Descontrole Emocional
Esse é um tema já em evidência devido ao aumento dos casos de Burnout nas empresas e que, foi potencializado pela pandemia do COVID 19, face ao alto impacto causado no mundo e na vida pessoal e profissional das pessoas.
O ser humano tem uma excelente capacidade de adaptação às situações mais adversas, fato que lhe garante a sobrevivência. Pessoas mais racionais lidam melhor com as adversidades da vida, já outros, se desesperam e se descontrolam emocionalmente, tornando o momento ainda mais grave.
Observo que muitas pessoas já viveram um momento de descontrole emocional, frente a uma situação pontual. No entanto, pessoas que sofrem de descontrole emocional, apresentam constantes alterações humorais, reações intensas (overacting) a notícias ruins, acontecimentos inesperados ou a nítida percepção de perda de controle sobre a realidade.
É importante não confundir, traço de personalidade com descontrole emocional. Existem pessoas com - “personalidade forte” - que, são intensas, impacientes, explosivas, tem reações exageradas e boa disposição para discutir por um mínimo motivo. Essa maior irritabilidade é percebida por alguns, como traço de personalidade que, máscara o quadro de descontrole emocional e, indica algum transtorno de personalidade nunca tratado. Nesse caso, a pessoa sofre e se culpa, por alguns amigos e familiares estarem sempre desconfiados, devido as suas reações agressivas, chegando ao ponto de evitá-lo ou excluí-lo do convívio.
Nosso cotidiano atribulado pode nos levar a perder o controle de nossas emoções em momento de maior pressão interna, estresse ou sobrecarga de trabalho. O descontrole emocional advém da cultura e do ambiente familiar em que a pessoa foi criada, possivelmente, convivendo com alguma figura de poder, desequilibrada.
Exemplo: Uma pessoa com perfil atitudinal passivo agressivo (ambiguidade emocional), dependente, submissa e descontrolada emocionalmente, tende a projetar sua raiva e frustração em seus familiares. Eles por sua vez, precisarão lidar com a instabilidade humoral, sobrecarga de sentimentos negativos, levando-os também, ao descontrole emocional e a insegurança atitudinal.
Isso equivale a viver em estado de tensão, caminhando sobre um campo minado, no qual, você nunca sabe qual será o próximo passo que te explodirá.
Principais sintomas do descontrole emocional:
Dificuldade de concentração: A pessoa lida com diversos sentimentos conflitantes, dificultando sua concentração em tarefas cotidianas, estudo ou trabalho. A desatenção baixará sua produtividade, gerando cobranças dos superiores que, elevará sua ansiedade, tornando-a improdutiva.
Sintomas físicos: A sobrecarga emocional gera sintomas físicos, para avisar que sua mente precisa de atenção e cuidado. São os mais comuns: cefaleia, dores musculares e problemas gastrointestinais. Por serem sintomas somáticos, em uma consulta médica, nem sempre o médico encontrará a causa orgânica, por ser de fundo emocional.
Dificuldades para dormir: Pessoa muito ansiosa, preocupada, que revive situações e emoções negativas sem fim, tem maior dificuldade para relaxar (baixar o nível de cortisol), e tende a não conseguir dormir, por mais cansada que esteja.
Irritabilidade: Quem sofre de desequilíbrio emocional, se exalta, age de forma desproporcional a uma simples situação. Reage agressivamente e qualquer coisa, vira motivo para uma discussão dura e desnecessária.
Essa pessoa se desentende facilmente e sem motivo aparente. Mostra-se difícil de conviver, seja em casa (cônjuge, filhos e familiares), no trânsito ou no ambiente de trabalho, pois acredita que o “mundo” está contra ela.
Como saber se sofro de desequilíbrio emocional? É de suma importância identificar e reconhecer o problema.
Proponho algumas questões para autorreflexão:
· Suas reações, ultimamente, são proporcionais ao tamanho dos seus problemas?
· Você se sente emocionalmente cansado?
· Você projeta ou desconta sua insatisfação nas pessoas próximas ou em atitudes no seu dia a dia?
Analise a origem do problema:
· Está relacionado com o seu trabalho, seu relacionamento ou convívio familiar?
· Percebe que é uma somatória das dificuldades enfrentadas em muitas áreas de sua vida?
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· Percebe que é um comportamento antigo com o qual convive desde a infância ou adolescência, sugerindo ser algo mais profundo?
Superando o descontrole emocional: Caso tenha conseguido reconhecer o problema, saiba que esse é o primeiro passo para resolvê-lo. Entretanto, é necessário parar de negar e resistir ao problema e, continuar se esforçando para melhorar sua qualidade de vida e das demais pessoas com quem convive.
