Desenvolvimento de Software: Navegando pelas Águas das Boas Práticas

Desenvolvimento de Software: Navegando pelas Águas das Boas Práticas

Se você está mergulhando no vasto universo do desenvolvimento de software, ou já desenvolve há um tempo, certamente já se deparou com o termo "boas práticas". Mas afinal, de onde vem esse conceito e por que ele é tão crucial no mundo da programação?


A Origem das Boas Práticas

O termo "boas práticas" não surgiu por acaso. Ele reflete a sabedoria coletiva e a experiência acumulada ao longo dos anos por desenvolvedores talentosos. Imagine-as como as regras de ouro que guiam os profissionais de software em direção à excelência. Essas práticas não são apenas padrões arbitrários, são lições aprendidas, erros corrigidos e soluções refinadas ao longo do tempo para cada cenário encontrado.

Os lívros: Código limpo, Arquitetura limpa e Refatoração mostram exemplos reais e ressaltam muito bem a importancia das boas práticas. Eu acredito firmemente que é mandatório a leitura deles para quem atua nesse universo de desenvolvimento de software.


Os Tesouros Ocultos dos Benefícios

Quando adotamos boas práticas no desenvolvimento de software, estamos abrindo as portas para uma série de benefícios.

  1. Em primeiro lugar, a manutenção do código se torna mais fácil. Você já pensou em um código como uma receita de bolo? Quanto mais organizada ela estiver, mais fácil será encontrar os ingredientes certos.
  2. Além disso, boas práticas promovem a legibilidade, facilitando a colaboração entre desenvolvedores e reduzindo a probabilidade de bugs, horas extras, fins de semana trabalhados, aquela famosa frase "...na época que criei esse código, só eu e Jesus entendíamos, agora só Ele sabe".
  3. Também ajuda na evolução do código sem grandes ou impactantes alterações, que é um cenário ideal, baixo acoplamento e alta coesão.


Exemplos que Iluminam o Caminho

Vamos explorar alguns exemplos práticos para entender como aplicar essas boas práticas no dia a dia do desenvolvedor:

  1. Comentários Esclarecedores: Apesar de ser um tema polêmico, ao adicionar comentários relevantes ao seu código, você está construindo uma bússola para quem vier depois de você. Comentários claros e concisos explicam o raciocínio por trás de uma parte específica do código.
  2. Versionamento de Código: Utilizar sistemas de controle de versão, como o Git, é como ter um "Ctrl+Z" para seu projeto. Você pode voltar no tempo, explorar diferentes versões e corrigir erros sem suar frio.
  3. Testes Automatizados: Imagine que seus testes automatizados são guardiões vigilantes do seu código. Eles alertam quando algo está prestes a dar errado, permitindo correções antes que se tornem problemas maiores no ambiente produtivo.
  4. Code Review: Permitir que outros desenvolvedores avaliem seu código antes de enviar para o QA/Tester, pode evitar muitos retrabalhos. Em muitas vezes acabamos não vendo algum provável bug que está na nossa frente, por estar com o "olhar viciado".
  5. Nomes Intuitivos: Nomear classes, variáveis e funções como se fossem seu primeiro filho. Esse nível de cuidado melhora significativamente a legibilidade do seu código.


Códigos Incorretos e Suas Correções com Boas Práticas

Exemplo 1 (Python): Comentários confusos e variáveis erroneamente nomeadas

Código Original:

# Função para calcular a média
def calc_media(nums):
    s = sum(nums)
    n = len(nums)
    m = s / n
    return m        

Correção com Boas Práticas:

def calcular_media(numeros):
    """
    Calcula a média dos números fornecidos.

    Args:
        numeros (list): Uma lista de números.

    Returns:
        float: A média dos números.
    """
    soma = sum(numeros)
    quantidade = len(numeros)
    media = soma / quantidade
    return media        

Explicação:

No primeiro exemplo incorreto, o código é funcional, mas o comentário é vago. Na correção, aplicamos a boa prática de utilizar nomes descritivos para variáveis e adicionamos um docstring explicativo para a função. Agora, qualquer desenvolvedor pode entender facilmente o propósito da função e como usá-la.


