Doutora em Biologia Molecular e Celular

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Parabéns!!!! Inspiração. Seu trabalho é fonte de arrimo e ideias, tenho acompanhado suas publicações já há alguns anos!!! 👋 💚 🌾

Rita Nassur

PhD, R&D Scientist | Bringing innovation to the table

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Que legal saber mais da sua jornada, Italo M. R. Guedes ! Desejo mais e mais sucesso! Parabéns!

Gustavo Lyra

Professor de Meteorologia e Climatologia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro | Doutorado em Agrometeorologia

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Parabéns Meu Amigo Rocha Guedes. Trajetória de destaque e com contribuições significativas para a ciência e a sociedade, desse filho ilustre de Monteiro/PB. Que sirva também de inspiração para os jovens.

Vânia C.

Engenheira Agrônoma - Marketing de conteúdo

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Que baita relato, Ítalo! Fico feliz em conhecer mais sobre sua trajetória! Que sirva de inspiração para todos que estão iniciando suas carreiras ou mesmo para quem busca construir conhecimento em prol da horticultura!

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