DESCOBRIR-SE. É O PRIMEIRO PASSO
Constantemente o autoconhecimento é abordado dentro das organizações, em processos de treinamento e palestras motivacionais. Trivial, nos é enxerga-lo como uma simples ferramenta capaz de gerar melhorias no âmbito profissional, porém, está muito além disso. O autoconhecimento é inerente ao desenvolvimento humano em todas as suas esferas. Quanto mais nos conhecemos, mais ampliamos nossas oportunidades de sucesso pessoal e profissional.
Somos seres humanos, isso significa que somos curiosos por natureza, e desde o primeiro contato com o mundo externo a curiosidade nos provoca a descobrir de tudo. Arrisco o palpite, de que ainda bebê, quando abrimos os olhos pela primeira vez: analisamos o contexto, levantamos inúmeros questionamentos, que acionam o nosso senso crítico, que se manterá em silencio até que aprendamos as primeiras palavras e possamos nos comunicar - se bem ou não aí é uma outra história – com esse mundo que não vemos a hora de explorar.
Sutilmente percebemos que “conhecimento” nos proporciona poder e liberdade. Embarcamos nessa aventura de descobrimento, alçamos voo em busca de conhecimento – sem se quer perceber que naquele momento ele ainda é apenas informação - tendo sempre como parceira a curiosidade que nos aguça o tempo todo e isso é positivo sendo bem administrado. Todavia, a ansiedade, potencializada pela energia que temos quando criança, nos manipula a apressar o processo de aprendizado.
Prova é, que quando chegamos aos sete anos não vemos a hora de temos quinze, porque sabemos que a possibilidades de conhecermos outras coisas é ainda maior. Em fim chegamos aos quinze e a vontade de trabalhar; de entrar na universidade; de comprar uma casa um carro; de namorar, noivar e casar; de viajar pelo mundo e tantas outras estão tão afloradas, que imploramos ao tempo que corra para que possamos chegar aos vinte e um mais depressa. Como se a maior idade e todo esse desenvolvimento que os anos de vida nos proporcionam fossem o suficiente para conquistarmos todas essas coisas.
A teoria confronta a prática quando o espelho nos afronta em certo momento da caminhada, onde com pouco mais ou menos de vinte e poucos anos, nos flagramos trancando a quinta faculdade porque ainda não descobrimos o curso certo. Quando desistimos de namorar, porque “ficar sem compromisso” aparenta não causar tanto sofrimento; e quando percebemos que nos apaixonamos por quem ficamos, descobrimos que não temos estrutura para encararmos um relacionamento tão aberto assim. Quando só depois de cinco anos de empresa descobrimos que nossos valores em nada combinam com aquela organização e que definitivamente ela não vai mudar para que eu me encaixe.
A primeira impressão que temos diante do espelho é que o mundo está contra nós. E piora quando começamos a pensar que não somos capazes de nada; quando a baixa autoestima nos permite enxergar apenas defeitos. Nos lembramos daquela energia de criança; do nosso empenho em conhecer de tudo, da gana que tínhamos de vencer. E só então nós permitimos questionar: - onde foi que eu errei? Finalmente, o espelho lhe responde: - em não conhecer a si mesmo...seus desejos, suas emoções!
O autoconhecimento lhe permite descobrir seus defeitos e suas qualidades; suas forças e suas fraquezas; bem como suas emoções e de que forma essas motivam o teu comportamento positivo ou negativo diante dos cenários da vida. Permitindo-lhe transformação e desenvolvimento, no sentido de mudar o comportamento e controlar as emoções em prol dos seus objetivos e realizações pessoais e profissionais.
É preciso “Descobrir-se antes de tudo”, conhecer a si mesmo. Como bem sintetizou o filósofo alemão Johann Goethe (1749-1832): “Quando um homem não se encontra a si mesmo, não encontra nada”.
Descobrir-se é o seu primeiro passo!
Por: Mariza Cândido S