Exemplo 2 (Java): Ausência de Controle de Versão

Código Original:

public class MinhaClasse {
    // Código incrível aqui
}        

Correção com Boas Práticas:

public class MinhaClasse {
    // Código incrível aqui
}        

Explicação:

Neste caso, a ausência de controle de versão no código original foi proposital. A boa prática aqui é sempre utilizar um sistema de controle de versão, como o Git, para rastrear alterações no código. No entanto, neste exemplo específico, não há necessidade de mostrar o código modificado, já que a falta de controle de versão foi a própria lição.


Exemplo 3 (JavaScript): Falta de Tratamento de Exceções

Código Original:

function dividir(a, b) {
    return a / b;
}        

Correção com Boas Práticas:

function dividir(a, b) {
    if (b === 0) {
        throw new Error("Não é possível dividir por zero.");
    }
    return a / b;
}        

Explicação:

O código original não tratava o caso em que o divisor (b) era zero, o que poderia resultar em erros inesperados. Na correção, adicionamos uma verificação de divisão por zero e lançamos uma exceção apropriada. Isso é uma boa prática para tornar o código mais robusto, lidando com situações excepcionais de maneira apropriada.


Navegando com Cuidado

Embora as boas práticas sejam verdadeiros faróis no oceano do desenvolvimento de software, é importante navegar com cuidado. Aqui estão algumas precauções para ter em mente:

  1. Contexto Importa: Não há soluções universais. O que é uma boa prática em um contexto pode não ser na situação seguinte. Avalie atentamente sempre o cenário específico antes de aplicar cegamente uma prática.
  2. Evite Overengineering: Às vezes, menos é mais. Evite soluções complexas para problemas simples. Uma abordagem simples pode ser mais fácil de entender, manter e depurar.
  3. Considere a Escalabilidade: Enquanto trabalhamos para criar soluções eficientes, é vital considerar a escalabilidade do nosso código. O que funciona bem em pequenas escalas pode não ser tão eficiente em projetos maiores. Antecipe o crescimento do seu software e projete sua arquitetura de maneira que possa evoluir sem grandes obstáculos.
  4. Mantenha-se Atualizado, mas com Cautela: O mundo da tecnologia está em constante evolução, e novas ferramentas e práticas surgem constantemente. No entanto, não se deixe levar pela novidade apenas por ser nova. Avalie cuidadosamente se uma nova prática se alinha às necessidades específicas do seu projeto antes de implementá-la. A estabilidade muitas vezes supera a novidade quando se trata de desenvolvimento de software.


Conclusão: Rumo à Maestria

Embarcar na jornada do desenvolvimento de software com boas práticas como guia é como aprender a tocar um instrumento musical. Inicialmente, pode parecer desafiador, mas com prática e paciência, você começará a criar harmonias elegantes no mundo do código.

Lembre-se, as boas práticas não são regras rígidas, mas sim princípios que evoluem à medida que você cresce como desenvolvedor. Ao incorporá-las em sua jornada, você está construindo a base para se tornar um maestro do desenvolvimento de software, regendo projetos com maestria e criatividade. Boa jornada 🚀👩💻✨!

Andre Luiz Caixeta

Técnico de Infraestrutura de TI - Especialista

1 a

Disse tudo, vc já é o Jedi, mas vai ainda mais longe. Abraço

Excelente artigo, Lucas! Parabéns meu amigo, você é fera!

Héber Benedetti Vargas

Especialista de Produtos para o Segmento HVAC na Bray Controls Brasil

1 a

Parabéns pelo artigo Lucas Nogueira. Belo trabalho.

Aladir Antônio de Aguiar

Project Engineer-Wipro do Brasil Tecnologia LTDA/5×Azure/1×AWS/1×CSA/1xScrum/9xMicro-ServiceNow/12xAccreditation-ServiceNow

1 a

Boa Lucas!!!! Você é mestre, já compartilhei.

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