Seguem alguns pontos que te ajudarão a lidar com o descontrole emocional:
Seja firme e aja prontamente na causa: Considerando que já reconheceu a origem de seu desequilíbrio, pense agora em soluções viáveis e práticas.
É sabido que o estresse profissional é um dos principais causadores do descontrole emocional, que pode ser resolvido através de uma conversa franca e honesta com seus colegas e superiores. Se o problema estiver relacionado a alguma questão familiar ou de relacionamento, pense e avalie as atitudes que podem ser tomadas: conversar com o causador do desequilíbrio, ou mesmo se for o caso, cortar relações.
Aprenda a respirar fundo antes de reagir: Ao notar a menor possibilidade de descontrole ou sentir-se próximo de explodir, crie um meio para se afastar da situação. Geralmente a primeira reação é a mais grave e negativa. Assim, é uma atitude estratégica, sair de cena imediatamente, ir para um local para respirar, baixar sua adrenalina e ansiedade, para mais tarde lidar com a questão, quando estiver mais tranquilo e equilibrado.
Quando for uma questão urgente, reflita rapidamente: Vale a pena me estressar? Uma reação agressiva trará prejuízo para mim e a minha saúde? Faça alguns diálogos internos nessa linha, até que você se acalme e o “sangue esfrie”.
Quando sua reação agressiva provocar desentendimento familiar, esteja certo de que, você magoará pessoas próximas e que ama, gerando um afastamento, às vezes permanente, devido à perda de confiança delas em você. Nesse caso, é recomendado buscar ajuda da terapia familiar.
Lembre-se - o seu descontrole não te define: Você não é um desequilibrado! Apenas vive uma fase de maior dificuldade de controle emocional. Tem consciência disso e está em busca ou já se tratando com psiquiatra e/ou psicólogo.
Não raramente, o descontrole emocional advém de áreas e situações com as quais interage e que, invariavelmente, estão fora de seu “total” controle, são elas: trabalho, família, relacionamentos, perdas, desilusões, traumas, etc.
Não se culpe demasiadamente. Você não é o núcleo do problema e sim, parte integrante. Reconheça sua dificuldade pontual de autocontrole e assuma a responsabilidade sobre suas emoções, mas isso não o torna uma pessoa ruim e que não merece compreensão e amor.
Mantenha a autoconfiança: Evite generalizar o momento difícil de descontrole emocional que enfrenta, pensar negativo ou desqualificar-se por isso. Lembre-se, essa dificuldade não o determina, é apenas uma fase que está vivendo. Nem tampouco, define ou limita sua capacidade operacional, você manterá suas habilidades e continuará sendo um bom profissional, embora lide com alguns momentos difíceis.
Procure ajuda profissional: Não queira ser “forte” ou um super-herói. Vez que tenha identificado e reconhecido o seu problema, seja humilde e busque ajuda de um psicólogo e em alguns casos, um psiquiatra também pode ser recomendado.
É muito raro retomar a rotina sozinho e, abandonar o descontrole emocional como se fosse algo menor ou desimportante. Muitas vezes, esse desequilíbrio advém de questões antigas e profundas que precisam ser investigadas e tratadas.
Acredite, um psicoterapeuta vai te ajudar! Alguns buscam um psicoterapeuta, apenas quando estão passando por um momento difícil, de exaustão emocional, em face de não conseguirem lidar com a realidade que vivem.
Como já dito, o descontrole emocional é percebido por alguns, como um traço pessoal e imutável da personalidade. Fazendo com que o problema se agrave, sem tratamento, resultando em prejuízos nas diversas áreas da vida.
Ao reconhecer seu descontrole emocional, saiba que é possível tratá-lo. Um psicoterapeuta o ajudará a se conhecer e a desenvolver sua inteligência emocional, para que seja capaz de lidar com emoções intensas, enfrentar melhor as crises e a estabelecer uma comunicação mais assertiva.
Através do autoconhecimento e mudança de hábitos, gradativamente você retomará o controle de suas emoções, sentirá o impacto positivo em sua vida e na interação pessoal.
Se você percebe que está passando por um momento emocional delicado, agende sua avaliação gratuita pelo WhatsApp 11-98224-7570 - Marcio.
Fazer terapia é como aprender a ler a sim mesmo, você nunca sai ileso diante do autoconhecimento. E seria um tremendo desperdício morrer analfabeto da sua própria história.
Marcio Caldellas – Psicólogo clínico (Comportamental & Psicodramatista), Career & Executive Coach certificado pela Sociedade Brasileira de Coaching e BCI – Behavioral Coaching Institute – USA. Analista de Perfil Comportamental com sólida carreira desenvolvida em Executive Search como Headhunter, atuando com posições executivas. www.mcdesenvolvehumano.com.br