Desafios e oportunidades para profissionais de comunicação na era da IA
O ChatGPT já não é mais novidade. Isso é incontestável. Mas importa ressaltar esse fato porque estamos falando de uma ferramenta orientada por Inteligência Artificial (IA), lançada há apenas seis meses, que ganhou popularidade surpreendente.
Da fama em tempo recorde à adoção da ferramenta por diversas áreas, incluindo o marketing, o ponto agora é alinhar o potencial do chatbot com as atividades de profissionais que trabalham especialmente com a produção de conteúdo, como copywriters e redatores.
Como a ferramenta tem evoluído a cada dia e nos surpreendendo com atualizações e novas aplicações, existe ou existirá espaço para esses profissionais na era de ferramentas de IA, como o ChatGPT? Vou comentar a seguir.
O poder da escrita dos profissionais de comunicação para o marketing
Partindo do princípio de que o marketing é o responsável por criar as conexões entre uma marca e seu público alvo, a adaptação da escrita à personalidade e aos interesses e necessidades dos consumidores é fundamental.
A maneira como a marca vai alinhar a própria voz à forma de se expressar através do texto é o meio pelo qual ela vai se apresentar ao público e revelar a sua identidade, o que é a tarefa primordial dos copywriters, redatores e produtores de conteúdo.
Da mesma forma, os profissionais de relações públicas têm o papel de criar o discurso de uma marca e levar os objetivos e interesses da organização ao encontro de jornalistas e estabelecer uma conexão com a imprensa.
A atuação de todos esses profissionais de comunicação e a forma como se expressam ao dar voz à uma marca, é o que as diferencia no mercado e faz com que cada uma carregue uma identidade única.
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Convencer o público de que um produto ou serviço é bom, de que a marca defende os mesmos valores que o consumidor e criar uma campanha publicitária que repercuta de forma surpreendente são apenas alguns exemplos do poder de uma mensagem assertiva, que seja genuína, envolva e diga algo significativo ao público.
O ChatGPT e o impacto na comunicação da marca
Por outro lado, se pensarmos na origem do ChatGPT, a ferramenta foi desenvolvida para funcionar como um chat e responder perguntas em forma de conversas, mas não para produzir textos dos mais variados assuntos e que podem ser utilizados para profissionais das mais diversas áreas.
Mas além de ter evoluído bastante em menos de seis meses, já está provado que a ferramenta pode oferecer mais do que simples respostas para perguntas igualmente sem complexidade.
Textos um pouco mais elaborados sobre descritivos de produtos, copy para sites, posts para mídia social podem ser gerados com o auxílio do ChatGPT em questão de segundos, otimizando o tempo e melhorando a eficiência da produção de conteúdo.
Contudo, além dos aspectos genéricos largamente conhecidos, a falta de maior habilidade com os prompts também pode afetar a qualidade do conteúdo a ser gerado, que carece do toque humano de profissional familiarizado e que tem o domínio sobre a identidade da marca, sendo capaz de acrescentar e diferenciar aspectos únicos ao conteúdo produzido.
Na verdade, os profissionais de comunicação não estão livres da IA, que certamente vai marcar presença em algum conteúdo e estratégias de comunicação B2B, como também não podem desprezar a evolução da tecnologia que pode ser benéfica em vários aspectos.
Entretanto, ao mesmo tempo que a ferramenta pode criar um texto para uma comunicação específica, o conteúdo gerado precisa ser validado pelo redator, copywriter ou RP, e ainda passar pelo revisor, como é feito geralmente.
Nesse ponto, entendo que estamos diante de um trabalho conjunto entre humanos e IA, mas não sobre uma substituição total do profissional de comunicação pela tecnologia. A chave está em aprender a trabalhar com a tecnologia e aproveitar o que ela pode melhorar, mas fazer a diferença com o conhecimento e experiência obtidos que fazem parte da capacidade humana, para manter a qualidade e identidade da marca no mercado.