Desemprego: O que a História nos Ensina

Desemprego: O que a História nos Ensina

Em antigo anterior falei de minha preocupação sobre o alto nível de desemprego que se avizinha. Percebo que a população ainda não tem a real dimensão do que está por vir e a duração que os efeitos da pandemia terão no mercado econômico.

No começo do século passado, tivemos dois episódios que merecem menção, pois geraram crises que trouxeram desemprego em massa e, desta forma, pode ser um alerta para o momento que estamos vivendo. A gripe espanhola, que assolou o mundo em 1918-1919 fez o desemprego mais que triplicar nos Estados Unidos, saindo de 6,9% em 1919 até 23,1% em 1921. Ainda em 1922 ficou em torno de 18%, voltando a certa normalidade em 1923 (7,9%). Ou seja, quatro anos para que os efeitos nocivos tivessem passado.

Analogamente, a Grande Depressão financeira de 1929, saiu de 3,2% de desemprego crescente até quase 25%, quatro anos depois (!). Doze anos se passaram para que o desemprego voltasse a um dígito. E só foi possível devido à correta ação governamental que se iniciou tardiamente em 1933.

Portanto, o poder público tem um papel crucial neste momento de crise. A resposta não está para quem defende ideias conservadoras de livre mercado que se autorregula por si só, nem para quem acha que o Estado deva ser o exclusivo provedor de riqueza e bem estar social. O papel do Estado deve ser de regulação para que a economia de livre mercado siga seu curso com normalidade e justiça social e intervenção quando a normalidade foge dos eixos e não consegue encontrar o caminho sozinho em tempo satisfatório.

A situação atual demanda ações urgentes para procurar uma reversão da curva. Necessitamos uma atuação cirúrgica para que os poucos recursos de nosso município sejam multiplicadores para uma economia virtuosa. Nossos próximos representantes terão quatro anos desafiadores – a história mostra que este é o prazo necessário para se voltar ao trilho de certa normalidade.

Investimentos em infraestrutura são importantes e geram empregos, porém tem de avaliar o legado que trazem para a cidade. Apenas repassar um asfalto novo como política de emprego, por exemplo, onde 85% dos recursos pagos saem do Município é uma visão antiga e apenas 15% do dinheiro circulam internamente. Se a obra tem benefícios subjacentes importantes, é outra estória.

Por outro lado, investimento em inovação e no empreendedorismo tem resultado virtuoso muito maior no longo prazo. O empreendedor, do MEI, de pequenas empresas artesanais, de nicho, ou empresas de alta tecnologia, geram receitas públicas e bem-estar de forma continua e permanente além da renda média do cidadão aumentar!

Após a entrada do Uber, o setor de transporte na cidade de São Francisco (EUA) saiu de uma receita anual de US$ 700 milhões para US$ 1,5 bilhões em apenas um ano, triplicando os empregos no setor."

Portanto, seguindo esta linha de raciocínio, o poder público deveria focar em quatro pilares para a recuperação da economia e do emprego de nosso Município, além de uma política legítima de infraestrutura já mencionada: Ambiente Regulatório, Apoio ao Empreendedor, Educação Empreendedora e Inovação e Sustentabilidade.

Destravar o ambiente jurídico e o econômico, preparar nossas crianças para o empreededorismo e impulsionar uma cultura empreendedora e de inovação são ações que pavimentarão nosso presente, um futuro imediato bem como um futuro para as novas gerações. Aí sim, estaremos criando um verdadeiro legado para nossos filhos e netos.

Está na hora de arregaçar as mangas, pois há muito trabalho por fazer.



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