Desculpe o transtorno, precisamos falar sobre SEO.

Certa vez, numa entrevista para a área de SEO, o entrevistador me perguntou: "O que você acha mais difícil no SEO?". Minha resposta? "Relacionamento com o cliente."

Fazer SEO não é difícil. Existem regras, é um caminho lógico, mensurável e constante. Não é um tiro no escuro (ou você está fazendo errado) nem é um jogo de apostas. Você tem dados, planeja, testa, compara resultados e continua fazendo o trabalho. Mas explicar isso às pessoas e gerir suas expectativas aceleradas... isto sim é difícil.

O problema é o seguinte: clientes que não entendem como funciona o SEO (por isso contratam profissionais, é claro) e profissionais que prometem garantias que não existem aos clientes. E se alguém aqui vai assumir a tarefa de educar o público sobre determinada área, essa tarefa cabe ao especialista, não ao cliente.

Então, clarificar algumas áreas nebulosas sobre o SEO é importante não só para gerir expectativas, mas também para gerir projetos, para melhorar o trabalho e estabelecer uma ponte sólida e honesta entre profissionais e clientes que buscam esse serviço. Essas coisas são, nomeadamente:

SEO não é sobre alcançar: é sobre construir e manter

A maioria dos clientes está atrás do tal "primeiro lugar no Google" quando buscam um profissional de SEO ou agência para atingir esse resultado. Cabe a nós, profissionais, explicarmos que alcançar a primeira posição é um processo de construção e manutenção, não um processo-fim.

O trabalho do SEO não acaba quando a primeira posição é alcançada. Na verdade, é aí que o trabalho se intensifica: para manter a posição. Afinal, a concorrência não pára ao ser ultrapassada.

Não existem conquistas permanentes

Na sequência da ideia anterior, nada pode ser 100% garantido no SEO. Especialmente porque o posicionamento nos resultados de buscas não está sujeita apenas à otimização do seu site, mas também ao próprio funcionamento dos motores de busca e à otimização da sua concorrência.

Os algoritmos de busca estão em constante atualização. A Internet não é um universo pronto, é um universo em mutação. Existem vários motores de buscas - como Bing, Yahoo e Yandex - e cada qual tem seus próprios robôs em funcionamento; só o Google atualiza seus robôs de 500 a 600 vezes por ano. Sem contar mudanças menores feitas diariamente que sequer são notificadas.

Por isso, tudo sobre SEO é feito no sentido de melhorar sempre, não de permanecer para sempre.

Nem só de tráfego viverá o site

Ao contrário do que muitos pensam, SEO não se resume à aquisição de tráfego orgânico. SEO é a sigla de Search Engine Optimization, ou seja, Otimização Para Motores de Busca. Otimização tem mais a ver com performance e melhoria que com aumento.

Um exemplo: um site que trabalhei tinha um tráfego orgânico relativamente alto, mas suas conversões eram baixas e a taxa de rejeição elevadíssima. Isso porque o site estava mal otimizado, atraindo mais curiosos que potenciais clientes: pessoas que encontravam seu site quando buscavam por algo que não era seu produto

Então o público pesquisava, encontrava, visitava e percebia que não era o que estavam buscando. Então saíam, deixando um tráfego alto, mas taxa de rejeição igualmente alta e nenhuma conversão, que era o principal objetivo.

Após a implementação do SEO, otimizando suas páginas para palavras-chaves adequadas ao funil de vendas e à jornada do consumidor, o tráfego orgânico reduziu, mas tornou-se mais qualificado. As conversões aumentaram e a taxa de rejeição baixou, pois seu conteúdo finalmente estava sendo encontrado por quem realmente queria encontrá-lo.

Mais valem 2000 visitas que convertem do que 4000 visitas que abandonam, certo?

SEO não é só escrever Meta Data com Palavras-Chaves

Embora isso seja uma parte importantíssima do SEO, não acredite que seu site está otimizado só porque incluiu uma palavra-chave no título e na descrição da página. SEO envolve ações em diversas frentes, afinal, existem diversos fatores que influenciam os resultados dos motores de busca e a experiência do usuário.

Quando pensar em SEO, pense no seu usuário. Não no Google. Pense na pessoa que visita seu website. Nas páginas pelas quais essa pessoa chega, o que ela estava buscando e o que ela espera encontrar. O que foi prometido e o que foi entregue.

O objetivo de ter um website é que ele seja encontrado pelo público. Para seu público encontrá-lo, é preciso SEO. Para seu público ter uma boa experiência e engajamento com o website, é preciso também, mas não só, SEO.

Lembre: quem compra de você não é o Google, é o cliente. Ele é o centro de todas as ações nas suas páginas e no seu conteúdo web. Não fique obcecado demais pelo Google, pela primeira posição ou pela nota 100/100 no Page Speed Insights.

Isto é otimizar. Isto é SEO.