Design e TI: O que tem a ver?
Quem está iniciando na área de Tecnologia da Informação ou na área de Design pode estar se perguntando: o que essas áreas têm em comum? E eu te digo: tudo!
Isso mesmo, essas áreas se complementam e transformam as nossas vidas diariamente com produtos e serviços digitais incríveis, além de trazerem resultados para os negócios.
Para contextualizar como Design e TI se complementam, precisamos voltar para o início dos tempos e relembrar como os sistemas começaram.
Crise de Software
A alta demanda por softwares, desencadeada nos anos 60 e 70, foi impactada pelas dificuldades de desenvolvimento existentes na época, juntamente com a carência de técnicas e de viabilidade tecnológica para resolver problemas complexos demandados pelos clientes, os quais necessitavam de ferramentas para agilizar processos e impulsionar seus negócios.
Outras situações que faziam parte desse cenário eram: a baixa produtividade, que junto às estimativas falhas de tempo prejudicava o atendimento ao prazo estabelecido; o custo final, que saía muitas vezes acima do orçamento estimado para o projeto; e por fim a entrega com qualidade comprometida e de difícil manutenção.
A partir desse contexto caótico, em 1968 ocorreu a conferência da OTAN (NATO Software Engineering Conference), em Garmisch, na Alemanha, com a finalidade de discutir as questões problemáticas que atingiam a área e limitavam o seu progresso.
E foi nesse momento que as coisas começaram a mudar...
Engenharia de Software
O termo "Engenharia de Software" passou a ser conhecido após a conferência de 68, para identificar a busca por soluções para as práticas que estavam abalando o setor.
Parte do nome batizado para essa disciplina tão importante é Engenharia, exatamente por ser uma área criteriosa e sistemática, que acima de tudo, exige controle sobre o que está sendo feito.
A partir dela, foi possível encontrar as metodologias e ferramentas que auxiliam nas boas práticas de desenvolvimento, o que contribuiu muito para a melhoria do cenário de tecnologia, que estava prestes a engrenar.
Mas e a área de Design, em qual sentido ela complementa a área de Tecnologia?
Experiência do Usuário
Aqui está o X da questão, ou melhor dizendo, UX, do inglês, user experience, ou experiência do usuário.
Você já deve ter ouvido esse termo em algum lugar, e caso não esteja familiarizado, essa é uma área do Design embasada por métodos que auxiliam na definição de problemas que podem ser resolvidos pela tecnologia, no conhecimento de quem são as pessoas que utilizarão e quais são as suas dores e necessidades.
A partir da coleta das respostas para estas perguntas, ideias de possíveis soluções serão esboçadas, compartilhadas com a equipe, e por fim serão estruturadas em um protótipo.
O protótipo é um modelo do projeto da interface: é com ela que os usuários irão interagir para executar tarefas e ações em um produto digital, que deve ser simples de usar, ser acessível a todos e facilitar as nossas vidas, afinal, todos nós somos usuários.
É por meio do protótipo que é possível ter uma prévia de como serão as telas de um site ou de um aplicativo, que será testado com usuários antes de ser desenvolvido com programação e entrar no ar.
Caso tenham aparecido nos resultados dos testes alguns ajustes a serem feitos na experiência, esse é o momento de aplicá-los e iterar, ou seja, validar novamente e reajustar, até que a solução esteja nos trinques.
O projeto das telas é parte fundamental para entregar uma solução eficaz, que atenda tanto às expectativas dos usuários quanto dos stakeholders, que são as pessoas do negócio que solicitam o sistema.
Em um processo de experiência do usuário, é necessário considerar: o que as pessoas usuárias precisam, o que é possível de ser feito por meio da tecnologia e o que é viável para o negócio.
Protótipo validado com stakeholders e testado com usuários?
Bora planejar os testes!
Qualidade
A área de qualidade de software foi notada como necessária também na convenção da OTAN, mas na época, os testes eram direcionados para acontecer ao final do processo de desenvolvimento, focado na entrega do produto final. Porém, com o passar dos anos, essa maneira não provou ser a ideal, uma vez que um bug ou falha encontrada ao final do desenvolvimento pode ter um custo alto.
Existem diversos tipos de testes que são feitos por especialistas na área nos dias de hoje, como testes unitários, testes integrados, automatizados, regressivos, entre outros. Os cenários são planejados antes mesmo do desenvolvimento iniciar, com as funcionalidades e possibilidades de caminhos felizes ou não. Assim, o que foi desenvolvido precisa ser validado nos testes, e se houverem falhas, precisam ser corrigidas pelos desenvolvedores, até tudo ser aprovado para subir em produção.
Com a qualidade sendo uma das protagonistas do processo de desenvolvimento, a chance de um produto ser bem-sucedido e entregar valor, tanto para os usuários quanto para o negócio, é grande.
Mas e depois que o produto foi para o ar, como saber se ele está sendo bem aceito e convertendo usuários em clientes?
É aí que entra o papel das métricas.
Métricas
Para saber se um produto digital está "performando" conforme o esperado, é necessário acompanhar indicadores que mostrarão a verdade sobre o assunto.
Mas como podemos acompanhar isso?
Por meio de ferramentas que coletam:
• números de pageviews, que é a quantidade de vezes que determinada página foi visualizada;
• tempo médio que o usuário permanece na página e/ou conclui um fluxo;
• taxa de conversão, ou seja, de todos os usuários que entraram na sua página, quantos foram até o final de um fluxo e converteram em clientes;
• taxas de abandono e de sucesso.
Esses são exemplos de métricas básicas que podem ser coletadas, mas você pode se aprofundar e conhecer uma infinidade delas para apoiar a análise de um produto digital, como mapa de calor, teste A/B, métricas qualitativas e quantitativas que permitem ser combinadas. Uma ferramenta poderosa que auxilia nisso é o Google Analytics.
Uma metodologia a ser considerada também para compreender como a experiência com o produto digital está sendo percebida pelos usuários é a Net Promoter Score, ou NPS.
Ela pode ser aplicada com uma simples pergunta, com possibilidade de respostas em escala de 1 a 10, por exemplo, para os usuários avaliarem como está sendo a experiência oferecida. Assim, é possível saber como está o nível de satisfação dos clientes.
O ideal é também perguntar aos usuários o que pode ser melhorado, independente da avaliação recebida. Positiva ou negativa, sempre tem algo que pode ser melhorado ou evoluído em um sistema.
Por isso, sempre que possível, abra espaço para os usuários se expressarem e dizerem a real. Assim, o produto ou serviço oferecido tem tudo para ser sucesso e gerar bons resultados.
Conclusão
Esse foi um resumo sobre como as áreas de TI e Design se somam, e do que são capazes de realizar: estão presentes em cada clique que damos e em cada aplicativo que acessamos.
Espero ter compartilhado um pouquinho do que aprendi sobre o universo das áreas contigo e do quanto dependemos do seu potencial, todos os dias.
Web Developer
3 aDepois deste artigo maravilhoso tudo que tenho a dizer é: Parabéns Carol!! Você cresceu muito!!!! Obrigado por me ensinar um pouco mais sobre como nossas áreas se relacionam. 😄😄
Gerente de projetos de TI na BRQ Digital Solutions
3 aParabéns pelo artigo Carol👏👏👏
Design Ops Manager no Banco Carrefour | Acessibilidade | Mentor
3 aMuito bom Carol, parabéns pelo artigo! Aprendi coisas novas lendo ele, principalmente na parte que você comenta do histórico, como começou, o que motivou, etc, muito legal.