Desejo que todos possam se sentir 100% inteiros e orgulhosos do que são!!! Libertem-se....

Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+

Nesse contexto, gostaria de compartilhar sobre minha grande vitória particular e pública.

Minha descoberta começou aos 15 anos, os primeiros indícios foram um “olhar” diferente por alguém do mesmo sexo, atração emocional, física e romântica, aquele frio na barriga e ao mesmo tempo muito medo, pois parecia ser impossível e proibido aquele sentimento. Não entendia o que estava acontecendo comigo, mas sentia que era algo muito especial. Por alguns meses guardei esse sentimento dentro de mim, até que minha mãe encontrou algumas “conversas” no MSN (sou dessa época kkkkkkk) e me questionou... o que é isso filha? Você gosta de meninas??? Fiquei sem chão e comecei a chorar e fui bem sincera... Mãe, eu não sei muito bem, talvez eu goste apenas “dela” não consigo afirmar, pois não tinha tido uma relação mais intensa com homem. Minha mãe chorou muito e ficou bastante preocupada, com medo do preconceito que eu poderia enfrentar.

Depois de algum tempo, meus pais me apoiaram a “conhecer a menina da internet”. Quando finalmente íamos nos conhecer, a “menina” me disse que tinha namorada e estava apenas “brincando comigo”, pronto, sofri minha primeira desilusão amorosa. Depois disso, decidi que não queria isso pra mim (como se eu pudesse escolher rsrsrs), voltei com meu ex namorado, contei o que havia acontecido e engatamos um namoro que durou 3 anos. Esses três anos foram super importante para eu entender meus sentimentos e meus verdadeiros desejos. Descobri que éramos amigos, parceiros, cuidávamos um do outro, porém não éramos amantes, não tinha aquele frio na barriga, não tinha desejo da minha parte, era apenas companheirismo.

Nós conversávamos muito e ele já tinha entendido. No final me pediu para ir atrás do que eu realmente queria...e assim eu fui ^.^

Depois de alguns meses, já com 19 anos eu tive minha primeira experiência e realmente só confirmei o que já desejava. Nessa época eu já contava com o apoio dos meus pais, porém, sempre me pediram muita discrição, porque era importante para minha segurança e eu também sentia que manter meu relacionamento “reservado” era mais seguro.

E por muitos anos eu me senti segura e confortável dentro do meu relacionamento “reservado”, apenas meus pais sabiam. Familiares, amigos próximos e colegas de trabalho não sabiam, e quando perguntavam “Você é tão bonita, cadê o namorado (pergunta clássica rsrs)? Eu desconversava, dizia que estava mais focada nos estudos e carreira. E nas festas sempre a “amiga” estava comigo, depois de algum tempo, alguns familiares começaram a questionar meus pais sobre minha “amizade”, Nossa a Ju anda muito com essa menina, tem muitas fotos na rede social das duas, vocês não acham estranho? E minha mãe, desconversava mas já me cobrava para eu me assumir, pois ela queria sair do armário, isso mesmo, os pais também “saem do armário” não é fácil para eles aguentarem as piadinhas e indiretas.

Com 25 anos, mais madura, corajosa, menos preocupada com o julgamento das pessoas, tomei a decisão de compartilhar com familiares mais próximos, depois me casei no civil e foi inevitável, tive que levar a certidão de casamento no trabalho, pois precisava incluir minha esposa nos meus benefícios e também acompanha-la em momentos sensíveis como o enterro do Avô dela. Aos poucos fui me abrindo para os colegas da equipe e fui muito bem acolhida.

Foi nítido minha evolução pessoal e profissional depois que externei: SIM, SOU CASADA COM UMA MULHER!!!

Me senti inteira, orgulhosa e confiante, senti que poderia ser eu 100%.

Só quem passa por isso sabe a sensação maravilhosa que é sentir orgulho de você em todos os ambientes!!! Sentir fiel ao seu sentimento e propósito de vida, agir conforme pensa e sente, é a melhor sensação que já senti!!!

Desejo que todos possam se sentir 100% inteiros e orgulhosos do que são!!! Libertem-se....

Consideramos justa toda forma de AMOR!!! #ProudAtWork